terça-feira, 19 de maio de 2015

Nyussi socorre-se do G40


O Presidente Filipe Nyussi distribuiu recompensas ao G40, um grupo de intelectuais moçambicanos treinado para formular opiniões e tecer comentários favoráveis ao governo e partido no poder. Alguns integrantes do G40 foram indicados para cargos ministeriáveis, assessores do Presidente, de entre outros postos de alta visibilidade pública. 
O governo de Nyussi socorreu-se de todos os meios sujos para passar por cima de temas nacionais, como foi o debate da proposta de Lei das Autarquias Provinciais, esgrimindo, na Rádio Moçambique, RM, e na Televisão de Moçambique, TVM, falsos argumentos, para inviabilizar a proposta. 
Dizia-se que Nyussi não podia correr porque estava amarrado a Guebuza, mas, este já não faz parte da engrenagem da máquina que parecia ser obstáculo. Nyussi continua a enveredar-se por caminhos propensos à confrontação armada entre o governo e a Renamo. O mal não reside nos governantes da Frelimo, mas, no sistema. A Frelimo deve ser extirpada como um frunculo. Vimos a acontecer com os partidos comunistas a desaparecerem da cena política por se terem tornado empecilhos para os povos dos seus países. 
Um partido que coloca a paz em perigo, como a Frelimo faz, deve ser eliminado. Quando perverte o jogo democrático, transformando-o numa brincadeira de legitimação política, deve ser afastado pelo povo na rua.
A Frelimo e o seu governo devem deixar de usar a RM, TVM, Agência de Informação de Moçambique e o jornal Notícias como suas propriedades. Estes pertence ao Estado e vivem dos fundos dos contribuintes dos impostos dos contribuintes dos cofres públicos. Ao usá-los para espalhar inverdades, o partido no poder está a violar as leis, princípios e normais mais elementares de uma sociedade democrática. 
Os órgãos públicos de comunicação social, em democracia, tem a obrigação de se manter equidistantes das forças políticas. É uma grande vergonha a postura dos nossos órgãos públicos pela sua colagem ao partido governamental. 
A quem servem os órgão públicos de comunicação social, em Moçambique? – Aos interesses das elites político-económicas do partido no poder. O desinteresse que a RM e TVM pelo debate da proposta de lei das autarquias provinciais, depositada pela Renamo na Assembleia da República, foi aterrador. 
O ressurgimento, nos órgãos públicos de comunicação social, do G40 é um sinal de que a Frelimo não quer a democratização do país. O abocanhamento por governo dos órgão públicos de comunicação social é um fenómeno recorrente dos regimes antidemocráticos que se mantêm no poder através de truques eleitorais.
Nyussi não é melhor que Guebuza. Para chumbar a proposta da Renamo, Nyussi encomendou aos membros do seu partido na Faculdade de Direito e da Ordem dos Advogados de Moçambique para elaborarem o parecer que pudesse reprovar a proposta por não ter encontrado apoios da Sociedade Civil. 
O povo precisa acordar e agir em defesa dos seus interesses. Não se pode admitir que os interesses de uma minoria se sobreponha aos do povo. Que não se deixe enganar com palavras bonitas de que “no meu coração cabe m todos os moçambicanos”. Isso é uma mentira. No coração de Nyussi cabem, apenas, as elites do seu partido. 
Nyussi, nas suas passeatas – chamadas visitas - pelas províncias, tal como fazia o seu antecessor, Armando Guebuza, continua a reunir-se com os comités da Frelimo e depois vem cá para fora dizer que é presidente de todos os moçambicanos. O presidente de todos os moçambicanos não usa fundos públicos para promover um determinado partido. 
Nyussi tem que parar de enganar as pessoas, particularmente, as mais ingénuas que lhe estendem capulanas e esteiras para ele passar. Ele é igual a Guebuza, só olha para si e Frelimo, usa o povo para atingir objectivos privados e de grupo. 
Enganam-se todos aqueles que pensavam que com Nyussi a vida seria diferente e, talvez, melhor. Fica cada vez mais claro que foi Nyussi que mandou chumbar o Proposta de Lei das Autarquias Provinciais. Nyussi é igual, em todos os aspectos, a Guebuza, mesmo no belicismo. Foi ele que esteve a frente das tropas que invadiram Sandjungira e tentaram assassinar o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

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