sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A CAUDA DO ESCORPIÃO - O Adeus a Moçambique', de Giancalo Coccia

Da guerra Colonial à Descolonização - 'A CAUDA DO ESCORPIÃO - O Adeus a Moçambique', de Giancalo Coccia - Lisboa 2011 - Raro




Guerra Colonial - Os últimos dias do império, da guerra colonial à descolonização


'A CAUDA DO ESCORPIÃO - O Adeus a Moçambique'
De Giancalo Coccia
Edição Vertente
Lisboa 2011

Livro com 376 páginas, ilustrado e como novo.
De difícil localização.
Raro.


Da contra-capa:
"Moçambique, de abril a Setembro de 1974. Neste espaço de tempo tão diminuto, o domínio português estilhaçou-se completamente e a FRELIMO pOde então subir ao poder, decidida a estabelecer um regime comunista de inspiração maoista.
Como e porque é que tudo isto aconteceu?

Tendo conseguido percorrer todo o território moçambicano durante este período de transição, Giancarlo Coccia testemunhou, acima de tudo nas províncias do Norte, não só os acontecimentos que corroeram a administração e os esforços de guerra portugueses, mas também as razões políticas e económicas que presidiram a todo o processo. Fruto deste conjunto de experiências e de meses de posterior pesquisa, 'A CAUDA DO ESCORPIÃO' sabe iluminar momentos-chave até hoje pouco compreendidos, casos do massacre de Wiriamu, da reunião secreta do MFA com a FRELIMO, das diligências de Jorge Jardim para lidar com o movimento independentista moçambicano, das tentativas da elite financeira para criar um governo negro não comunista ou das ordens bizarras que, vindas de Lisboa, agrilhoavam a estratégia militar portuguesa.

Contributo imprescindível para o estudo da Guerra do Ultramar e da descolonização, este livro retrata, de forma vívida, os últimos dias do Império Português.

A presente edição revela inúmeros factos inéditos, referentes aos bastidores político-militares da Guerra do Ultramar e da descolonização, podendo, por isso mesmo, funcionar como uma fonte privilegiada de informações não só para professores e estudantes de História Contemporânea, mas também para todos os leitores interessados nos últimos anos do Império Ultramarino Português.

Dado que aborda um período particularmente sensível e traumático do nosso passado recente, período que marcou a vida de grande parte da população nacional, "A Cauda do Escorpião" tem, à partida, um universo muito amplo de leitores potenciais. Este livro permite aos ex-combatentes da Guerra do Ultramar e aos ex-residentes das antigas províncias ultramarinas portuguesas, revisitar algumas das imagens e dos momentos mais marcantes da sua história pessoal.

Ao assumir sem rodeios uma determinada perspectiva dos acontecimentos, a presente obra não esconde a sua natureza polémica e não teme, assim, criar paixões de diferentes polaridades, desde a adesão entusiástica à reprovação inflamada."



GIANCARLO COCCIA
"Depois de se licenciar em Ciência Política, Giancarlo Coccia trabalhou como jornalista em Milão e Bona. Em 1968, cobriu a guerra do Vietname ao lado das Forças Especiais do Exército dos Estados Unidos. Após uma estada em Londres, foi transferido para Bruxelas e incumbido de seguir as actividades da NATO e da antiga Comunidade Económica Europeia. O seu primeiro contacto com a Guerra do Ultramar ocorreu em 1970, quando testemunhou confrontos militares em Angola. Desde então, o embate das ideologias em África monopolizou a sua atenção, levando-o a Moçambique em 1973.

Durante quase todo o período que mediou entre o 25 de Abril e a transferência de soberania para a FRELIMO, Giancarlo Coccia conseguiu permanecer em território moçambicano. Enquanto os restantes jornalistas ocidentais viam os seus movimentos ser limitados a Lourenço Marques e à área circundante, Coccia viajou extensivamente e, várias vezes, na companhia de oficiais de alta patente dos Comandos. O MFA, porém, receoso da presença e das peças jornalísticas do autor, afastou-o por duas vezes do país e mandou-o prender durante três semanas. Não obstante esta detenção, Coccia foi capaz de acompanhar os seis meses caóticos que transformaram Moçambique num estado comunista, meses cujos bastidores agora descreve com uma nitidez e acuidade notáveis."



