quarta-feira, 3 de junho de 2015

Anos de conluios e propaganda oficiosa inquinada ofuscam a verdade.

“Quem quiser ver, é só subir ao monte”

Canal de Opinião por Noé Nhantumbo

Temos a presente política do país como produto de um emaranhado de posições voltadas para a manutenção do poder. Foi-se laborando ao gosto dos detentores do poder, e estes foram arrastando e atraindo todo o tipo de elementos em sua defesa.
Hoje, ouvimos coisas sensatas e outras disparatadas a respeito dos impasses negociais. Uns estavam à espera de cedências estratégicas para consolidar o seu poder, e outros julgavam que seu interlocutor agia de boa-fé.
Assiste-se à aplicação de preceitos maquiavélicos sem muita convicção ou consequência. Existem muitos participantes ou acompanhantes que cantam hossanas ao “Príncipe” sem se importarem sobre as consequências. Vale o dia de hoje e vale brilhar junto aos que detêm o poder. Quanto ao que pode comprometer e diluir tal poder, é coisa de amanhã.
O advento do pluralismo político foi como que uma cedência temporária para organização da “casa” e “cortar as asas” aos opositores.
Quem fala de poderes democráticos e da necessidade de se respeitarem, está a mentir quando, volta e meia, temos a maioria parlamentar coagida e orientada em votar a favor daquilo que o Executivo controlado pela Comissão Política quer ver estabelecido e executado.
Os propalados ventos da democracia soprando no continente são na verdade uma farsa formal para consumo da opinião pública. Na hora da verdade, são os canhões, gás lacrimogéneo e assassinatos políticos que regem e comandam.
A democracia real e palpável é um pavor para a nomenclatura africana que não perde tempo em coordenar acções, criar alianças e avançar para a repressão da vontade popular.

Moçambique tem vivido uma realidade de falsidades. O diálogo político não é aberto e as partes encontram-se imbuídas de desconfianças por todo um historial de incumprimento de acordos políticos.
Quando se negoceia com base em pressupostos armadilhados e se espera arrastar a outra parte até ao desespero de causa, “encostar à parede”, os resultados são imprevisíveis. A “escola de Maputo” “não dá ponto sem nó”.
O circuito político moçambicano é como que um circo sem graça e com espectadores enfastiados e cansados de tanta mediocridade.
Um parlamento apto a aprovar resoluções para seu próprio benefício com voto unânime, mas lento e incapaz de atender aos assuntos urgentes e estruturantes de todo um povo, não merece o nome de “casa do povo”. O povo vive em casebres e alimenta-se conforme a sorte o ditar. Há uma manifesta incapacidade de “pensar grande e realizar grande”. Temos um parlamento “barriguista” e, mesmo que para lá fossem parar propostas com valor e rigor, propostas defensoras e promotoras da paz e estabilidade, em virtude do voto condicionado dos seus deputados, não teríamos aprovação de coisa alguma.
Pretende-se que a lei deve ser cumprida e o critério de adopção de qualquer entendimento político, mas isso só é feito quando convém a uma das partes. Está aparentemente muito longe dos interlocutores políticos nacionais que a política é que define e determina o sentido das leis.
É desesperante assistir ao arrastar de uma situação que tem todo o potencial de provocar danos irremediáveis à paz, e ver como se comportam compatriotas com responsabilidades políticas inalienáveis. É inaceitável que objectivos e agendas privadas privem milhões de pessoas de paz, justiça, equidade e dignidade.
A informalidade e as negociatas que se transformam a olhos vistos em cultura predominantes têm consequências que lesam o tecido moral e ético de toda uma sociedade. Um país em que tudo serve para configurar uma bolada tem os políticos combinando boladas que lesam milhões de pessoas.
É vergonhoso que “ilustres cidadãos” andem à procura de “pontos e vírgulas”, quando todo um povo espera e anseia por entendimentos conducentes à normalização governativa e da sua vida.
Não se pode transformar o passado, mas é possível trabalhar hoje para que o dia de amanhã seja diferente.
Há razão para se estar preocupado e inquieto face ao desenrolar dos acontecimentos. Os conselheiros das partes estão desfasados no tempo e no espaço.
Quando se impede milhões de pessoas de pensar fora daqueles paradigmas transformados em dogmas que determinam que só é valido o que é elaborado por um “grupo de sábios omniscientes”, estão criadas as condições para o falhanço continuado de toda uma sociedade.
Nem tudo o que alguém de nós saiba ou pense que sabe é certo, e ouvir outros é fundamental. Excluir os outros e circunscrever tudo ao nosso círculo de relações e simpatias acaba por ser redutor e sinónimo de inflexibilidade. Não queremos “pombas falsas obreiras da paz”. Queremos a paz.
Os moçambicanos não querem “pão e circo”, “Tentação e Famashows”, “dubaizitos” e uma casa no complexo do Zimpeto.
Não se advoga a igualdade absoluta, mas sim direitos políticos e económicos iguais, e isso assusta aos “libertadores” e sua fauna acompanhante.
A distribuição do “espólio” entre os “vencedores” está condicionando e complicando posições no tabuleiro negocial.
Transparece que ninguém quer ficar na história como aquele que “entregou o ouro aos bandidos”, quando afinal não há bandidos, mas, sim, moçambicanos que venceram as eleições, e outros que as perderam.
Medidas de controlo de danos executadas por via da manipulação judicial e política, com alto patrocínio do aparato de defesa e segurança são parcial e temporariamente efectivas, mas, a médio e longo prazo, só adiam convulsões sociais e políticas.
E como que a estender o campo de acção e abrangência dos ataques, vemos prelados religiosos sendo recrutados e envolvidos na ofensiva de branqueamento da verdade histórica e política.
A resiliência de todo um povo não será vencida pela orquestração político-judicial nem por “think-tanks” de génese apressada e dogmática.
Nestas alturas, já se deveria ter descoberto que a fórmula da PAZ é superior a instruções de voto ou a decisões de qualquer comissão política de que partido seja.
É erróneo pensar-se ou supor que estão criadas as alianças necessárias e inquebrantáveis para suportar qualquer situação do desentendimento definitivo das partes que negoceiam “surdas e mudas” no CCJC.
O desprezo acentuado pela vontade popular é indisfarçável. Não há “fortes” inexpugnáveis e nenhum Estado, por mais policiado que tenha sido, resistiu à fúria das “ondas do mar” que é o povo de um país.
Poderia ser mais fácil e rápido alcançar um entendimento em sede de negociações, mas parece não haver predisposição para que tal aconteça.
Com os “padres rezando a missa do diabo”, mais difícil vai ser.
Com a comunicação social arregimentada dando primazia à falsidade e inverdades, privilegiando espaço e tempo de antena a caixas de repetição de discos furados, elogiando e propagandeando posições de suposta sabedoria e dons que só ela sabe e consegue ver, temos o barco chamado Moçambique a caminho de encontro a penhascos “aguçados”. (Noé Nhantumbo)
CANALMOZ – 03.06.2015


Caso Castel-Branco

O editor do mediaFAX, Fernando Mbanze, acaba de ser constituído arguido no processo 503/13-B, acusado de difamação à figura do Presidente da República de Moçambique. Fernando Mbanze tomou conhecimento de ter sido constituído arguido na manhã desta terça-feira, quando, depois de notificado deslocou-se à Procuradoria do distrito municipal Kapfumu na companhia do advogado da mediacoop, SA.

A acusação, segundo se sabe, data de Dezembro de 2013, cerca de um mês depois de o mediaFAX ter publicado o conteúdo de um post do facebook feito pelo economista, investigador e docente universitário, Prof, Dr, Carlos Nuno Castel-Branco.

O post, recorde-se, criticava duramente o antigo Presidente da Republica, Armando Guebuza, no âmbito da gestão do dia-a-dia do país, particularmente em aspectos relacionados com criminalidade no geral, raptos e tensão político/militar, opondo o governo e o partido de Afonso Dhlakama, a Renamo.

Ao que tudo indica, Carlos Nuno Castel-Branco e o director do jornal Canal de Moçambique, Fernando Veloso, também foram constituídos arguidos.

