sexta-feira, 5 de junho de 2015

As controvérsias presuntivas dos desmaios recorrentes das crianças nas escolas públicas - João Hungulo


Luanda - Há anos, que o mistério etiológico dos desmaios que circunda a saúde dos pequenos, na casa racional do conhecimento mostra o seu impacto pertinente, há muito que especulações tomam conta dos factos, acusando a ocorrência destes fenómenos advinda da intoxicação química como factor conditio sine qua non no desenvolver progressivo deste desequilíbrio homeostático que enferma na criança o desmaio, ora ouvimos cá, ora acolá, ora pelo país fora a existência de pessoas de má-fé que de então, inalam aerossol de substâncias tóxicas conspurcando assim o ar valiosíssimo que vivifica a atmosfera nas escolas onde os nossos miúdos de forma afincada buscam o saber que lhes apontará as melhores diretrizes futuras, este ente despido de amor ao próximo, não mede o impacto desagradável dos seus actos asquerosos, assentando as crianças num fado forrado de dúvidas quanto ao aspecto saúde, figurando o ânimo dos pequenos de medo e terror, consequente da insistente invasão de suas escolas por magote de má-fé, cuja maldade não vê limites no curso de seus actos repugnantes, pilhando sem devoção o sossego e a paz que tomam conta dos pequeninos, que pessoa quão bárbara, tão demoníaca, tem vindo a fazer tal gesto? As crianças são inocentes, eis a razão mediante a qual, quando Jesus Cristo fora interrogado pelos seus discípulos sobre quem era o maior no Reino dos Céus, Jesus, chamara um menino, e pusera no meio deles, e dissera: em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus. E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe. Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!
Fonte: Club-k.net
A alegria das crianças tem sido roubada em muitas escolas que centram nos seus objectivos educacionais o ensino primário e secundário e desviada por um tumulto de dimensão emocional atinentes aos desmaios recorrentes de crianças de variadas idades com predilecção para o género feminino, este fenómeno tem privado os nossos miúdos longe da casa do saber por alguns dias.

Especulando este fenómeno, acusamos aos depositários deste fenómenos horroroso de virem de forma cíclica a cometer erros hediondos, contra crianças, seres indefesos, seres brandos e que nada sabem sobre a história e o país em que estão inseridos; as crianças são genuínas, inocentes, são o verdadeiro sentido da pureza e do amor, estes sujeitos antí – sociais, desumanos e marginais de primeira classe, nem sequer amor pelas crianças têm, as crianças são os pilares do futuro, delas se concentra o amanhã, os traumas vividos hoje terão repercussões sombrias sobre o futuro destes inocentes.
Antes de fazer um périplo elucidativo em torno dos factores envolvidos nestes desmaios recorrentes convém conciliar com base fisiopatológica a génese desses desmaios:
O termo médico empregue para a sinonímia do desmaio é a palavra síncope, Síncope é uma perda transitória e autolimitada da consciência, consequente de uma queda abrupta do trânsito circulatório a nível cerebral. Tendo um início rápido, duração breve e a recuperação espontânea e completa. Outras causas de perda transitória da consciência precisam ser distinguidas de desmaio; elas incluem convulsões; isquemia vertebrobasilar, hipoxia (diminuição do transporte de oxigénio pelo sangue a nível das células), e hipoglicémia (diminuição de açúcar no sangue). Um pródromo de síncope (desmaio) (pré – síncope ou pré - desmaio) é comum, embora possa ocorrer perda de consciência sem qualquer sinal de aviso. Os sintomas que antecedem a síncope (desmaio) incluem: tontura, vertigens, fraqueza, fadiga e distúrbios visuais e auditivos. As causas do desmaio podem ser divididas em três categorias principais:
– A síncope mediada neuralmente (ou seja de origem nos nervos do cérebro), «também conhecida como síncope reflexa».
– Hipotensão ortostática (queda brusca da pressão de sangue nas artérias devido a adopção da posição erecta ou em pé).
– Síncope cardíaca (é um desmaios que surge devido a doenças cardíacas).
A síndrome mediada neuralmente compreende um grupo heterogêneo de distúrbio funcionais que se caracterizam por uma alteração transitória nos reflexos responsáveis pela manutenção da homeostasia cardiovascular. Ocorrem vasodilatação episódica e bradicardia em combinações variável, resultando em falha temporária do controlo da pressão sanguínea. Em contraste, nos pacientes com hipotensão ortostática decorrente de insuficiência autônoma, esses reflexos cardiovasculares homeostáticos ficam prejudicados de uma maneira crónica. A síncope cardíaca pode ser decorrente de arritmias ou cardiopatias estruturais, que causam uma queda do débito cardíaco.

