terça-feira, 22 de março de 2016

Atentado de Bruxelas: não me obriguem a ser quem não sou.

Caso me queiram criticar por não falar hoje de Bruxelas, critiquem-me também não ter falado há três dias de Istambul, e há duas semanas em Bagdad.
Dirão que "Bruxelas é nossa", e a discussão é antiga. Mantenho a minha posição: o único "nós" que conheço é o do mundo ameaçado pelo terror. Sinto vergonha se hoje chorar Bruxelas mais do que chorei Bagdad há duas semanas.
Não precisam de ser como eu, façam como muito bem vos aprouver. Mas não me obriguem a ser quem não sou.

Europa previu mas não conseguiu evitar um novo ataque no coração do continente

Secretas temem há meses um atentado coordenado em várias cidades. Europol calcula que 5000 europeus se juntaram às fileiras do Estado Islâmico e avisa para autonomia táctica das células activas no continente
Por toda a Europa, a segurança foi reforçada mal foi conhecida a notícia dos atentados LIONEL BONAVENTURE/AFP

A Europa sabia que iria acontecer de novo – desde os atentados de Paris que os governos, os serviços de informação, os especialistas avisavam que um novo ataque era apenas uma questão de tempo. O Estado Islâmico (EI) “demostra ter capacidade para atacar à sua vontade, em qualquer momento e contra quase qualquer alvo escolhido”, lê-se num relatório da Europol elaborado em Dezembro, em que se alerta para a grande liberdade de acção dos comandos que o grupo jihadista tem no continente.
“Os avisos estavam no vermelho antes de 13 de Novembro, já sabíamos desde o início de 2015 que a ameaça de atentados era séria. Mas hoje estamos no nível escarlate”, disse na semana passada à AFP Claude Moniquet, ex-agente das secretas francesas (DGSE) e especialista em contraterrorismo, depois de a polícia belga ter surpreendido dois dos implicados nos atentados de Novembro num apartamento da região de Bruxelas – Salah Abdeslam, o décimo atacante de Paris, fugiu mas foi preso três dias depois em Molenbeek.
Na entrevista, Moniquet, que dirige agora uma empresa de análise de informação sediada em Bruxelas, levantava o véu sobre aquele que é agora o cenário de pesadelo das secretas europeias – “uma vaga de atentados coordenados e simultâneos em várias cidades da Europa”. O EI “fala disso na sua propaganda, os serviços de informação dispõem de elementos nesse sentido”, explicou o analista, acrescentando que as secretas sabem que, entre o Verão e o Outono do ano passado, chegaram à Europa “20 a 30 activistas relativamente operacionais, experientes, treinados e com um perfil idêntico aos que operaram em Paris, o que quer dizer capazes de fazer grandes estragos”.
Confirmando o receio, nesta terça-feira, à medida que se ia percebendo o nível de coordenação dos atentados em Bruxelas, por toda a Europa a segurança foi sendo redobrada. Alemanha, França e Holanda repuseram os controlos fronteiriços – medida que se tornou padrão para detectar movimentos de eventuais cúmplices dos atacantes –, houve reforços policiais e militares nos aeroportos, nos transportes públicos e vários governos accionaram células de crise.
Mas na Europa das grandes cidades e da livre circulação não escasseiam alvos fáceis para o terrorismo – é virtualmente impossível blindar o metropolitano ou os autocarros com as mesmas protecções de um aeroporto –, pelo que “a segurança depende sobretudo da capacidade das autoridades para recolher informações capazes de prevenir os ataques antes que eles sejam lançados”, sublinhou a revista Economist. E é, por isso, que de novo se questiona a eficácia dos serviços de informação. Se a ameaça era tão evidente, porque não foi possível evitar este ataque?
Inúmeras dificuldades
Numa entrevista à Sky News, no início do mês, Rob Wainwright, o director da Europol, insistia que as secretas europeias tinham de começar a trabalhar como uma “verdadeira comunidade de contraterrorismo” para enfrentar aquela que “é sem dúvida a maior ameaça terrorista que a Europa enfrenta em mais de dez anos”. Depois de Paris, a UE comprometeu-se com novas medidas para reforçar o controlo das fronteiras externas e foi criado no seio da Europol um Centro Europeu de Contraterrorismo, que conta com dezenas de analistas. Mas Wainwright sublinhava a tarefa dantesca das agências de segurança perante as informações de que “pelo menos 5000 europeus foram radicalizados pelo EI e adquiriram experiência de combate na Síria ou no Iraque”. “Muitos regressaram entretanto.”
Para além do número elevado de pessoas sob suspeita – e da impossibilidade de distinguir os que foram radicalizados dos que estão prestes a passar ao ataque – os quatro meses de caça a Abdeslam mostram que as forças de segurança têm dificuldade em furar a barreira da desconfiança das comunidades de origem dos jihadistas, como é o caso de Molenbeek, o que complica a tarefa de identificar indivíduos radicalizados ou determinar o momento em que células adormecidas passam à acção.
Mas o relatório da Europol, resultado de um seminário que juntou especialistas dos 28 Estados-membros, acrescenta outras dificuldades. Sublinha que, ao contrário do que acontece com outras organizações, “os ataques incitados pelo EI não são necessariamente coordenados a partir da Síria”. Com Paris, a liderança do grupo confirmou a intenção de passar à acção a nível global, mas os comandos locais aparentam ter grande liberdade táctica. “Isto permite-lhes adoptar as acções às circunstâncias do local”, “escolhendo os alvos que melhor se adaptam às suas capacidades, dimensão e recursos, criando margem para acções espontâneas”, acrescenta o relatório, que aconselhava os países europeus a “esperarem o inesperado”.
As investigações aos atentados de Paris demonstraram uma outra dificuldade – a da proximidade de algumas células jihadistas ao submundo do crime, com os operacionais a valerem-se de contactos feitos nas prisões ou no seu passado de delinquência para obterem armas ou passaportes falsos. “Onde há dinheiro há sempre oportunidade de negócio para o crime organizado”, explicou à revista Time Yan St-Pierre, responsável de uma empresa de consultadoria de segurança em Berlim.
Nos próximos dias, tal como em Novembro, vai ser dado ênfase aos ataques evitados e às detenções efectuadas, mas Bruxelas, depois de Paris, põe mais a nu os fracassos do que as conquistas. “Os governos europeus estão a tomar medidas para evitar ataques terroristas”, lia-se no último alerta do Departamento de Estado aos cidadãos norte-americanos no estrangeiro. “No entanto, todos os países europeus continuam a ser potencialmente vulneráveis.”
18 comentários
Comments
Catarina Veiga Miranda Extraordinário é pensar que numa situação destas haverá alguém a pensar: "ora bem vou criticar esta pessoa". De resto, todos os dias lido com ataques e mortos e miséria e desgraçados, tb já os vi de perto e lágrimas saem-me sempre mais depressa em bruxelas do que no mali, na turquia ou onde for. Adorava saber porque raio esta questão se coloca e era o que faltava se eu estava forçada a chorar por istambul. Choro onde as lágrimas sairem...não nos macem por sermos quem somos.
GostoResponder77 h
Bernardete Morgado Lucidez...
GostoResponder7 h
Jose Ferreira sim Helena Araújo. Momentos perigosos estes , e não me refiro a bombas, mas às políticas, aos políticos e à estupidez humana governante. Agora todos seremos induzidos a discutir mortes e bombas e a nos distrair do essencial.
GostoResponder17 h
Catarina Veiga Miranda as políticas europeias são reveladas e denunciadas por isto. mortes não se discutem. doem. fazem-se lutos.
GostoResponder7 h
Jose Ferreira sim , doiem... por isso... devia ser mais importante saber porque ocorrem .. sem isso.. essas mortes estúpidas serão em vão
GostoResponder7 h
Catarina Veiga Miranda devia ser mais importante? saber porque ocorrem? ainda? extraordinário é colocar essa questão só nestes momentos. basta estar atento ao resto do tempo para perceber pq ocorrem. e o número de mortos aumenta. importante em altura de atentado é isto: as perdas.
GostoResponder17 h
Jose Ferreira Catarina Veiga Miranda fico mais tranquilo, parece-me uma pessoa sensível e informada, seja lá o que isso queira dizer para si...
GostoResponder7 h
Catarina Veiga Miranda quando se perder de vista que o importante é a dor das perdas, tá o falhanço da europa concluído. e que eu saiba não se chora todos os dias e todos os dias há isto. portanto, hipocrisia é achar que temos de ser sensíveis à dor em todo o lado. ninguém sobreviveria.
GostoResponder17 h
Catarina Veiga Miranda sensível eu? creio que só consigo chorar em determinados lugares graças a muita insensibilidade.
Vera Assis Fernandes ...Quanto a Bagdad, ou Kabul, ou Alepo ou Damascus, ou etc.....temos que chorar todos os dias!! O que choro memso é à hipocrisia dos Europeus e EUA em não pararem para poderarem e se responsabilizarem por toda a instabilidade no mundo que os nossos governos nutrem!!
GostoResponder27 hEditado
Vera Assis Fernandes ...para perspectiva, só no ano de 2003, o ano da célebre e louca invasão do Iraque morreram 10 000 civis, LÁ:https://www.iraqbodycount.org/analysis/beyond/ten-thousand/
GostoResponder7 hEditado
Jose Ferreira sim, são décadas de estupidez que nós, ocidentais, permitimos, benefeciamos, não discutimos, aceitamos... e o mais estranho.. é que a maioria sabe ler, tem acesso à informação
GostoResponder27 h
Vera Assis Fernandes ...é sempre menos penoso culpar terceiros...aqueles bem longe, e que facilmente podemos criar uma ideia de serem os maus!!
GostoResponder27 h
Elena Alves Terceiros Vera? ! A tua visão do Medio Oriente parece desenhar um remanso de paz que o Ocidente parece violentar. Não me parece que seja assim. Sem com isso querer sacudir a água do capote às políticas occidentais que promovem um certo "desenvolvimento" assente em armas e petróleo. Aqueles países têm inúmeros problemas internos e entre eles que não foram criados pelos ocidentais. Acredita.