(Raf. Ricardo)

MEDIA FAX – 03.06.2015


Carta aberta ao Presidente de Moçambique

 
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Por  Carlos Nuno Castel-Branco
Senhor Presidente, você está fora de controlo. Depois de ter gasto um mandato inteiro a inventar insultos para quem quer que seja que tenha ideias sobre os problemas nacionais, em vez de criar oportunidades para beneficiar da experiência e conhecimentos dessas pessoas, agora você acusou os media de serem culpados da crise política… nacional e mandou atacar as sedes políticas da Renamo.
A crise político-militar que se está a isntalar a grande velocidade faz lembrar as antecâmaras do fascismo. Em situações semelhantes, Hitler e Mussolini, Salazar e Franco, Pinochet e outros ditadores militares latino-americanos, Mobutu e outros ditadores africanos, foram instalados no poder, defendidos pelo grande capital enquanto serviam os interesses desse grande capital, e no fim cairam.
Será que você, senhor Presidente, se prepara para a fascização completa do País? Destruir a Renamo, militarmente, é um pretexto. Fazer renascer a guerra é um pretexto. Parte do problema dos raptos – não todo – e do crime e caos urbano é um pretexto. Permitir a penetração da Al Quaeda em Moçambique é um pretexto. Pretexto para quê? Para suspender a constituição e aniquilar todas as formas de oposição, atirando depois as culpas para os raptores e outros criminosos e terroristas, ou para aniquilá-los em nome da luta pela estabilidade.
Senhor Presidente, você pode estar a querer fascizar o País, mas não se esqueça que a sua imagem e a do seu partido estão muito descredibilizadas – por causa de si e do seu exército de lambe botas. E essa credibilidade não se recupera com palavars e com mortos. Só se pode recuperar com a paz e a justiça social. O que prefere, tornar-se num fascista desprezível e, a longo prazo, vencido? Ou um cidadão consciente e respnsável que defendeu e manteve a paz e sugurança dos cidadãos, evitando a guerra e combatendo o crime?
Senhor Presidente, você tem que ser parte da solução porque você é uma garnde causa do problema. Ao longo de dois mandatos, quem se rodeou de lambe botas que lhe mentem todos os dias, inventam relatórios falsos e o assessoram com premissas falsas? Quem deu botas a lamber e se satisfez com isso, com as lambidelas? Quem se isolou dos que realmente o queriam ajudar por quererem ajudar Moçambique e os moçambicanos, sem pretenderem usufruir de benefícios pessoais? Quem preferiu criar uma equipa de assessores estrangeiros ligados ao grande capital multinacional em vez de ouvir as vozes nacionais ligadas aos que trabalham honestamente? Quem insultou, e continua a insultar, os cidadãos que apontam problemas e soluções porque querem uma vida melhor para todos (meamo podendo estar errados, honestamente lutam por uma vida melhor para todos)?
Quem acusa os pobres de serem preguiçosos e de não quererem deixar de ser pobres? Quem no principio e fim dos discursos fala do maravilhoso povo, mas enche o meio com insultos e desprezo por esse mesmo povo?
Quem escolheu o caminho da guerra e a está a alimentar, mesmo contra a vontade do povo maravilhoso? Quem diz que a guerra, e o desastre humanitário a ela associado, é um teste à verdadeira vontade de paz do povo maravilhoso? Por outras palavras, quem faz testes politicos com a vida do povo maravilhoso? Quem deixa andar o crime, a violência e a pobreza, quem deixa andar a corrupção, o compadrio e as associações criminosas? Quem nomeia, ou aceita a nomeação, de um criminoso condenado a prisão maior para comandante de uma das principais forças policiais no centro do país?
Quem se apropria de toda a riqueza e ao povo maravilhoso oferece discursos e dessse maravilhoso povo quer retirar (ou gerir, como o senhor diz) qualquer expectativa? Quem só se preocupa com os recursos que estão em baixo do solo, mandando passear as pessoas,os problemas e as opções de vida construídas em cima desse solo? Quem privatiza os benefícios económicos e financeiros dos grandes projectos, e depois mente dizendo que ainda não existem?
Quem se defende nos media internacionais dizendo que passou todos os seus negocios para os familiares enquanto é presidente – e quem é suficientemente idiota para aceitar isto como argumento e como defesa?
Quem divide moçambicanos em termos raciais e étnicos, regionais e tribais, religiosos e políticos – já agora, o que são moçambicanos de gema? Serão os autómatos despersonalizados e ambiciosos que nascem das gemas dos seus patos? O que são moçambicanos de origem asiática, europeia ou africana – são moçambicanos ou não são?
