segunda-feira, 8 de junho de 2015

As 5 maiores organizações criminosas do mundo

Apre­sen­tamos uma lista das 5 mai­ores or­ga­ni­za­ções cri­mi­nosas a partir da pro­jeção das suas re­ceitas. Ya­kuza, mafia e car­teis me­xi­canos dis­putam as po­si­ções de topo. Quem será o grande “ven­cedor”?
O ci­ber­crime está nas pri­meiras pá­ginas dos jor­nais hoje em dia, mas os mai­ores grupos de crime or­ga­ni­zado ainda fazem a sua for­tuna a partir das drogas, sexo e ex­torsão.
É di­fícil se­quer re­cuar um par de meses sem ob­servar os efeitos do crime or­ga­ni­zado na eco­nomia e na vida diária. O exemplo mais claro nos dias que correm é a onda de roubos de dados de car­tões de cré­dito que tem atin­gido vá­rias ci­dades dos Es­tados Unidos.
Estas ame­aças fazem a man­chete dos jor­nais e são par­ti­cu­lar­mente as­sus­ta­doras porque o co­mércio on­line é um fe­nó­meno re­la­ti­va­mente novo, e tanto os co­mer­ci­antes como os cli­entes ainda não sabem muito bem como se podem pro­teger dos pi­ratas in­for­má­ticos. No en­tanto, este fe­nó­meno é ainda uma gota no oceano, em termos das quan­tias que cir­culam no crime or­ga­ni­zado.
Um inqué­rito de 2013, con­du­zido pela Ja­velin Stra­tegy and Re­se­arch, es­tima que as perdas anuais nos Es­tados Unidos de­vido a roubos de iden­ti­dade rondam os 20 mil mi­lhões de dó­lares. Mas muitos destes custos advêm dos es­forços para pre­venir os roubos de iden­ti­dade ou da ten­ta­tiva de re­cu­perar dos seus efeitos, e não das re­ceitas pro­pri­a­mente ditas que chegam aos bolsos dos cri­mi­nosos. Com­pa­remos estes va­lores com as es­ti­ma­tivas de re­ceita pura de ou­tras formas de crime or­ga­ni­zado, como o trá­fico de droga e de pes­soas: a Or­ga­ni­zação de Es­tados Ame­ri­canos es­tima que as re­ceitas pro­ve­ni­entes das vendas de co­caína nos EUA chegam aos 34 mil mi­lhões de dó­lares anuais. Quando se soma o mer­cado de ou­tras subs­tân­cias ilí­citas e ou­tras fontes de re­ceita como o trá­fico de pes­soas e a ex­torsão, torna-se claro que o crime or­ga­ni­zado con­tinua a fazer a maior parte da sua for­tuna através dos ne­gó­cios mais tra­di­ci­o­nais. Isto apesar do facto de que os cri­mi­nosos estão sempre à pro­cura de novas formas de fazer di­nheiro.

Então, quais são os maiores grupos de crime organizado do mundo e como ganham eles o seu dinheiro?

As re­ceitas do crime or­ga­ni­zado são muito di­fí­ceis de es­timar, dado que os cri­mi­nosos ha­bi­tu­al­mente passam muito a tempo a tentar es­conder aquilo que ga­nham. Por outro lado, “crime or­ga­ni­zado” é um con­ceito um pouco vago. Tudo desde a uma vasta rede de droga até a uma mão cheia de la­drões de au­to­mó­veis pode ser clas­si­fi­cado como crime or­ga­ni­zado, e a co­esão das or­ga­ni­za­ções de crime or­ga­ni­zado varia muito por todo o mundo. Al­guns grupos, como a Ya­kuza ja­po­nesa, são al­ta­mente or­ga­ni­zados e hi­e­rár­quicos, per­mi­tindo aos eco­no­mistas e às au­to­ri­dades atri­buir-lhes re­ceitas bem mais ele­vadas que a ou­tros grupos.