O diagnóstico diferencial da perda de conhecimento é um desafio para o clínico uma vez que inclui para além da síncope, situações tão distintas como perda de conhecimento por alterações metabólicas (hipoglicemia, hipoxia ou hiperventilação com hipocapnia), neurológicas (epilepsia, acidentes isquémicos transitórios) ou intoxicações, até situações psicogénicas, sem verdadeira perda de conhecimento.

Após o diagnóstico de síncope, uma vez excluídas as causas de perda de conhecimento não sincopal, torna-se necessário definir a sua etiopatogenia A causa mais frequente de síncope é a reflexa, também denominada neurocardiogénica. Deve-se a uma excessiva resposta fisiológica à redução do retorno venoso, com estimulação dos mecanoreceptores cardíacos, activando uma cascata complexa de inibição simpática e estimulação parassimpática. Dentro das formas mediadas por reflexo, destaca-se a síncope vasovagal, a mais comum (18 % dos casos), habitualmente desencadeada pela dor, emoções fortes, ortostatismo prolongado, do ou stress; a síncope situacional (prevalência de 5 %), assemelha-se à anterior mas acontece em circunstâncias pontuais como a defecação, micção, tosse ou deglutição. A hipotensão ortostática, responsável por 8 % dos casos, define-se como uma descida da pressão arterial sistólica superior a 20 mmHg quando, após o decúbito, se assume a posição ortostática. As palpitações, a dor precordial, as tonturas, o início com o esforço e ainda a história pessoal ou familiar de doença cardíaca apontam-nos para uma causa cardíaca, cujo prognóstico é reservado, quer a causa primária seja estrutural (4 % dos casos) ou disrritmica (14 % dos casos).

Raramente a síncope pode ser desencadeada por insuficiência vertebro-basilar ou carotídea bilateral, através de síndromes de roubo vascular, que habitualmente se acompanham de sintomas neurológicos como diplopia, ataxia ou vertigem.
A avaliação inicial – anamnese cuidada, exame objectivo incluindo medição da pressão arterial em decúbito e posição ortostática e electrocardiograma (ECG) de 12 derivações – é diagnóstica na maioria das situações, reservando os restantes exames complementares de diagnóstico para avaliar e/ou confirmar a patologia ou para casos em que a etiologia não seja perceptível.
No entanto, o diagnóstico nem sempre é fácil, muitas vezes os doentes têm amnésia relativamente ao episódio e não há testemunhas; outras vezes as próprias manifestações não são específicas de causa.
Salienta-se a importância da exclusão de causa cardíaca, responsável pela maior taxa de mortalidade e risco de morte súbita.

Torna-se ainda importante distinguir as formas ditas benignas, cuja reavaliação é desnecessária, não sendo necessária a execução de exames complementares dispendiosos e de baixa rentabilidade, que se utilizam para a avaliação das formas malignas.