Quem ficou tão descontrolado que hoje acusa os media de serem criadores do clima que se vive no país – foram os media que se apropriaram das terras, iniciaram uma guerra, deixam andar o crime urbano e foram pedir conselhos ao Zé Du? Que tipo de media você quer? Um jornal noticias que não tem uma referência destacada a três grandes manifestações populares pela paz e seguranca e justiça social que aconteceram ontem no nosso país, embora tenha uma noticia sobre manifestações contra violações no Quénia? Porque é que as manifestações dos outros são verdade e as nossas mentira?
E, já agora, senhor Presidente, pode esclarecer-nos quem matou Samora?
Senhor Presidente, você não merece representar a pérola do Indico nem liderar o seu povo maravilhoso. E desmerece-o mais cada dia. Você foi um combatente da luta de libertação nacional e um poeta do combate libertador, mas hoje não posso ter a certeza que liberdade e justiça tenham sido seus objectivos nessa luta heróica.
O povo maravilhoso, ontem, prestou homenagem a Mocambique, a Mondlane e Samora, aos valores mais profundos da moçambicanidade cidadã e da cidadania moçambicana. Foi bonito ver as pessoas a manifestarem-se por causas justas comuns, a partilharem a água e as bolachas, a abraçarem-se e distribuirem sorrisos, a apanharem o lixo que uma tão grande multidão não poderia deixar de criar. Foi bonito ver quão bonitos e cívicos Moçambique e os moçambicanos, na sua variedade, são. Foi bonito ver os cidadãos aplaudirem a polícia honesta e abraçarem os seus carros, e os polícias absterem-se de atacar os cidadão. Foi bonito ver que conseguimos juntar uma multidão consciente, cívica e honesta, que o seu porta voz partidário, Damião José, foi incapaz de desmobilizar. Foi bonito ver a bandeira e o hino nacionais a cobrirem todos os moçambicanos, moçambicanos que são só moçambicanos e nada mais.
E no seu civismo e afrimação da cidadania moçambicana, esta multidão para si só tinha três palavras: “fora, fora, fora”. Tenha dignidade e, pelo menos uma vez na vida, respeite os desejos do povo. Reuna os seus patos e saia, saia enquanto ainda há portas abertas para sair e tempo para caminhar. Não tente lutar até ao fim. Isso só vai trazer tragédia, mortes e sofrimento para todos e, no fim, inevitavelmente, você e todos os outros belicistas, criminosos e aspirantes a fascistas, sejam de que partido forem, serão atirados para o caixote do lixo da história. Saia enquanto é tempo, e faça-o com dignidade. Ninguém se esquecerá do que você fez – de bem e de mal – mas perdoa-lo-emos pelo mal por, pelo menos no fim, ter evitado uma tragédia social e saído com dignidade.
Que, pelo menos, o seu último acto seja digno e merecedor deste povo maravilhoso. E, enquanto se prepara para sair, por favor devolva ao país e ao Estado a riqueza de que você, a sua família e o seu grupo de vassalos e parceiros multinacionais se apropriaram. Leve os seus patos mas deixe o resto. E, por favor, use as presidências abertas, pela última vez, mas para se despedir, pedir desculpas e devolver a riqueza roubada.
Saia, senhor Presidente, enquanto ainda é suficientemente Presidente para sair pelas suas próprias pernas.
Você sabe, de certeza, o que quer dizer “A Luta Continua!” Então, saia.
E não perca tempo a abater ou mandar abater ou encorajar a abater ou deixar abater alvos seleccionados, sejam eles quem forem. O sangue de cada um desses alvos só vai engrossar ainda mais o rio em cheia que o atirará a si, e seus discípulos, como carga impura, para as margens do rio poderoso fertilizadas pela luta popular. O povo não morre, e é o povo, não um alvo seleccionado, seja quem for, quem faz a revolução. Não se esqueça que a fúria do rio em cheia é proporcional à água que nele flui e à pressão que sobre ele exercem as margens opressoras.
Senhor Presidente, não tente fascizar Moçambique. Se o fizer, pode levar tempo, podem muitas vidas ser encurtadas pelas suas forças repressivas de elite, mas se seguir este caminho, você sairá derrotado. A história não perdoa.
Adeus, senhor Presidente, vá descansar na sua quinta com a sua família e dê à paz e à justiça social uma oportunidade nesta pérola do Índico e em benefício do seu maravilhoso povo. Por favor.
Não lhe queremos mal. Mas, acima de tudo, queremos a paz e que os benefícios do trabalho fluam para todos.






