segunda-feira, 18 de maio de 2015

Tribunal executa bens da empresa de Leonardo Simão

Dívidas mal paradas com principais Bancos da praça 

A Primeira Secção Comercial do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo ordenou a execução do património da Tiko Investimentos, uma sociedade participada por Leonardo Simão, antigo ministro da Saúde e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, no reinado de Joaquim Chissano, e Fausto Cruz, ex. assessor da Fundação que leva o nome do estadista que dirigiu o país durante 18 anos. Assinado pelo juiz de Direito, António Rui Sequela, a ordem de execução é derivada de elevadas dí- vidas que esta sociedade tem com vários particulares assim como com algumas instituições de crédito. No caso vertente, a execução é ordenada a favor do Banco Comercial de Investimentos SA (BCI), onde a sociedade não honrou com um crédito de cerca de 150 milhões de meticais, o equivalente a USD5milhões ao câmbio médio de 30 meticais. O despacho do juiz, cujo processo ostenta o número 88/2014-N diz que a execução destina-se a duas pessoas uma singular e outra colectiva privada. Trata-se de Fausto de Oliveira Cruz, ora em parte incerta, assim como a TIKO S.A. O tribunal aponta como a última sede conhecida da TIKO SA, os escritórios da Fundação Joaquim Chissano, localizados na Avenida do Zimbabwe, Bairro da Sommerschield, número 954, Cidade de Maputo. Por sinal, este é o mesmo local onde funciona o escritório de Leonardo Simão, na qualidade de director executivo da Fundação Joaquim Chissano. Antes do juiz Arnaldo Siquela ordenar a execução do património de Fausto Cruz e da TIKO, S.A., num passado recente, outro despacho do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo mandara executar a mesma firma por causa de uma dívida contraída junto ao Barclays Bank para a compra da Transairways, que mais tarde se transformou em Kaya Airlines A estrutura accionista da TIKO, S.A. é constituída por Leonardo Simão com 50%, 49% de Fausto Cruz e 1% é detida pela esposa de Cruz de nome Maria Martins Pires. A sociedade tem por objecto o transporte de cargas bem como todas as actividades acessórias associadas. Outras contas mal paradas Fontes do SAVANA contam que enquanto a TIKO, S.A., engendrava as suas jogadas financeiras, o gestor principal da sociedade transferia o dinheiro para outras contas no exterior sobretudo na África do Sul. Consta ainda que parte do património da TIKO, S.A. terá sido transferido para África do Sul onde Fausto Cruz vive actualmente e desenvolve seus negócios. Em Moçambique, Fausto Cruz terá deixado para além de dívidas com a banca, conta mal paradas com terceiros, salários dos trabalhadores e de segurança social. Leonardo Simão conÀrma Contactado pelo SAVANA na tarde desta terça-feira, no seu escritó- rio em Maputo, Leonardo Simão, reconheceu ser sócio da TIKO S.A. Contudo, Simão diz que, apesar de ser accionista da sociedade nunca participou na gestão da mesma. A gestão da sociedade esteve sempre a cargo do seu sócio Fausto Cruz. Simão fez notar que apenas Fausto Cruz pode satisfazer as nossas inquietações. Questionado sobre o facto de o tribunal ter arrolado as instalações da Fundação Joaquim Chissano como sede da TIKO S.A, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação referiu que há um equívoco na medida em que a sociedade tem sede própria. Fausto Cruz fala de cabalas O SAVANA contactou o Administrador Delegado da TIKO S.A, Fausto Cruz, ora na África do Sul. Cruz reconhece que a sua companhia encontra-se numa situação delicada em termos financeiros. Precisou que a crise resulta de cabalas protagonizadas por pessoas de dentro e de fora da sociedade. Fausto Cruz diz que certas motiva- ções e pretensões gananciosas prejudicaram a companhia e lançaram para a crise. O administrador delegado da TIKO S.A, referiu que sofreu um acidente de aviação grave que impediu de trabalhar cerca de 10 meses. No regresso, encontrou a empresa numa situação difícil devido a gestão pouco criteriosa dos seus colaboradores. “As pessoas que tinham sido encarregues pela gestão cometeram muitas irregularidades. Foram irregulares no pagamento das despesas correntes, salários, rendas, combustíveis, seguros e outras”, queixou-se. Cruz diz que também encontrou sinais de desvios de fundos e tantos outros factos de índole criminal. Quanto as dívidas que culminaram com a penhora dos bens da firma, Fausto Cruz sublinhou que, há muitas questões por detrás desta situação e não cabem no fórum do jornal por se limitarem apenas ao banco e ao devedor. Reconhece que o banco fez o seu papel e a sua empresa não contestou porque não tinha condições fi- nanceiras para tal por se encontrar numa situação delicada. “Estamos a negociar com o banco no sentido de ponderar a nossa situação. Também estamos a procura de parceiros que possam nos ajudar a levantar o projecto”, disse Cruz, acusando, de seguida, um conhecido advogado e docente aniversário de ter manipulado o processo que levou à execução da empresa. Em próximas edições o SAVANA trará mais contornos sobre este caso. Tribunal executa bens da empresa de Leonardo Simão Por Raul Senda.

Sem comentários: