segunda-feira, 7 de março de 2016

Apesar das bizarrices, se eleição fosse hoje Donald Trump ganharia

Donald Trump

Opinião:

© REUTERS/ Dominick Reuter
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Em entrevista à rede de televisão norte-americana CBS, Donald Trump afirmou que, uma vez eleito presidente, autorizaria a prática conhecida como waterboarding (afogamento) contra “inimigos dos Estados Unidos”. Mais uma bizarrice? Retórica de campanha ou intenção verdadeira?

Segundo numerosas denúncias, a prática do waterboarding se tornou uma espécie de rotina em prisões de bases norte-americanas como as de Guantánamo e de outras regiões do planeta, a partir da detenção de suspeitos da prática de terrorismo e de terem contribuído para os atos do 11 de Setembro de 2001, em que aviões comerciais, sequestrados e pilotados por extremistas da Al Qaeda, foram projetados contra as torres do World Trade Center, em Nova York.
A prática do afogamento foi proibida pelo Governo Barack Obama, em 2009, mas agora, se Trump vencer a eleição de 2017, poderá ser restaurada.
“Trata-se de mera retórica de campanha”, garante o jornalista independente norte-americano Charles Paul Treves, há vários anos radicado no Brasil. Para Treves, o pré-candidato do Partido Republicano abusa das declarações polêmicas em sua pré-campanha porque, como grande empresário e homem de marketing, sabe que precisa estar sempre em evidência. Na opinião do jornalista, Donald Trump tem mostrado como fazer para conquistar as intenções de votos nas eleições primárias que estão ocorrendo nos Estados Unidos.
Sobre a polêmica volta do waterboarding, Charles Treves adverte que há outras maneiras de obter informações sem recorrer à tortura. E a respeito de outras declarações igualmente surpreendentes de Trump – se o pré-candidato, se escolhido pelo Partido Republicano, mudará seu discurso ou continuará com suas intenções reprováveis –, o jornalista observa:
“Devemos lembrar que temos três poderes – o presidente, o Congresso, com Câmara e Senado, e a Corte Suprema. O presidente pode sempre dar ideias, retornar certas ideias do passado, mas há certas coisas que ele não pode fazer sozinho, deve ter apoio do Congresso, que neste caso é de maioria republicana. O presidente não pode decidir tudo sozinho, não somos uma ditadura.”
Sobre o que esperar do novo Governo, seja qual for o partido vencedor nas eleições de novembro? Se ganhar o Democrata, as políticas e diretrizes econômicas serão mantidas? E se o sucesso  for Republicano, podemos esperar alguma mudança radical na política e na economia dos EUA?
“Quando há eleição, há sempre partidos que fazem promessas. Isso existe em todos os países. Atualmente se fala de mudanças, Faz parte da campanha política: mudança, mudança, mudança. Pode ser que existam mudanças, mas não serão radicais. Não importa que presidente entre, se republicano ou democrata, não é simplesmente mudar o que já existe. Há regras, pode-se mudar com o tempo, mas não pode haver grandes mudanças imediatamente.”
E quem vai ganhar?
“Se fosse hoje, Donald Trump seria o vencedor. Mas há vários meses à frente. Hillary Clinton tem muita força, mas ela é parte da velha guarda, da estrutura existente. Há gente hoje que está cansada da estrutura existente, e por isso Donald Trump por enquanto está na frente. Nada tem acontecido recentemente. Os republicanos têm bloqueado muita coisa de Obama no Congresso nos últimos anos. Penso que Donald Trump tem algumas ideias bizarras, mas ao mesmo tempo ele tem novas ideias ou ideias existentes que quer retomar, que o fariam bem interessante como presidente. Hoje, ele ganharia de Hillary Clinton.”
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Trabalhadores argentinos protestam em Buenos Aires.

Movimento das ruas cresce com a queda de índice de aprovação de Mauricio Macri

EITAN ABRAMOVICH / AFP
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Representantes de mais de 50 organizações sociais e sindicais foram para as ruas da Argentina no domingo, 6, para protestar contra o Governo do Presidente Macri.

As manifestações se seguiram à divulgação de uma pesquisa realizada pelo instituto Haime & Associados, mostrando que o índice de popularidade de Mauricio Macri, que era de 62% em dezembro, caiu para 53% em fevereiro.
A mesma pesquisa mostrou que os apoiadores do Governo, que eram 49%, agora são 44%. Já o índice de opositores, que era de 28% em dezembro, subiu para 30% em fevereiro.
Para o especialista argentino Eduardo Crespo, professor de Economia Política Internacional na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a queda de popularidade do Presidente Macri reflete o momento pelo qual a Argentina está passando, com um grande número de demissões (principalmente no setor público), o aumento da inflação, o endividamento crescente do país e a falta de perspectivas, que estão levando os argentinos a protestar.
Segundo o Professor Crespo, a situação tende a se agravar, pois, ao firmar acordo com os chamados fundos abutres para o pagamento de suas dívidas, a Argentina terá de buscar recursos financeiros no exterior, pagando juros muito elevados por esses empréstimos. 
“Mauricio Macri ganhou as eleições um pouco com a promessa de que não ia haver grandes mudanças, pelo menos negativas, que seria um Governo mais de conciliação e, principalmente, de diálogo”, comenta Eduardo Crespo. “Na primeira medida, no plano econômico, houve um aumento muito elevado nos preços dos alimentos. Junto a isso vêm os aumentos de tarifas de serviços públicos, principalmente de eletricidade. Essas medidas econômicas são bastante impopulares. A isso deveria acrescentar o tema dos despedidos da administração pública. Houve gente que perdeu o emprego, mesmo quem não tinha muito a ver com o Governo anterior mas que estava trabalhando no Estado e de repente ficou sem emprego, e além disso há medidas de caráter impopular na área da saúde, da educação, um conjunto de medidas sobre redução de gastos nos serviços fornecidos pelo Estado.”
Ainda segundo o especialista argentino, há outras medidas aparentemente de menor impacto mas que, no somatório, influenciam a opinião pública. “Por exemplo”, explica Eduardo Crespo, “um determinado tipo de tratamento dentário, que afeta 0,1% da população, ou programas como o voltado para que os adultos possam completar os estudos. Há várias coisas desse tipo que vão dando um viés bastante antipopular ao governo. A primeira medida, que foi acabar com as compras de divisas, de dólar, foram bastante bem recebidas, mas nas últimas semanas se aprofundou a desvalorização, aparentemente uma disputa entre o atual ministro da Economia, que seria mais moderado, e a turma do Banco Central, que seria uma turma mais ortodoxa e estaria reclamando da medida. Isso já está fazendo barulho dentro do próprio Governo e acaba se abatendo sobre o conjunto da população também.”
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