...da margem do Rio Pitamacanha Por: António Nametil Mogovolas de Muatua

África, em geral e Moçambique, também, em particular, se debate com a falta de quadros que dominem a ciência e a técnica para acelerarem o nosso desenvolvimento. A propósito desta triste realidade, com a devida autorização do autor, citarei, "ipsis verbis" uma passagem, magistralmente bem escrita, sobre este assunto por Tokwene, um novel escritor – que um dia será Nobel - no seu último romance "Mai-Mai, a Graça na Desgraça".

Eis o que Tokwene nos ensina acerca deste fenómeno: "De Gorongosa para Caia, foi uma verdadeira viagem de descoberta. Numa extensão sem limites, eles podiam contemplar uma imensa mata grossa que se estendia desde a estrada até ao interior, em direcção à imensa, extensa, gigantesca e imponente serra que dava nome a toda a região. Uma variedade infinita de plantas, árvores, arbustos e capim povoavam a floresta com o verde viçoso de folhas cheias de vida e esperança.

Era uma floresta ainda virgem com terras ainda por desbravar, explorar e habitar. Mais adiante, despontava uma imensa savana com terras também virgens e extensas. Surpreendida, Joalina questionou. – Porque disputam os homens a terra, em Moçambique, se há tanta terra virgem por desbravar, explorar e habitar? – Essa é a já velha contradição com que os países pobres do mundo vão ter que conviver, ainda por muito tempo.





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A reserva florestal de Mecuburi, localizada na província de Nampula, considerada a maior do país e segunda em extensão do continente africano com cerca de 230 mil hectares, está em processo de desocupação voluntária das famílias que vivem no seu interior. O objectivo da medida do governo que vigora desde Maio último é minorar o nível do abate desregrado e ilegal dos recursos madeireiros e de espécies medicinais incluindo o aba-te de animais existentes no interior da reserva.

As autoridades governamentais da província não dispõem neste momento de estatísticas relativas ao número de famílias que vivem no interior da reserva florestal. Contudo, segundo a directora distrital do serviço de actividades económicas em Mecuburi, Maria de Lurdes, sabe-se que a exploração desregrada e ilegal de recursos florestais e faunísticos e consequente comercialização constitui fonte de sobrevivência.

A reserva florestal de Mecuburi é rica em espécies comerciais nomeadamente jambiri, umbila, monzo, pau-preto entre outras. São ainda visíveis algumas espécies da fauna bravia como leões, elefantes e rinocerontes, mas são abundantes animais de pequeno porte sobretudo javalis e gazelas.

Maria de Lurdes, explicou ainda que os factores que constituem atracção a presença de algumas famílias no interior daquela reserva florestal é, além da caça para o consumo e comercialização da carne dos animais e de troféus, as terras férteis para a prática da agricultura.







Canal de Opinião por Noé Nhantumbo

Anos de conluios e propaganda oficiosa inquinada ofuscam a verdade.

Temos a presente política do país como produto de um emaranhado de posições voltadas para a manutenção do poder. Foi-se laborando ao gosto dos detentores do poder, e estes foram arrastando e atraindo todo o tipo de elementos em sua defesa.
Hoje, ouvimos coisas sensatas e outras disparatadas a respeito dos impasses negociais. Uns estavam à espera de cedências estratégicas para consolidar o seu poder, e outros julgavam que seu interlocutor agia de boa-fé.
Assiste-se à aplicação de preceitos maquiavélicos sem muita convicção ou consequência. Existem muitos participantes ou acompanhantes que cantam hossanas ao “Príncipe” sem se importarem sobre as consequências. Vale o dia de hoje e vale brilhar junto aos que detêm o poder. Quanto ao que pode comprometer e diluir tal poder, é coisa de amanhã.
O advento do pluralismo político foi como que uma cedência temporária para organização da “casa” e “cortar as asas” aos opositores.
Quem fala de poderes democráticos e da necessidade de se respeitarem, está a mentir quando, volta e meia, temos a maioria parlamentar coagida e orientada em votar a favor daquilo que o Executivo controlado pela Comissão Política quer ver estabelecido e executado.
Os propalados ventos da democracia soprando no continente são na verdade uma farsa formal para consumo da opinião pública. Na hora da verdade, são os canhões, gás lacrimogéneo e assassinatos políticos que regem e comandam.
A democracia real e palpável é um pavor para a nomenclatura africana que não perde tempo em coordenar acções, criar alianças e avançar para a repressão da vontade popular.