Eis os cinco maiores gangues criminosos, classificados pelos rendimentos estimados:

1. Yamaguchi Gumi

Re­ceitas: 80 mil mi­lhões de dó­lares
O maior gangue co­nhe­cido chama-se Ya­ma­guchi Gumi, um dos vá­rios grupos que no Japão são co­le­ti­va­mente re­fe­ridos como “Ya­kuza”, um termo que é equi­va­lente a “máfia”. O Ya­ma­guchi Gumi ganha mais di­nheiro a partir de trá­fico de drogas do que de qual­quer outra fonte, de acordo com Hi­ro­mitsu Su­ga­numa, o an­tigo di­retor na­ci­onal da po­lícia ja­po­nesa. As se­guintes fontes de ren­di­mento são o jogo ilegal e a ex­torsão, se­guidas de perto pela “re­so­lução de dis­putas”.
A origem da Ya­kuza data de há cen­tenas de anos e, se­gundo Dennis Mc­Carthy, autor do livro Uma His­tória Eco­nó­nima do Crime Or­ga­ni­zado, os grupos de Ya­kuza estão entre os mais cen­tra­li­zados em todo o mundo. En­quanto ou­tros grupos do su­deste asiá­tico como as Tríades chi­nesas, que são uma con­glo­me­ração de cri­mi­nosos li­gados mai­o­ri­ta­ri­a­mente por laços fa­mi­li­ares, a Ya­kuza está in­ter­li­gada por “ela­bo­radas hi­e­rar­quias”, e os mem­bros, após ini­ci­ados na Ya­kuza, têm de es­quecer todas as ou­tras ali­anças em favor da Ya­kuza. Mesmo com a ofen­siva do go­verno ja­ponês nos anos mais re­centes, esta es­tru­tura cen­tra­li­zada torna fácil atri­buir uma enorme re­ceita a um único gangue.

2. Solntsevskaya Bratva

Re­ceitas: 8,5 mil mi­lhões de dó­lares
Os grupos de máfia russa po­si­ci­onam-se no ex­tremo oposto da Ya­kuza, em termos de or­ga­ni­zação. A sua es­tru­tura, de acordo com Fre­de­rico Va­rese, pro­fessor de cri­mi­no­logia da Uni­ver­si­dade de Ox­ford e pe­rito em crime or­ga­ni­zado in­ter­na­ci­onal, é al­ta­mente des­cen­tra­li­zada. O grupo é com­posto por 10 “bri­gadas” se­pa­radas e pra­ti­ca­mente au­tó­nomas, que operam in­de­pen­den­te­mente umas das ou­tras. Con­tudo, o grupo par­tilha os seus re­cursos, e o di­nheiro é con­tro­lado por um con­selho de 12 pes­soas que “se reúne re­gu­lar­mente em di­fe­rentes partes do mundo, fre­quen­te­mente mas­ca­rando os seus en­con­tros com su­postas oca­siões fes­tivas”, afirma Va­rese.
Es­tima-se que o grupo tenha mais de 9 mil mem­bros, e que a sua prin­cipal ati­vi­dade seja o trá­fico de droga e de pes­soas. Em termos ge­rais, o crime or­ga­ni­zado russo está for­te­mente en­vol­vido no trá­fico de he­roína que provém do Afe­ga­nistão: es­tima-se que a Rússia con­suma cerca de 12% da he­roína mun­dial, num país que contém apenas 0,5% da po­pu­lação mun­dial.