GostoResponder6 h
Elena Alves É só olhares para o povo kurdo ou o que aconteceu na Jordânia na pós-guerra dos seis dias para perceber o cancro que tudo isto é.
GostoResponder5 h
Vera Assis Fernandes ...sim, então para ajudar a tudo isso, toca lá e vamos fazer mais estragos. Como um pai ou mãe dar umas estaladas a uma criança e dizer-lhe para se calar!!
GostoResponder5 h
Elena Alves Não percebo o teu raciocínio. Mas acredito que a solução disto tudo está no medio oriente. Em especial na pacificação da Síria. Um país minimamente laico que uns e outros, por diversas razões, quiseram f. Essencialmente para o poder dividir e anexar. Um nojo. Se há um povo do qual tenho imensa pena e tristeza é mesmo dos sírios. E claro dos kurdos o povo sem território, mas tão lutador.
GostoResponder5 h
Elena Alves Sou laica. E feminista. Lamento para mim o fundamentalismo é algo a combater.
GostoResponder5 h
Elena Alves E não: o fundamentalismo não é um invento ocidental. É só ler os relatos das mulheres yazidis que sobreviveram ao isis para perceber o grau de demência que existe no fundamentalismo. Bjk
GostoResponder5 h
Vera Assis Fernandes Pois, não tens que perceber a minha lógica, simplesmente pelo facto que não fujo ao sentimento de responsabilidade perante esta cretinisse toda. e que tal os EUA, GB, Portugal, Espanha, Itália finalmente tomarem responsabilidade perante o mundo do grande crime que cometeram contra os Afgãos e Iraquianos e que deu ainda mais força a toda a instabilidade no próximo e médio oriente??? Não estamos ilesos a essa responsabilidade...temos na realidade grande culpa, nomeadamente por muitos de nós no ocidente ter aplaudido estas intervensões, acreditarmos na cerelac que os governantes nos dão. Tudo para mim não passa de uma cruzada nutrida pela ganância e que se aproveita não só dos recursos como dessas tais instabilidades que mencionas!! e digo-te vai haver mais guerras do género nas partes do mundo com recursos de metais, aliás já iniciou...são quase todos em Africa e na América do Sul!!!!
GostoResponder5 h
Vera Assis Fernandes Elena Alves ...eu sou humana!
GostoResponder5 h
Jose Ferreira Elena Alves gosto do "tom" do seu discurso, não é a preto e banco. ..e a palestina e a palestina, é vergonhoso o que lá fizemos e permitimos fazer.. Na minha opinão, as principais vitimas dos radicais, são os muçulmanos. Esses radicais ou foram criados pelo ocidente (UE, USA, Rússia) ou apoiados, consoante convém à geopolítica do petróleo e das armas. è tudo lastimável...
GostoResponder15 h
Elena Alves Também eu Vera. Mas o paternalismo, seja com boa intenção ou não, não ajuda a resolver estas questões. Acredita. Enquanto os EUA e a Russia não se entenderem nada feito. A guerra na Síria vai continuar. E a Europa a ser esmagada no meio.
GostoResponder5 h
Elena Alves Jose Ferreira, sabe pq a Jordânia é "amiga" do Ocidente?
GostoResponder5 h
Vera Assis Fernandes Coitadinha da europa....tão inocente! Estás a brincar??? O facto da europa se aliar aos EUA, ou mesmo nada fazer, É CUMPLICE....e 4 governos europeus assinaram na Ilha Terceira, território português, o tratado de invasão do Iraque!!
GostoResponder5 hEditado
Elena Alves Vera: a Europa está integrada na Nato. Não é cumplice faz parte da Nato.
GostoResponder5 h
Vera Assis Fernandes NATO=UNO=EUA
GostoResponder5 h
Elena Alves Sabem o que é o Setembro Negro?
GostoResponder5 h
Elena Alves Em 1970 a Jordânia pediu ajuda ao Ocidente porque os refugiados da palestina que tinha acolhido no seu território, e aos quais tinha dado cidadania, decidiram que uma vez que estavam ali se calhar era melhor ficarem com a Jordânia em vez de regressar à Palestina. Pois é: a História do Médio Oriente é muito complexa.
GostoResponder5 h
Elena Alves Sabes como resolvias parte da questão? Se realmente fosse criado um paradigma global sem contar com o petróleo do medio oriente. Os EUA conseguiram afundar a Venezuela e instalar a descida generalizada do petróleo com o fracking. Mas isso não se traduziu em enfraquecimento do Oriente médio. ..
GostoResponder5 h
Elena Alves Complicado. Muito complicado mesmo. Importante é mesmo a pacificação da Siria e a sua integridade e soberania. Isso e a erradicação do daesh
GostoResponder5 h
Elena Alves Entretanto sinto dor pelas feridas inflingidas à Europa. Sou europeia (e ao olhar para o mundo acredita que não desejaria ser outra coisa). Com todas as zonas de sombra que este continente possa ter.
Zélia Maria Matos Insuportáveis os "polícias dos costumes".
GostoResponder6 h
Catarina Veiga Miranda este post representa isso mesmo, o policiamento do costume. é saudável que se lhe reaja.
