quarta-feira, 10 de junho de 2015

Lider da Renamo diz que foi “muito amigo” de Mabote, suspeito de golpe de Estado

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, revelou à Lusa que era “muito amigo” de Sebastião Marcos Mabote, um importante comandante da Frelimo, acusado de tentativa de golpe de Estado e informalmente associado ao movimento.

“Marcos Mabote foi muito meu amigo, já em princípios da [década de] setenta, eu já havia passado à disponibilidade do exército português, para a vida civil, mas já havia contactos, quase em 1973, com a Frelimo, através de alguns comandantes jauas (uma etnia do norte de Moçambique”, afirmou disse o líder da Renamo em entrevista à Lusa.

O líder da Renamo relatou ainda que, enquanto militar do exército colonial português em missão na província do Niassa teve contacto com Sebastião Marcos Mabote, na altura comandante da Base Ngungunha, que a Frelimo operava durante a guerra de libertação do colonialismo português.

“Conheci alguns guerrilheiros da Frelimo em particular. Não queria dizer, mas vou dizer, o general Marcos Mabote, conheci-o durante a guerra, muitos não sabem, até quem vai ver esta entrevista, vai dizer, ´é por isso que Mabote parecia amigo da Renamo’”, contou Afonso Dhlakama.

Segundo a agencia Lusa, o líder da Renamo aludia a rumores de que Sebastião Marcos Mabote mantinha contactos, já como chefe do Estado-Maior General do exército governamental da Frelimo, com a Renamo, quando este movimento movia uma guerra civil que durou 16 anos até à assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.

Mabote acabou destituído do cargo de chefe de Estado-Maior General devido à incapacidade de as ex-Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) pararem o avanço da guerrilha da Renamo, pouco antes da morte do primeiro Presidente moçambicano, Samora Machel, em 1986.

Caído em desgraça, após a sua exoneração do cargo, e já regressado a Moçambique depois de ter sido enviado para ir estudar numa academia militar em Cuba, Sebastião Marcos Mabote viria a ser acusado de planear um golpe de Estado contra Joaquim Chissano, que sucedeu a Samora Machel, mas foi absolvido por falta de provas, em 1992.

Mabote perdeu a vida em 2001, vítima de afogamento, quando se encontrava a nadar, durante as férias.


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