Ultimamente foram notificados noventa e seis casos de desmaios de crianças na sua maioria do sexo feminino. A maioria dos que lidam com tal fenómeno alegam a inalação de um gás tóxico que seria nocivo a circulação sanguínea e causaria uma queda abrupta da pressão arterial com consequente desmaio das crianças, outros acusam a tal substância de ser recorrente e causar sucessivas crises na mesma pessoa. Fenómeno este que foi revelado quando se apanhara um marginal que atentava a saúde de alunos e professores do Instituto Médio Politécnico do município do Cazenga, provocando o desmaio de 24 pessoas com a inalação de um gás fútil com princípios activos inerentes a queda súbita da circulação sanguínea.
As crianças vítimas deste fenómeno, apresentam avermelhamento dos olhos (eritema conjuntival), falta de ar (dispneia), mau estar geral, tosse seca, distonia, queda ao solo, e agitação psicomotora, o admirável é que para o combate de tal circunstâncias muitas das crianças melhoram de forma espontânea, outras apenas com a administração de fluidoterapia e oxigenoterapia é suficiente para um resgate salutar.
No que concerne os factores potenciais inerentes a este fenómeno fisiopatológico, há muitas hipóteses que correm pelo país fora, todas elas precisando de provas palpáveis que ocupem espaço no mundo real. Há quem na sua singular hipótese atribui a um síndrome de pânico decorrente de uma primeira crise numa única criança como factor atraente as demais crianças a crise de desmaio, há outros que acreditam na existência de um DNV (distúrbio neuro vegetativo) encontrado na base de sucessivos desmaio com predilecção ao género feminino, há ainda quem pensa numa desordem de índole histérica em decorrência do género feminino manter o predomínio das crises, outros acusam a um estresse neurogénico que se avizinha a épocas de avaliação dos miúdos, o facto de encontrarmos o género feminino como o mais afectado talvez encontra – se a resposta mediante a densidade populacional, na existência de mais crianças do género feminino em relação a crianças do género masculino.
Quando se julga que uma substância química esteja na base presuntiva da génese deste fenómeno, se salva tal hipótese no seguinte raciocínio clínico: a escola de nível primário é frequentada por crianças, e as crianças não padecem de doenças cardiovascular com excepção das crianças que padecem de cardiopatias congénitas, no entanto, não se pode suspeitar numa doença cardíaca, e que tenha uma progressão territorial alastrada, a segunda questão é que as escolas sempre foram frequentadas por crianças, e nunca houve casos do género com esta dimensão, no entanto não se deve atribuir a este fenómeno a um síndrome de pânico, distonia, convulsões, DNV ou histeria, embora seja o sexo feminino o mais afectado, o síndrome de pânico não é transmissível ao ponto de transcorrer em outras províncias, todavia, não se pode atribuir a uma patologia bacteriana ou viral uma vez que patologias desta índole precisam causar uma deterioração neurológica progressiva para que decorra desmaio, e a detecção seria rápida e efectiva.

Todavia, parece obscuro o fenómeno no seu todo, uma vez que se propagou em variadas paradas nacionais, desde Luanda à Cunene, de Cunene à Cabinda, com a afecção predilecta ao género feminino.
Porém, embora se presume ser tal fenómeno oriundo de uma inalação de substâncias tóxicas, seria melhor se não poupássemos esforços que visam derrubar as barreiras que encobrem os mistério circundantes na saúde das crianças em instituições escolares, torna – se imperativo, a formação de um grupo de pesquisadores com a realização de um projecto que visa desvendar os mistérios que encobrem este fenómeno nas escolas do Iº, IIº e IIIº ciclos acadêmicos, é necessário a realização de um trabalho duro que venha despir de uma vez para todas a verdade escondida atrás dos desmaios.
Enquanto não desvendarmos as causas nãos seremos capazes de agir, sucessivos fenómenos do género tomarão posse de nossos putos, conhecendo o factor causal é possível montar um projecto de acção que visa demolir este fenómeno estendendo a saúde sobre as crianças.
«Só na consciência exacta dos nossos problemas poderemos encontrar as verdadeiras soluções»


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