João J. Vila-Chã Helena Araújo: Então, porque fala? Porque fala, apenas pretendendo que não o faz? Acho bem que não fale. Mas, por favor, faça-o com coerência, ou seja, não fale de modo nenhum ou, pelo menos, fale sem recorrer ao artifício de dizer que «não vai falar». Pessoalmente, acho imorais as comparações; acho indecentes as justificações do injustificável; acho absurdas, despropositadas, e ofensivas, as platitudes perante a morte dos outros. Sim, é preciso falar de Bagdad e de muitos outros locais do mundo árabe, onde a canificina não pára; mas relativizar desse modo o lugar/espaço onde se vive, isso, a mim, choca-me simplesmente. Tanto mais que não acredito num tal grau de indiferença, uma que me soa profundamente inautêntica, pois sem «cobertura» real. Na verdade, vejo nesta «postura» o pior mal que a Europa tem: a sua disfarçada hipocrisia!
GostoResponder46 h
Vera Assis Fernandes 1.3 Milhões de Afgãos, Iraquianos...e agora Sírios, mais Etiopesm Eritreus, etc....esses não contam???
GostoResponder6 h
Jose Ferreira pode-me dar um exemplo do que é para si isso, essa hipocrisia? esse mal ?para ver se percebo ...
GostoResponder6 h
João J. Vila-Chã Vera Assis Fernandes A sua pergunta é de todo inapropriada no contexto em que estamos. Lamento, mas não vou responder. Se me conhecer, saberá o que penso de todos os holocaustos. Mas agora digo apenas uma coisa: basta com a estupidez!
GostoResponder6 h
Jose Ferreira João J. Vila-Chã pena, assim ficamos na ignorância sobre o que queria dizer...
GostoResponder6 h
João J. Vila-Chã Jose Ferreira Compreenda que não tenho tempo para coisas inúteis. Disse o que penso a propósito do comentário da minha «amiga» Helena Araújo e isso, por agora, basta. De resto, o meu comentário será perfeitamente compreensível a quem sabe Português; a quem não sabe tampouco poderei ensinar. Cartamente não agora.
GostoResponder6 h
Jose Ferreira João J. Vila-Chã peço desculpa pelo incómodo, realmente tenho dificuldades sérias em compreender muita coisa... e você topo-me logo! parabéns
GostoResponder6 h
M João Nogueira Adoro o nível de choque consoante a proximidade geográfica. Adoro.
Fernanda Câncio devias ir ao twitter ver a tempestade d insultos q tou a levar por dizer parecido
GostoResponder56 h
Elisabete Sousa Querer pensar, e ver a onda que se está a formar, obriga-nos a pensar com muito mais cuidado, muito obrigada e parabéns ás duas Helena e Fernanda.
GostoResponder6 h
Catarina Veiga Miranda Fernanda, não é nada parecido com isto. Eu vi o teu tuite e não me chocou. Vamos lá ver se não se confunde tudo de vez.
GostoResponder4 h
Catarina Veiga Miranda E sobretudo se não fazemos disto uma vaidade mártir a ver quem leva mais. este poste é do tipo atentado but look at me. claro que o interessante seria perguntar-lhe o que sentiu pelos 2 atentados no mali ontem.
Marcio Candoso Quem não distingue o que é seu, qualquer coisa lhe serve... (mas sim, um morto é um morto)
GostoResponder6 h
M João Nogueira Epá..... Helena...... estás a precisar de fazer uma limpeza na lista dos teus "amigos", just saying.
GostoResponder25 h
Catarina Veiga Miranda não me parece que seja essa a ideia, antes pelo contrário.
GostoResponder3 h
M João Nogueira Catarina Veiga Miranda a julgar pelos comentários.
GostoResponder2 h
Catarina Veiga Miranda é sinal de audiência, é o que se quer. Boa páscoa, gosto desta quadra por causa do sol. vamos lá ver se se mantém
GostoResponder2 h
M João Nogueira Bom, pode ser que seja o que genericamente se queira mas eu, se tiver um tipo a comentar os MEUS posts, no MEU perfil de facebook, de forma mal educada e a acusar-me de fazer comparações imorais (entre outros mimos), borrifo-me na audiência e mando o gajo dar uma curva. E, se este fosse o meu mural, que não é, ainda lhe juntava uns mimos naquilo a que a minha mãe chamava de "essa tua tendência para ajavardares com palavrões".
GostoResponder2 h
Catarina Veiga Miranda isso é reagir. é isso que se faz. reage-se. penso que toda a gente aqui reage. "limpeza", então e a audiência?
GostoResponder2 h
Catarina Veiga Miranda mas acho graça ver-te escrever "meus posts". está sol. tirei pela milésima vez umas fotografias do tejo a que vou fazer comentários íntimos e pessoais. amanhã aparece uma tipa que partilhou o que de mais íntimo escrevi. primeiro fiquei parva, agora acho que tou nesta plataforma e que funciona assim e não bloqueio nem mudo settings. what´s the point. mas isso sou eu, tu reages...e alguém fará limpezas.
GostoResponder2 h
M João Nogueira Ou não 
Ricardo Batista não é bem assim, embora, as vidas valham o mesmo, um homicídio à porta de nossa casa não tem o mesmo impacto do que um numa terra distante,.
GostoResponder5 hEditado
António Vivaldo Estes acontecimentos tem duas dimensões: o pesar pela perda; o que fazer para reduzir o risco futuro. Na primeira dimensão tens toda a razão quanto à segunda temos neste caso mais capacidade de intervenção que nas anteriores e infelizmente é aí que se vai centrar a discussão dos próximos dias.
GostoResponder4 hEditado
Romeu Monteiro "Sinto vergonha se hoje chorar Bruxelas mais do que chorei Bagdad há duas semanas."