Do ÍNDICE:
- Prefácio:
Capítulo 1
- Abril de 1974. Recebo uma 'dica' sobre o golpe em Portugal aprazado para 25 de abril - Saímos de Pretória com destino a Nampula - Um aoperação militar contra a grande "Base Beira" da FRELIMO, perto de Nangade e da fronteira com a Tânzania - O objectivo é ter a possibilidade de verificar o efeito do 'golpe' de Estado nos veteranos militares presentes - Jornalistas da Àfrica do Sul chegam ao Quartel-General - Emílio e eu somos 'expulsos do norte, imediatamente depois do 25 de Abril, pelas novas autoridades - Nampula - FRELIMO ou psdeuo FRELIMO? - O factor Rodesiano - Encontros 'estranhos' em Lourenço Marques.
Capítulo 2
- Segredos do Governo de Pretória - Volto a Moçambique - A terrível viagem para Nampula - O cemitério dos comboios - O camião das cervejas - O Rio Zambeze e o "Sabre" - A situação na Zambézia - Nampula, situação militar no QG - Luís Correia ausculta África do Sul.
Capítulo 3
- Luiz em Pretória - Primeiro-ministro Vorster - Montepuez e Macomia - Exército Português aperreado - FRELIMO continua a atacar - Quase perco a vida numa emboscada.
Capítulo 4
- Evacuado para Mueda - Hospital Militar em Nampula - Outra vez Nampula e Montepuez.
Capítulo 5
- Vida nos hospitais militares - "Chissanos's brothers" - Correio Nempula - A 'confraternização' segundo o 'Notícias de Moçambique' - Visita do Luiz ao Hospital em Louremço Marques - O incidente na fronteira de Ressano Garcia - Visita consular - Deixo o hospital militar - Regresso a Nampula.
Capítulo 6
- As Forças Armadas Portuguesas iniciaram a retirada de bases no norte - A CCmds 2045ª rm Sussundenga - Visita do General H. de V. Du Toit a Montepuez - 'Operação Despedida', viagem do major Artur de Freitas - O Massacre de Wiriamu: outra versão? - Jorge Jardim tentou aproximação à FRELIMO? - A frente da Zambézia - Em Lourenço Marques com os Comandos.
Capítulo 7
- Regresso a Montepuez via Beira e Nampula - Incidentes no Lumbo e Ilha de Moçambique - Omar: uma vergonha para o exército - Entrevista com o General Orlando Barbosa em Nampula - O massacre de António Enes - Luiz em contacto com a Military Inteligende sul-africana - O Major Freitas deixa Moçambique - Balama e Negomano - O coronel Manuel Sousa Menezes dá-me 'ordem de marcha': oito horas para sair de Moçambique.
Capítulo 8
- A rebelião de Setembro - Forças Armadas da Tânzania e da FRELIMO chegaram secretamente de avião - Nampula cercada pela PM portuguesa - Os civis capturaram o Rádio clube: vinte minutos de liberade - O exército português contra-ataca com helicanhão contra civis - Decido sair de Moçambique.
Capítulo 9
- A entrada triunfante da FRELIMO na Beira - Saída de Nampula e regresso à África do Sul - Acidente com 'terroristas' que bloqueiam a estrada para o rio Zambeze - Outra vez para a Beira, de comboio.
Capítulo 10
- Falando com a FRELIMO em Nampula - Acampamento 'terrorista' na fronteira sul-africana - Comandos da CCmds 2043º e 2045º envolvidos numa 'gigantesca' bonca em Lourenço Marques - Conversas em Nampula com o 'camarada' M'Pfumo - O Brandão da liberdade 'gigantesca' - O meu 'Land Rover' desaparece - Prisão na Beira - Curta liberdade - Prisão outra vez e, finalmente , casa.
- Notas.



Preço: 47,50€

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