quarta-feira, 6 de maio de 2015

Estamos cientes de que se fosse no sul, mínima reclamação a Frelimo e seu governo iriam libertar o povo de Malema

SELO: Governador de Nampula, Victor Borges, não visita Malema por impedimento tradicional do administrador - por Jorge Valente

No dia 23 de Abril de 2014 publiquei neste espaço o clamor pela correcção das atitudes do senhor Dauda Mussa em Malema mas, conforme eu tinha afirmado em muitas ocasiões, ninguém o iria tirar daquele distrito e ele ia continuar a fazer e desfazer humilhando o povo de Malema. Dito e efeito, ele está lá impune a fazer e desfazer.
A população de Malema já reportou o caso a Felismino Tocoli, mas este desprezou. Durante a vigência de outra mulher incompetente Cidália Chaúque o povo voltou a reclamar das atrocidades de governação que Dauda Mussa faz naquele distrito, também ela desprezou quando o Dauda Mussa encheu de feijão e cabritos foi oferecer a ela para calar a boca e não o tirar de lá  Estamos cientes de que se fosse no sul, mínima reclamação a Frelimo e seu governo iriam libertar o povo de Malema contra a humilhação daquele senhor favorecido pela desordem da Frelimo naquele distrito provocada pela brutalidade do senhor Lourenço Armando que dirige aquele partido.
Com a nomeação embora ilegal do senhor Victor Borges governador de Nampula, o povo de Malema esperava a sua visita para mais uma vez apresentar e denunciar a colonização que o senhor Dauda Mussa leva a cabo naquele distrito colonizado por “angocheanos”.
Curiosamente, o senhor Victor Borges não consegue escalar Malema em visita para ir ver in loco a situação de má governação do senhor Dauda Mussa. Esse governador já prometeu por duas vezes ir a Malema mas não consegue, porque nas vésperas da sua ida logo cancela a viagem depois de a população se preparar para o receber. E os comentários indicam que o senhor Dauda Mussa fechou por droga todo o distrito para não ser visitado por dirigentes do topo. Onde vai parar o povo de Malema, compatriotas?
O grande erro que a Frelimo comete é o critério de selecção de indivíduos para a governação, sobretudo de nível distrital, que em muitos casos obedece ao critério de amiguismo, tráfico de influência, nepotismo e o espírito de colocar um amigo para juntos comerem.
O caso evidente é o que está acontecer no distrito de Malema na província de Nampula para onde mandaram um administrador cujas atitudes mostram claramente o contrário que o partido Frelimo tem como desafio na transparência.
O senhor Dauda Mussa foi indicado para administrador de Malema em substituição do anterior Adolfo Absalão, em 2010. O senhor Dauda Mussa foi tirado de um dos postos administrativos de Mossuril onde era chefe.
Logo que chegou a Malema o senhor Dauda Mussa declarou em comício que o povo de Malema e os líderes comunitários não são nada, o governo e Allah é que são donos do mundo. Daí que o relacionamento entre o governo de Dauda Mussa e os líderes locais seja muito azedo.
De lá para cá, assiste-se a sucessivos focos de atitudes de incoerência na sua governação, estando a promover regionalismo e arrogância no distrito. Nos seus comentários públicos ele fala de viva voz que Malema é uma colónia de Angoche, sua terra de origem. E por via disso, todo o indivíduo conterrâneo dele tem todas as facilidades e oportunidades de vida em Malema.
É a primeira vez na governação da Frelimo que um Administrador fica contra, humilha e despreza o próprio povo que dirige. Dauda Mussa tem atitudes que sugerem ser um não à Frelimo, mas fortemente apadrinhado por outros infiltrados que querem manchar a todo custo a imagem da Frelimo. No distrito de Malema, o fundo de sete milhões só é alocado com base no amiguismo e “conterranismo”, e resultado é que as pessoas levam o dinheiro e comem sem o aplicar nas actividades para as quais foi alocado o fundo.
Há bem pouco tempo a Vale registou casas e infra-estruturas da população que estão ao longo da linha férrea para indemnizar no dia 15 de Março, mas o senhor Dauda Mussa bloqueou afirmando que o povo de Malema não merece ser indemnizado e exigiu que a Vale mandasse o dinheiro para o seu gabinete. Isso está a irritar o povo de Malema. O curioso é que noutras áreas o valor já foi já pago às pessoas.
Na indicação do director do STAE de Malema ele forçou a escolha do Nurdine Aiuba Dauda, seu sobrinho e conterrâneo em acumulação com as tarefas de director Pedagógico da Escola Secundária Nihia em violação de probidade e o espírito de incompatibilidade, e ainda está a forçar a sua indicação para ter três cargos de gestão. O STAE em Malema trabalha com muitos atropelos às regras. O Nurdine Aiuba Dauda é um grande corrupto material e sexual que manifesta impunemente actos de arrogância e prepotência como o seu tio Dauda Mussa.