Vergonha é não sentir nada por ninguém nem fazer nada por ninguém. Ainda se estivesse a nivelar por cima...

GostoResponder13 h
Catarina Veiga Miranda É isso Romeu. Olá 
Emoji smile




GostoResponder13 h
Romeu Monteiro Olá Catarina 
Susana Brito Leio-te sempre com imensa atenção. Quando dizes coisas diferentes do que penso, provavelmente é porque revelas uma vertente em que eu não tinha pensado e acabo em convergência muitas vezes. Mas hoje discordo mesmo. Só penso que não sentes Bruxelas próxima. "O próximo" é diferente de "o igual a ti". A condenação universal do mal serve a igualdade. Neste ponto Bagdade e Bruxelas são o mesmo. O bem querer é coisa do próximo e o apego também. Ama o próximo. Não é "ama o igual" ou "o outro". Não temos de ter vergonha por chorar Bruxelas mais que Bagdade. Não é tratamento desigual. Está mal a destruição na mesma, é certo, mas Bruxelas está mais connosco e isso também vale.
GostoResponder52 minEditado
Adolfo Ferreira Como eu te percebo! Bj
CARTA DE BRUXELAS
Escrevo de Bruxelas, onde hoje ocorreram atentados terroristas hediondos. Perdoem-me a crueza das palavras, mas escrevo de Bruxelas como tenho escrito de tantos lugares onde todos os dias morrem pessoas vítimas do terrorismo. Sim, todos os dias morrem pessoas vítimas de terrorismo. E, sim, tenho estado e tenho escrito de muitos desses sítios.
Ainda no Domingo estava em Piréus, na Grécia, onde continuavam a chegar refugiados que fugiam do terrorismo e da guerra. Nesse Domingo morreram quatro crianças. Ainda há duas semanas outro destes hediondos atentados aconteceu em Bagdad, ninguém deu por isso.
Hoje foi diferente? Foi. Não o nego. Como foi diferente Paris. Mas a única diferença é ter sido em lugares onde estão pessoas que amo. Precisamos desesperadamente que elas nos digam que estão bem para aliviar o coração. Estava a sair de casa para uma reunião e precisei de saber com urgência se “os meus” estavam bem. Se a E. ainda estava em casa ou já estava no aeroporto com os miúdos, se as restantes estavam bem, se os meus amigos estavam bem. O M. usou um grupo privado do facebook para comunicarmos e assim fomos fazendo ao longo do dia. Foi também diferente porque recebi mensagens dos que amo e que estão em casa, esse imenso e enorme conforto que é sabermos que gostam de nós.
Mas não quero ser hipócrita, de cada vez que estou num lugar onde vejo morrer ou ouço falar de mortes de quem tudo perdeu, incluindo os seus, penso que também têm pessoas a quem fazem falta, também têm vida, também estavam a tentar fazer a sua vida normal até ser completamente destruída.
Estou cansada do tratamento desigual. Estou farta de sermos mais importantes do que os outros. Estes atentados não estão a acontecer só em cidades europeias. Há um mundo inteiro que está a ser apagado da fotografia e nós não podemos deixar que isso aconteça. De cada vez que deixamos vai-se um bocadinho mais da nossa humanidade.
A meio da manhã saí para ir comprar comida para podermos juntar-nos todos em casa. À tarde voltei ao Parlamento. A cidade quase deserta, as poucas pessoas cabisbaixas e um arsenal de segurança e armamento a toda a volta.
Ouvir os líderes europeus é já quase um acto de desespero. É feio usar a morte aleatória e insuportável de pessoas como nós – sejam de Bruxelas, de Bagdad ou de Beirute – para acicatar o medo, para alimentar a xenofobia, para defender uma suposta superioridade. Mistura-se terrorismo com imigração e com refugiados. Fazem de nós parvos, dizem que a resposta está numa sociedade ainda mais vigiada e ainda mais securitária. Foi isso que fizeram nos últimos anos e não evitaram um único atentado. Estou farta de que finjam que não percebem o monstro que estão a alimentar.
O comportamento recente das grandes potências mundiais face ao terrorismo é de uma dualidade atroz. Quando acontece uma tragédia como estas dizem sempre que vamos estar todos unidos no combate. Mentira, continuaremos separados. Continuaremos de olhos fechados aos milhões que alguns países lucram com o armamento, às medalhas de honra e outros prémios a príncipes sauditas, a acordos vergonhosos com líderes que continuam a fazer jogo duplo e a alimentar o terrorismo, à compra de crude extraído nos poços ocupados pelos terroristas porque o negócio vale a pena. O terrorismo não tem fronteiras, mas só existe e se expande porque está bem de saúde em termos financeiros.
Hoje em Bruxelas a solidariedade que os líderes europeus teimam em liquidar fez-se sentir nas pessoas, nos taxistas que disponibilizaram gratuitamente os táxis para quem precisou, nas mensagens, nas pessoas que correram para acudir aos feridos, nas pessoas que começaram a encher o chão de mensagens escritas a giz.
Continuar a jogar o jogo do medo nada fará para terminar com o terrorismo. É do medo que ele se alimenta. Não é de uma guerra de civilizações que estamos a falar. E, sim, repudio este ataque em Bruxelas e dói-me cada uma das mortes.


