terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Huambo: Tribunal confronta declarações de Kalupeteka

Huambo - O Tribunal Provincial do Huambo confrontou nesta segunda-feira as declarações do líder da seita religiosa "Luz do Mundo", José Julino Kalupeteka, proferidas nos autos de instrução preparatória e de julgamento, para produção da prova material do crime, ocorrido do Monte Sumi, em Abril de 2015. O mesmo resultou no assassinato de nove polícias.
Fonte: Angop
A confrontação das declarações de Kalutepeka, acusado de nove crimes de homicídio qualificado, faz parte das acareações iniciadas na semana passada, com inspecção judicial ao Monte Sumi, onde foram comparadas as intervenções dos declarantes e dos 10 co-arguidos, acusados pelo Ministério Público, no processo querela 141/2015.

Kalupeteka confirmou terem sido encontrados no acampamento do Monte Sumi, município da Caála, 49 quilómetros da cidade do Huambo, antes dos confrontos de 16 de Abril, nove cartões de saldo da operadora de telefonia móvel Unitel, um telemóvel, 49 mil kwanzas e duas bandeiras do partido UNITA.
As bandeiras, confirmou, foram encontradas numa das residências onde se encontravam os fiéis idos do município de Balombo, província de Benguela.
Explicou ter enviado tais meios ao comando da Polícia Nacional no município da Caála, sob orientação de dois membros da corporação, que por sua vez passaram a deslocar-se constantemente ao acampamento, para fiscalizar as actividades da seita, em função da orientação do Governo da província do Huambo.
O Governo do Huambo havia orientado que a mesma não continuasse com as actividades religiosas, por ser ilegal.
O co-réu José Julino Kalupeteka confirmou, ainda, ter recebido uma notificação do Serviço de Investigação Criminal do município da Caála e, posteriormente, ter-se recusado a aceder à convocatória do administrador do mesmo município.
Também explicou que a criação da equipa de vigilância, no Monte Sumi, foi para manter a segurança do local e não para agredir os agentes da Polícia Nacional.
Disse que a equipa de vigilância tinha a missão de interpelar os cidadãos sobre a sua proveniência e objectivo, na medida em que, apesar de o monte estar ocupado por seguidores da seita, não se efectuava actividade religiosa desde Setembro de 2014, por orientação do Governo.
José Julino Kalupeteka negou ter afirmado, nos autos da instrução preparatória, que havia no acampamento entre 200 a 250 fiéis seus, confirmando, contudo, que residiam no Monte Sumi entre 70 a 80 pessoas, 30 das quais obreiros da seita.
Também negou ter dado qualquer orientação aos seus seguidores para se rebelarem contra os agentes da autoridade, mesmo depois da chegada, no local, de feridos provenientes do município de Balombo, na província de Benguela, na sequência de confrontos com a Polícia Nacional.
O julgamento, iniciado a 18 de Janeiro, está a decorrer na 1ª sessão da sala dos crimes comuns.

Retoma na próxima quinta-feira, para possível encerramento da produção da prova, depois de ser ouvido o declarante Joaquim Manuel Pereira, na condição de subcomissário e 2º comandante da Polícia Nacional nesta província, por requerimento ao tribunal do representante do Ministério Público e, posteriormente, as alegações.

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