terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O improvável governo de Março e as perguntas ao general Dlhakama

General, faz tempo que não lhe escrevo, assim decidi quando vi que estava a dizer as mesmas coisas que as pessoas foram dizendo ao longo do tempo. Via-me a concordar com todos que já tinham concluído que as suas decisões eram instáveis e paradoxais. Vi general, que estava a remetê-lo a um discurso que tem estado a martelar o seu juízo desde que optou pela espada.

General, da sua eterna parte incerta, vem insistindo que em Março vai governar algumas províncias do país sob argumento de que ganhou as eleições. Do mesmo lugar volta a dar ultimato, dos que nos habituou a dar – desta vez eu estou a falar sério -, então está a dizer que das outras não falava sério nem convicto? Não quero desafiar a materializar os seus intentos, mas recordar-lhe que o senhor deve ver o que a lei diz antes de agir como pretende; quero recordar ao senhor general, que as últimas eleições, tiveram lugar dentro de um quadro legal por si imposto; quero recordar que as últimas eleições decorrem sob um ambiente de ameaças por si proferidas. Porém, quando seus intentos falharam, o senhor resgatou a velha arma, o velho discurso: vou correr com todos estes e governar a força.
General qual é a base legal que vai legitimar a sua governação nas tais provincias que diz te ganho? Mais uma vez o senhor quer impor a mudança do quadro legal para ser acomodado? Está bem general. Depois de ser acomodado com que lei vai guiar a sua acção governativa? Vai elaborar uma nova Constituição da República, sim porque nesta o seu governo de zonas não tem enquadramento? Nesse seu governo haverá parlamento? Quais serão as bancadas? Ok, a RENAMO vai constituir o monopartidarismo, está bem general. Depois já tem orçamento para colocar o País de Março a funcionar? Vai buscar? Ok, e depois esse orçamento será para que
Plano do Governo? Yah é fácil, vai mandar fazer! Hah é o seu manifesto? Quais são as ideias chaves do seu manifesto?
Está bem general, mas diz-me agora esse novo país, o País de Março, sendo outro como será, ou ele será tudo o que somos agora mas com um líder que senta na poltrona para gerir planos desenhados pelos outros, orçamento mobilizado pelos outros? Sim o senhor como qualquer um de nós é cidadão deste país e contribui (quer acreditar que paga impostos) para o crescimento do mesmo, e tudo que foi erguido também a si pertence, mas acho deve estar lembrado, os outros também a quem acha que não quer e nem deve governar são todos deste país até do lugar onde quer instituir o País de Março.
General e os seus deputados, sim os deputados da sua RENAMO (é muito sua sim), vão sair da 24 de Julho para nova Assembleia? Hah ok, não precisam! Então há um país, o País de Março onde o senhor estará a mandar e comandar e outro onde terá representantes. Ok general. Depois general vai criar um exército, sua polícia, etc., etc.,. Hah ok, eu não estou a perceber nem geral, não é nada disso que o senhor quer? Então diz o que quer com o País de Março.
General, eu não posso aceitar que simplesmente o senhor diga que quer instituir o País de Março sem me dizer o que será deste país. Um país não é apenas o senhor e seus sequazes saírem para tomar um lugar na administração, no governo local, um país é mais profundo do que isso general e até agora ainda não disse nada. 

Seu pecado eterno general é achar que dizer - VOU REMOVER A TODOS -, é uma ideia. Acha que isso é a solução deste Moçambique, aliás este problema não é só seu general, é de alguns outros que fogem do debate de ideias como o diabo foge da cruz e refugiam-se na remoção. O país é mais que isso general, aliás, muito mais que isso e o senhor sabe e não será o País de Março a resolver isso.

General o seu governo é improvável enquanto não me responder as perguntas acima. E o senhor deve parar, sim parar de uma vez por todas com essas ameaças, com esses ataques a civis e inocentes. O senhor deve deixar de sequestrar pessoas, intimidar pessoas. O senhor deve abandonar o recurso à violência para se impor politicamente.
General, eu não quero um presidente como aquele que apareceu em Tambara a dizer: QUEM É ESSE ADMNISTRADOR? QUEM É ESSE COMANDANTE DA
POLÍCIA? VÃO LÁ BUSCAR, VÃO CHAMBOQUEAR A ELES. Claramente que este discurso mostra a monstruosidade do senhor e a pseodo-filosofia que vai usar no
País de Março. O senhor quer contrapor-se a política moderna, e disfarçado em democrata trazer aqui a ditadura.
Por último general, tirar uma parte deste País o mesmo deixa de ser Moçambique e mesmo a parte que for a ficar de fora do seu plano, vai deixar de ser Moçambique.
Em suma general, não é o País que lhe interessa mas algo que só o senhor sabe.
Se os abraços dos meus braços chegam a parte incerta então receba-os com ternura e compaixão e uma oração profunda para que seja iluminado.
Lázaro Mauricio Bamo

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