Mostrar mais reações
Comentar
Luis Armando Barroso Brilhante texto Marisa. Gostei e concordo com tudo o que nele está explanado. Lendo o que escreveu veio-me à lembrança uma reportagem feita sobre a segunda Guerra-Mundial, que vi na TV, já lá mais de 30 anos, onde era focada uma situação descoberta após a mesma ter terminado e que consistia no facto de que, ao mesmo tempo que Londres era bombardeada pelos alemães, grandes industriais ingleses vendiam aço e outros materiais para uso militar. aos alemães. Ouvido pela reportagem um desses "patriotas", o mesmo friamente limitou-se a responder: "o dinheiro não tem pátria". Já lá vão muitos anos sobre este acontecimento que recordo, me revoltou imenso. Os agora alimentadores e aproveitadores, destas guerras, são do mesmo calibre.
GostoResponder642 min
Luis Mateus Verdade Marisa! Ouvimos tantos teóricos engravatados a afirmar coisas que não nos interessam rigorosamente nada! O que importa é que, na Bélgica ou na Síria, em França ou na Turquia, na Grécia ou no Líbano, em Madrid ou no Mediterrâneo, morrem pessoas cujo único objectivo que têm.....é viver normal e serenamente. Em paz!
GostoResponder551 minEditado
Paulo Ferreira "É do medo que o terrorismo se alimenta". Sem dúvida. E depois de ouvir um dito historiador na rtp notícias, proveniente do viveiro da universidade nova, a falar contra o Islão, fico muito preocupado. Até porque o que este atentado provou foi que as ditas medidas musculadas não adiantam nada. Mas reconheço que o papel de pessoas moderadas politicamente se torna cada vez mais difícil, numa população constantemente confundida pela má utilização que se faz dos midia, e da televisão em particular.
GostoResponder119 minEditado
Ana Farinha Um texto realista , palavra por palavra.

"Terrorismo no coração da Europa" a mesma que enche os cofres com as armas que lhes vende. É tão bonito ouvir os discursos pós atentado...

Obg Marisa

Há que continuar a pôr os pontos nos iiiis
GostoResponder41 h
Artur Lopes O Santo Eu queria entender, porque se dá cobertura total, horas de programas noticiosos, que a certa altura se repetem, com convidados que já não conseguem dizer nada de novo, com jornalistas que já não sabem com "encher" a programação, quando algo se passa naEuropa, em contraponto com atentados que se passaram há 15 dias, e só consegui ler num rodapé. Não é que tenha um especial prazer em as ver, mas o tratamento está nos antípodas. É vergonhoso! Apraz-me ver que alguém pensa como eu...
GostoResponder31 h
Sonia Maria Cesar Muito triste como todos os atentados. 