3. Camorra

Re­ceitas: 4,9 mil mi­lhões de dó­lares
En­quanto a máfia Ítalo-ame­ri­cana nos EUA tem sido en­fra­que­cida nas dé­cadas re­centes pelas ofen­sivas das au­to­ri­dades, a máfia ita­liana con­tinua plena de força. Apesar dos es­forços de ci­da­dãos, jor­na­listas e do go­verno ita­liano, os go­vernos lo­cais em Itália con­ti­nuam li­gados e a pro­teger vá­rios grupos da máfia – ao ponto de, em 2013, um es­tudo da Uni­ver­sità Cat­to­lica e do Centro de In­ves­ti­gação do Crime de Tran­sa­ções ter es­ti­mado que as ati­vi­dades da máfia gerem re­ceitas de 33 mil mi­lhões de dó­lares, na sua mai­oria di­vi­didos entre os quatro mai­ores grupos cri­mi­nosos do país.
A Ca­morra é destes grupos aquele que tem mais su­cesso, ar­re­ca­dando cerca de 4,9 mil mi­lhões de dó­lares por ano em todo o tipo de ati­vi­dades, desde “ex­plo­ração se­xual, trá­fico de armas, drogas, con­tra­fação, jogo ilegal… usura e ex­torsão”, pode ler-se no re­la­tório. E a Ca­morra tem es­tado em ati­vi­dade há muito tempo. Ba­seada em Ná­poles, a his­tória do grupo co­meça no sé­culo XIX, como se formou ini­ci­al­mente como um gangue de prisão. À me­dida que os seus mem­bros foram sendo li­ber­tados, o grupo flo­resceu du­rante as lutas po­lí­ticas em Itália du­rante 1800, ofe­re­cendo ser­viços de pro­teção e as­su­mindo-se como uma força para or­ga­ni­zação po­lí­tica entre a po­pu­lação mais pobre.

4. ‘Ndrangheta

Re­ceitas: 4,5 mil mi­lhões de dó­lares
Ba­seada na re­gião ita­liana da Ca­lá­bria, a ‘Ndrangheta é o se­gundo maior grupo ma­fioso do país, em termos de re­ceitas. Este grupo está en­vol­vido nas mesmas ati­vi­dades ilí­citas que a Ca­morra, mas a ‘Ndrangheta cons­truiu o seu nome ao es­ta­be­lecer laços in­ter­na­ci­o­nais com os ne­go­ci­antes de co­caína da Amé­rica do Sul, e assim con­trola muito do mer­cado de droga tran­sa­tlân­tico que ali­menta a Eu­ropa. Tem também vindo a ex­pandir as suas ope­ra­ções nos Es­tados Unidos, e ajudou a es­ta­be­lecer as fa­mí­lias Gam­bino e Bon­nano em Nova Iorque. Em fe­ve­reiro, as au­to­ri­dades ita­li­anas e norte-ame­ri­canas de­ti­veram de­zenas de mem­bros da fa­mí­lias ‘Ndrangheta e Gam­bino, que foram acu­sados de crimes re­la­ci­o­nados como o trá­fico de droga tran­sa­tlân­tico.

5. Sinaloa Cartel

Re­ceitas: 3 mil mi­lhões de dó­lares
A Si­nola é o maior cartel de droga do Mé­xico, um dos vá­rios gan­gues que têm ater­ro­ri­zado a po­pu­lação me­xi­cana e que serve de in­ter­me­diária entre os pro­du­tores de droga sul-ame­ri­canos e o enorme mer­cado ame­ri­cano. O de­par­ta­mento de Po­lí­tica de Con­trolo de Droga da Casa Branca es­tima que os norte-ame­ri­canos gastam 100 mil mi­lhões de dó­lares por ano em drogas ile­gais, e a RAND Cor­po­ra­tion afirma que cerca de 6,5 mil mi­lhões dessa quantia chega aos car­téis me­xi­canos. Com uma es­ti­mada quota de 60% desse mer­cado, a Si­nola está a ame­a­lhar quase 3 mil mi­lhões de dó­lares por ano.
Apesar da de­tenção do líder da Si­nola em fe­ve­reiro, o cartel pa­rece ter evi­tado o tipo de ba­talha san­grenta – e dis­pen­diosa – para a su­cessão ao leme do grupo, que se ve­ri­ficou com ou­tros car­téis quando o líder foi neu­tra­li­zado.

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