Posted at 10:55 in Noé Nhantumbo - Uma opinião | Permalink | Comments (0) ShareThis




A Renamo diz que não foi informada sobre a cerimónia da extinção da Equipa Militar de Observação das Hostilidades Militares, realizada pelo Governo na passada segunda-feira no Centro de Conferências “Joaquim Chissano”. 
Saimone Macuiana, negociador-chefe da Renamo, disse na terça-feira ao “Canalmoz” que ficou surpreendido com a cerimónia, porque a sua delegação e os peritos militares do seu partido não estavam informados sobre o evento da despedida.
A EMOCHM foi criada no âmbito da lei nº 29/2014, de 9 de Setembro, que aprova o Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, assinado pelo então Presidente da República, Armando Guebuza, e pelo presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, a 5 de Setembro de 2014.
Sobre o apelo feito pelo ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, José Pacheco, para os peritos militares da Renamo que estavam na EMOCHM se integrarem na Polícia e nas Forças Armadas, se quiserem, a Renamo diz que “Pacheco não manda nos homens da Renamo”.
A Renamo diz que, se o Governo achar que a missão de observação acabou, o que deve fazer é devolver os homens à sua proveniência, nomeadamente à Gorongosa e a Sadjundjira, tal como os trouxe, quando vieram integrar a EMOCHM.
A Renamo diz que está à espera da procuração do Presidente da República que atribui poderes a José Pacheco para extinguir a EMOCHM.





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Maior escândalo financeiro continua na ordem do dia

A dívida está a ter efeitos negativos nas contas públicas, e o Estado terá de intervir directamente, emitindo dívida soberana de longo prazo. Governo obrigado a renegociar a dívida.

O escândalo em volta da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM), um dos negócios mais obscuros e corruptos montado por Armando Guebuza, Manuel Chang e Filipe Nyusi continua a dar provas de fraude.
O “Africa Monitor Intelligence” – uma publicação especializada em informações estratégicas sobre países africanos de língua portuguesa – escreve na sua edição de segunda-feira, dia 1 de Junho, que a dívida de 850 milhões de dólares está insustentável, e que o Governo não está a conseguir pagar aos franceses, e vai partir para a renegociação com o estaleiro onde encomendou os barcos.
A previsão para o início do serviço da dívida é Setembro. Mas não há condições. Segundo o “Africa Monitor Intelligence”, a dívida está a ter influência na derrapagem financeira, e o Estado deverá intervir directamente, emitindo uma dívida soberana de longo prazo. A EMATUM está a influenciar a derrapagem financeira e cria desagrado no seio dos doadores pela forma como o Governo está a gerir o assunto. Embaixadores nórdicos já escreveram ao Governo a pedir explicações sobre a EMATUM e a sua fiscalidade, mas até o hoje o Governo não sabe o que dizer. Citando a empresa consultora norte-americana “Teneo Intelligence”, o “Africa Monitor” refere que “o Governo parece ciente de que a empresa não está em condições de iniciar o serviço da dívida já em Setembro”.







MINISTRO da Cultura e Turismo, Silva Dunduro, considera que os discursos do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, estão a contribuir para redução do fluxo turístico em Moçambique.

Dunduro desafia a Renamo a abandonar os discursos belicistas, pois estes afectam vários elementos que contribuem para o desenvolvimento do país.

O governante apontou que uma das consequências dos discursos belicistas do líder da Renamo é o receio que se verificou nos últimos três meses para investir na província de Sofala.

O Ministro da Cultura e Turismo falava, esta segunda-feira, no programa “Cartas na Mesa” da Rádio Moçambique.