Não temos terrorismo no Brasil, mas vivemos em cidades totalmente violentas, cidades tomadas pelo tráfico que sem o menor sentimento tiram vidas inocentes. 

Tudo isso me faz questionar? Como entram tantas armas de guerra? 

Lamento muito por mais vidas serem destruídas. 
Luis Carreira Olá ainda bem que tu e os teus tão bem. (Falo pour mim )

Mas daqui da França ouve-se com frequência que até sabem aonde em Bruxelas os supostos terroristas estão e não vejo nada, apenas atentados nada de solosões é péna ver isto tudo nas informações mas parece dar dinheiro para alguns....péna



Grande beijinho fica bem e continua...

Horácio Oliveira Boa tentativa para se comecar a desculpabilizar os terroristas e tentar responsabilizar quem nasceu na Europa, vive e trabalha na Europa e apenas quer viver segundo os usos e costumes ancestrais da terra onde nasceu, permitindo ate que outros venham viver nas mesmas terras mas não aceitando serem obrigados a adoptar os usos e costumes de estranhos por muito que estejam a invadir a Europa, com a cumplicidade e conivência de politicos mas não da população.
GostoResponder233 min
Victor Teixeira Caro Horácio, usar o cérebro não custa nada, repito nada... Não é que tenha um botão on-off , simplesmente devemos-nos obrigar a antes de falar pensar no que estamos a dizer , e deixe-me que lhe diga, nesse aspecto você deixa mt a desejar... 

A sua frase , dirigindo-se a Marisa é " deixar de culpar os terroristas e responsabilizar quem nasceu na Europa " 

Caro Horácio, tem visto televisão nos últimos anos? Ou melhor, já chegou a TV ao Montijo?

É que não deve ter reparado infelizmente que esses mesmos terroristas de que fala, são ao mesmo tempo cidadãos Europeus como eu e você.
Nascidos e criados em Portugal, França e Bélgica, ou seja os participantes nos últimos atendados desde Madrid , passando por Londres e acabando em Paris , foram perpetrados por cidadãos Europeus.
Sei que História e Geo-Politica não são disciplinas do curso de medicina, mas sim, já inventaram a TV e mais a WWW, portando informação grátis para todos... Vá lá, não custa nada.
Vera Assis Fernandes BOA! Marisa! é isso tudo mesmo e mais....a hipocrisia que todos os europeus vivem que ainda não perceberam serem parte do instrumento mortal....aquelas tais guerras e invasões loucas no próximo e médio oriente....que claro não iam trazer paz, pelo contrário como testemunhamos!!
GostoResponder151 min
Marília Lopes Ficamos indignados com estes atentados covardes...mas ficamos muitas vezes com a sensação de que a vida tem valor diferente, dependendo do sítio onde a morte ocorre...lamentavelmente!!!
Fernanda Coimbra O meu primeiro pensamento foi em Ti Camarada. No seguimento das notícias descansei, vi e ouvi-te. Sei e acredito como sofres e te revoltas. Sobre este texto vou partilhar. ( pelo ser Humano que és Obrigada )
João Marujo Obrigado, Marisa, por mais uma vez pores o dedo na ferida, não deixando de condenar mais este gesto hediondo (como ninguém poderá deixar de fazer)!
GostoResponder157 min
Tiago Gomes Tenho pena que há poucas pessoas a pensar dessa maneira, GRANDE MARISA, como todos sabemos as verdades doem.

Continua assim.

GostoResponder21 h
Teresa Delgado Excelente redacção. 

Escreves com o coração. 

O mesmo coração que te faz esquecer de ti, dos teus, de comer e até de dormir. 

A ternura que colocas mesmo a escrever com dureza.
É preciso acordar.
É preciso agir. 
Adorei este texto e com o carinho da amizade e o respeito pela pessoa maravilhosa que continuas a ser, vou partilhar. 
Recebe um xi- do tamanho deste mundo que não te cansas de percorrer sempre com amor.