Em várias visitas de diversos níveis incluindo do governo provincial, o povo de Malema reclama a actuação do Senhor Dauda Mussa, pedindo a sua saída não para outro lado com o mesmo cargo mas sim ir sentar em sua casa porque já mostrou ser um grande incompetente. Mas esse grito do povo de Malema é ignorado.
Em Malema, todo o indivíduo que reclama algo errado é visto como da oposição e é humilhado, isolado e perseguido. Cultivou-se um elevado nível de lambe-botismo e espírito de menino bonito. Em reacção a estas reclamações o Senhor Dauda Mussa diz que ninguém o vai tocar porque tem grande protecção no governo e no parido Frelimo. Ele diz que vai continuar a humilhar o povo de Malema até ao fim do mundo porque Allah o protege visto que ele faz cinco orações diárias.
Dauda Mussa mostrou com as suas atitudes e o elevado nível de regionalismo que se pratica na Frelimo ao indicar todos os funcionários de governo próximos de si conterrâneos dele “angocheanos”, como aquilo que a Sra. Cidália Chaúque fez que quando foi indicada para governadora de Nampula colocou nas posições chave os seus conterrâneos de Inhambane, director provincial da Educação, das Finanças, etc., e tentou sem sucesso influenciar a indicação do sr. Absalão para edil de Nampula que veio a ser derrotado devido ao despertar dos macuas.
O que surpreende as pessoas é o facto de esse senhor Dauda Mussa ter sido chefe do posto administrativo de Chuhulo e ter criado sérios problemas de governação mas hoje foi confiado para dirigir os destinos do distrito inteiro. Quando se recua ao seu percurso no tempo de guerra civil, consta que esse senhor como militar afecto à frente de Nacata, mostrou muita falta de capacidade de liderança e conta-se que como chefe de um pelotão quase que fazia assaltar o posto em seu controlo pelos então bandidos armados, devido à sua arrogância que o caracteriza e à incapacidade de dirigir.
Em Malema o senhor Dauda Mussa criou um ambiente de saturação civil e as pessoas não confiam no partido e governação da Frelimo, aliado à actuação das estruturas da liderança do partido que toda gente conhece. Isso reflecte-se nos feriados e outros eventos em que o povo fica indiferente.
Numa conversa com o candidato do MDM, o senhor Razão Cadeado que era da Frelimo, este confidenciou que se filou à oposição para ver outro ar visto que a actuação do governo liderado por Dauda Mussa prejudica a expectativa de melhoria de vida por meio de iniciativas individuais ao alocar fundos de sete milhões somente por amiguismo ignorando outros pedidos. O que se passa em Malema passa-se em muitos pontos deste país e isso está a prejudicar progressivamente a imagem da Frelimo e do seu governo.
Este estado de coisas favorece à imagem da  oposição que  mesmo não organizada, as pessoas frustram-se e aliam-se a ela, na tentativa de ver outro ar politicamente. A Frelimo está hoje em dia muito infiltrada de opositores. A arrogância do Senhor Dauda Mussa, e o silêncio em volta das suas atitudes por parte do partido mostra claramente que a Frelimo está a caminhar para o descrédito total nas mentes das pessoas.
A frustração do povo de Malema foi transmitida nas eleições autárquicas recentemente realizadas. Dos cerca de 15 mil eleitores inscritos apenas votaram cerca de 3 mil. Isso mostra claramente que a governação do distrito está pior e as pessoas têm olho de ver.
Um exemplo da situação anormal dentro da governação é o facto de o CDN ter decidido reduzir apeadeiros no comboio de passageiros de Nampula a Cuamba e reduzir o número de comboios de dois para um neste momento político. As pessoas tinham a sua fonte de sustento na venda das suas produções nos apeadeiros mas já estão privados dessa alternativa. Resultado são os actos de sabotagem que se verificam. O governo está passivo perante essa realidade. Um outro facto é a compra de votos nos processos internos dentro da Frelimo para a indicação de quadros a eleger para a interpretação de políticas de governação do partido. Fica eleito quem tem dinheiro para comprar influências, deixando de fora as competências do indivíduo. Há que se reflectir sobre esses males. O povo de Malema espera que a Frelimo analise e tome medidas correctivas aqui colocadas a respeito das atitudes do intocável Dauda Mussa.
O povo de Malema chora.
Por Jorge Valente
@VERDADE – 05.05.2015

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