NOTÍCIAS – 03.06.2015

NOTA:

O Ministro devia preocupar-se igualmente com a qualidade da oferta, a segurança do turista, os acessos e os preços. Elevados de mais. Comparem, por exemplo, este pacote à Tailândia http://travelbird.pt/52991/circuito-tailandia-banguecoque-krabi-voos/?suppress_popup=1&utm_source=adsalsa003_pt&utm_medium=email&utm_campaign=pt-wk22-2015-to-fly-am-sun-circuito-tailandia-banguecoque-krabi-voos&utm_content=PT20150602&uuid=557c0646-fab6-4336-9cae-be16e6282176


Fernando Gil

MACUA DE MOÇAMBIQUE










02/06/2015

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OS desmandos que se registam no sector das florestas em Sofala têm a ver com a vulnerabilidade dos líderes comunitários, que a troco de valores monetários irrisórios permitem que cidadãos estrangeiros registados como compradores da madeira se lancem no seu corte e processamento, em violação à lei que confere este direito exclusivamente a nacionais, consideram concessionários florestais e operadores de licenças simples naquela região do país.

O fenómeno, que já está a criar elevados prejuízos económicos e sociais ao país e à região centro, em particular, voltou a ser levantado há dias pela governadora provincial, Maria Helena Taipo, num encontro com operadores florestais, líderes comunitários e administradores dos distritos onde abundam espécies florestais na província.

Mas os concessionários florestais e operadores de licenças simples não têm papas na língua e acusam mesmo alguns cidadãos de origem asiática, sobretudo chineses, de subornar régulos para a exploração ilegal de recursos naturais e de fuga ao fisco.

O presidente da Associação de Concessionários Florestais (ACFLOR) em Sofala, Rui Gonçalves, que louvou a iniciativa do Governo de se sentar à mesma mesa com os operadores visando procurar soluções para os problemas do sector, deplorou uma alegada dualidade de critérios na atribuição de áreas de exploração, o que, no seu entender, está a provocar um descontentamento generalizado entre os membros da agremiação. 

Apontou a falta de reflorestamento e o facto de a taxa de 20 por cento resultante da exploração de recursos naturais não estar a ser canalizada às comunidades há já dois anos.







A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou hoje o envolvimento de quatro agentes da corporação no roubo de 12 cornos de rinoceronte, dos 65 apreendidos no dia 12 de Maio do ano em curso, numa residência localizada na província meridional de Maputo.
Falando durante o habitual briefing semanal, o porta-voz da PRM, Pedro Cossa, apontou os agentes envolvidos como sendo Calisto, que ocupava o cargo de inspector da PRM e chefe da brigada da Polícia de Investigação Criminal; Faustino Artur, inspector principal da PRM; Victor Luís Arone e o subinspector da PRM, Tadeu Gaspar, sargento da PRM.
O grupo também inclui Elias Matusse, afecto na Direcção Provincial de Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural na Província de Maputo e os cidadãos Zefanias Aurélio e John Chaúque que terão produzido as réplicas para substituir os cornos genuínos, apresentadas à imprensa no dia confirmação do roubo e da sua detenção.
Na semana passada, o porta-voz da PRM ao nível da província de Maputo, Emídio Mabunda, confirmou o roubo dos cornos e detenção de seis indivíduos. Na ocasião, disse que ainda era prematuro avançar se agentes da PRM estariam envolvidos no caso.
Contudo, a ausência de envolvimento de agentes da PRM neste roubo seria impossível porque, segundo o próprio Mabunda, a indicação das pessoas que guarneceram o local onde estavam os cornos, que já estavam fora da alçada da PRM, tinha sido em coordenação entre aquela corporação e outros órgãos do Estado.







Tráfico de animais

Quatro dos seis detidos em conexão com o roubo de cornos de rinocerontes na Matola são agentes seniores da Polícia da República de Moçambique.

A informação foi confirmada hoje, terça-feira, pela Polícia da República de Moçambique (PRM) na voz de Pedro Cossa, porta-voz do Comando Geral.

Esta informação contraria o pronunciamento do porta-voz da corporação da província de Maputo, Emídio Mabunda, que negou o envolvimento de membros da PRM.

O PAÍS – 02.06.2015

NOTA: Atenção que são "agentes seniores". Terão agido por si, ou por ordem de quem?

Creio que não vai ficar por aqui...

Fernando Gil

MACUA DE MOÇAMBIQUE




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O Governo ofereceu talhões aos jovens no distrito de Inharrime, província meridional de Inhambane, que não estão a ser usados devidamente nem explorados para o fim próprio, mas sim a serem vendidos pelos respectivos beneficiários.
O facto foi descoberto semana passada pela direcção provincial da Juventude e Desportos, durante a reunião provincial da planificação das actividades para 2016.
Para além da venda, os jovens que receberam os talhões dos governos quer distrital quer dos conselhos municipais não estão a dar prosseguimento legal com vista a formalizar os passos subsequentes, mas a optar pela venda, segundo reporta terça-feira o Jornal Noticias.
Quirino Ngulube, director provincial da juventude e desportos, está desiludido com o comportamento dos jovens que não estão a fazer bom uso dos terrenos atribuídos e disse que esta a decorrer uma campanha de sensibilização para a valorização dos terrenos atribuídos.
Ngulube disse que desde 2010 até ao ano transacto foram atribuídos, em toda província, um total de 1132 talhões e emitidos os documentos de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT), assim como foram demarcados 5684 hectares para infra-estruturas desportivas. 
Fausia Ricardo( FAR)/le
AIM – 02.06.2015

NOTA: “… 5684 hectares para infra-estruturas desportivas.“ Isto apenas na Província de Inhambane.

Será para campos de futebol, courts de ténis, pavilhões desportivos, etc., ou apenas para provas de “corta-mato”?

Repito: Para quando uma nova Lei de Terras?

Fernando Gil

MACUA DE MOÇAMBIQUE






Rodrigo Herhaus de Campos criou uma petição online que já soma 25 mil manifestações de apoio.

Leia tudo em



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Trezentos e vinte e oito camponeses que se dedicam à produção de diversas culturas na chamada cintura verde da cidade de Nampula, mas concretamente no posto administrativo urbano de Namicopo, ameaçam marchar até aos edifícios do governo da província e do Conselho Municipal para pressionar as autoridades competentes a reverem o projecto de atribuição de mais de 500 hectares à King frango, uma das maiores empresas de produção de aves.

A disputa de terra continua a ser um dos problemas sem solução à vista na cidade de Nampula. Em Namicopo, os camponeses, alguns dos quais com mais de 50 anos de ocupação da parcela em disputa, alegam estar a ser vítimas de chantagem por parte dos funcionários daquela empresa e do pessoal que compõe a comissão dos produtores de Namicopo.

A alegada falta de transparência no processo de levantamento dos camponeses com direito a compensações constitui uma das principais causas do litígio. Outra razão prende-se com a exiguidade dos valores propostos pela empresa e com a coercividade na retirada dos camponeses que ainda continuam com as algumas culturas ainda por colher.

Na semana passada, a empresa anunciou o arranque dos pagamentos das referidas compensações a alguns camponeses para a sua retirada imediata da área, mas os critérios usados estão a ser contestados devido a uma alegada falta de justiça.





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Cara "titia" Lizha James, escrevo em nome de muitas crianças Moçambicanas, das quais sou pai de três. Espero que o que estiver aqui escrito não seja mal interpretado, pois o principal objectivo é ajudá-la a melhor esta sua iniciativa. Trato-a por "titia" pois seria com este carinho que muitas crianças deveriam trata-la.

"Titia", eu admiro a sua iniciativa de anualmente promover eventos para agraciar as "crianças" Moçambicanas por ocasião do dia 1 de Junho, dia Internacional da Criança. Sorte tens “titia" Lizha por facilmente conseguires bons patrocínios para "bancarem" esse evento para "supostamente" ser para uma festa 100% para crianças... esse é o meu entendimento e se estiver errado as minhas sinceras desculpas!!!

A minha indignação

"Titia" Lizha James, a dois anos se não me engano, eu escrevi uma carta aberta para si pois no seu evento havia tudo para uma festança de adultos e nada para uma festinha de petizes pois os seus convidados dançavam e tocavam músicas impróprias para os nossos meninos... Depois dos seus espectáculos "titia" Lizha James, as nossas crianças tentam imitar o que lá viram, procuram se vestir como os artistas que lá viram... e tudo numa forma simplesmente escandalosa, pelo menos para uma festa de "1 de Junho". Graças a Deus os meus pequenos não frequentam os seus eventos pois à semelhança dos outros eventos...parecia mais um evento para adultos e não para crianças"...




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