GostoResponder11 h
Dado Faria Continuo a não estar comvencido, apesar de ter lido as suas bonitas palavras, Marisa. Lamento, mas o Ocidente vale muito mais. Peço desculpa.
Graça Freitas O Ocidente vale muito mais? Pq? Você vale mais que um cidadão sírio ou iraquiano? Não, valemos todos o mesmo! A vida humana é igual em qualquer parte de planeta!
GostoResponder445 min
Sofia Cantarino Talvez só se perceba isso quando os ETs nos visitarem
GostoResponder125 min
Joao Carlos Silva Obviamente, convencer um asno é tarefa impossível.
Manuel Silva Marisa Matias não ponhas o dedo muitas vezes na ferida se não ainda te mandam matar. Eu ja acredito em tudo. Cuidado! Eles andam por todo lado.
Carmo Marques Obrigada Marisa pelas tuas palavras! Palavras sentidas e cheias de grandes verdades! Continua igual a ti própria! Continua atenta e sem medo de me ter o dedo na ferida!
Dado Faria Os governos, Graça Freitas, os governos! Lamento, mas a vida de um terrorista não é igual à sua. Penso que concordará.
Mauro Almeida Totalmente de acordo. Às vezes as pessoas precisam que a desgraça lhes chegue à porta para perceber que existe algo de errado. O terrorismo é uma ameaça global e grande o flagelo deste século. Há que ter muito cuidado nestes dias para não confundir os terroristas com as suas vítimas. Para mim será o grande desafio.
GostoResponder53 minEditado
Maria Conceição Peralta Peralta Dói-me esta Europa que não nos respeita a nós e a todos os outros povos! E a toda a Humanidade!
Melissa Lopes Partilho mas antes devo dizer que não aceito que os ataques a Europa não têm de ter uma dimensão diferente dos ataques protagonizados pela Europa.
GostoResponder1 h
Manuel Silva Cobardes mas são eles que controlam tudo, todos, controlam o mundo e nunca ninguém vai fazer nada porque vivemos num mundo de jogos de interesses.
Vitor Ferreira Que grandesa de Espirito, por cada palavra o meu muito obrigado Marisa!
GostoResponder1 h
Sara Ranito Exacto. O Boko Haram já matou milhares e continua a matar, todos os dias, e ninguém na Europa e no Mundo quer saber....só quando lhes bate à porta.
GostoResponder41 h
Diana Silva De quem é a responsabilidades destes trágicos acontecimentos? Seja aqui ou numa outra parte do mundo? Parece que ninguém sabe. Dizem-nos que têm o controlo da situação, mas é mentira. Tentam a todo o custo encontrar bodes expiatórios em pessoas que repetidamente sofrem estes ataques. Mas louvo-te a coragem Marisa Matias, tu que vives de perto estes acontecimentos não tens problemas em falar sobre o verdadeiro lado do terrorismo, esse que não vemos, ninguém vê, mas existe e enquanto isso vão perpetuando o medo junto de nós e não arcam com nenhuma responsabilidade.
GostoResponder1 h
Gorete Carvalho Marisa, penso exactamente assim. Por isso , deixo te um beijinho e levo...
GostoResponder1 h
Vera Duarte Estou atordoada com este texto. É um verdadeiro murro, no bom sentido. Obrigada Marisa. Mil vezes obrigada pela crueza, pela honestidade, pelo relato sempre sem papas na língua.
GostoResponder31 h
Cátia Ferreira Obrigada Marisa pela sua lucidez! Vou partilhar pois concordo com cada palavra aqui dita.
Rosa Coelho Em Paris foi o mesmo o que estas a sentir hoje foi o que eu senti no 13 de novembro
GostoResponder1 h
Pedro Lemos Meu primo vive la eu fui la muitas vezes para trabalho e negocios e estou indignado com tudo isto e contente que a Marisa esteja bem
GostoResponder1 h
Carminda Carvalho Pois...Fico feliz por saber que estas bem. Beijinhos
GostoResponder1 h
Antonio Ferreira Manuel Um abraço à coragem de escrever sem hipocrisia, escrever com alma
GostoResponder1 h
Claudia Lopes Ès uma Grande Pessoa 

Uma Grande Deputada

Um

Ser Humano excelente
Ès Grande Marisa

Beijinhos Grandes

GostoResponder1 h
Denise Pinto Ribeiro Nua e crua. Uma vénia!
GostoResponder159 min
Nelson Almeida Medo que começou com o atentado do 11 de Setembro, orquestrado pelos Estados Unidos...
GostoResponder1 h
Hélio Jorge Martins Bem Dito Marisa. Esta acto nojento de um bando de cobardes merece ser repudiado.
GostoResponder1 h
Tânia Russo Marisa, este vem de dentro, do coração e da alma. Tudo dói mais quando é com os nossos. No Ocidente são sempre "os nossos" na ótica dos líderes ocidentais e da maior parte dos cidadãos. Enquanto só nos comovermos com "os nossos" e discriminarmos "os outros", poderemos contar com atentados e destruição em todo o mundo.
GostoResponder123 min
Melissa Bizarro Concordo plenamente Marisa.
GostoResponder11 h
Antonio Simon Excelente!!!! Obrigado Marisa!!!!
GostoResponder11 h
Luis Armando Barroso Partilhei.
Mena Oliveira verdade Marisa
Anabela Abrantes Verdade Marisa um beijinho grande
Cristina Henriques Um beijinho Marisa.
GostoResponder1 h
Joana Roldão Brilhante.
Maria Sequeira texte muito bom Marisa. Força.
GostoResponder1 h
Santos Fernanda Obrigado Marisa pelo seu texto Tao verdadeiro!
Marco Rojo absoluto, verdadeiro, triste, infelizmente verdadeiro.
Sergio Cunha Sempre atenta Marisa Matias

Sem comentários: