sexta-feira, 8 de maio de 2015

Acometidos de esquecimento ou atacados pela ignorância?

“Se o Governo nos enganar, e usar a maioria e quiser brincar, as consequências serão para o Presidente, porque ele não vai governar” foi assim que declarou o presidente Afonso Dhlakama no dia 9 de Fevereiro de 2015, a saída de um encontro com Filipe Nyusi. São declarações que embora válidas, parecem terem caído no esquecimento de Filipe Nyusi e a sua Frelimo que na passada quinta-feira, 30 de Abril, reprovaram o projecto das Autarquias Provinciais que havia sido submetido em sede da Assembleia da República pela RENAMO, diga-se encorajado pelo Presidente da República depois de um encontro com o Presidente Afonso Dhlakama. As emocionais e improvisadas declarações de Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República que como todo o mundo sabe foi “parido” de uma monstruosa fraude eleitoral e de uma vitória “arrancada”, no comício popular no distrito de Marracuene, província de Maputo em mais uma dispendiosa Presidência Aberta, de que não precisava de ajoelhar e pedir a um outro moçambicano a Paz, tinham sido o prenúncio de que o projecto seria chumbado. Ao reprovar a proposta da Renamo com argumentos legalistas e não políticos, a Frelimo e Nyusi vieram mais uma vez demonstrar que não estão interessados em negociar a paz, mas sim em manter o país numa situação de incertezas, para melhor fazerem tudo fora do controlo. Na verdade, Nyusi que prometera respeitar as opiniões de todos independentemente da cor partidária, tratou agora de arremessar insultos a maioria do Povo moçambicano e a Renamo, principais prejudicados nas últimas eleições legislativas, provínciais e presidenciais pelos órgãos eleitorais e pelo Conselho Constitucionais na pessoa de Hermenegildo Gamito. Filipe Nyusi e a Frelimo se esqueceram que não ganharam as eleições e que o povo daqui em diante tem a legitimidade de usar todos meios ao seu dispor para sair às ruas a fim de repor a verdade eleitoral arrancada aos verdadeiros vencedores. Queremos chamar a atenção de todos os moçambicanos e da comunidade internacional, de que daqui em diante a Renamo não terá responsabilidades sobre o que vier a acontecer. A Frelimo terá que se queixar de si própria, por ter escolhido a via da arrogância e não de negociação política como acontece em parlamentos e democracias civilizadas. A Frelimo e Nyusi vieram negar as aspirações das populações das províncias abrangidas pelo projecto das Autarquias Provinciais. Resta saber se com esta manobra da Frelimo, quem saiu a perder e quem sairá a perder daqui para frente. Esperamos que nos próximos tempos fique - se a saber quem é entre a Renamo e o povo de um lado, e a Frelimo do outro, deverá ajoelhar para pedir a Paz que todos sabemos não lhes interessa. Voltamos a lembrar que Nyusi não deixa de ser um belicista, se tivermos em conta que foi ele que comandou a 21 Outubro de 2013, o ataque à Sandjundjira para assassinar o Presidente Afonso Dhlakama. Lembramos sim que foi este Nyusi que disse que “quem provoca a sarna tem que aguentar coçar” e que esta foi uma promessa a cumprir a todo o custo. Claramente Nyusi e a Frelimo estão numa manobra de desestabilizar e alimentar o desespero dos moçambicanos. Continuamos a afirmar perante todos moçambicanos e a comunidade internacional, que mais uma vez quem não está interessada na manutenção da paz, não é a Renamo, mas sim quem diz que não está interssada “a ajoelhar para pedir” para garantir a pacificação do país. Qualquer descalabro da situação política deve ser responsabilizado a quem não compreendeu e ainda não está convencido de que não tem legitimidade para governar porque não ganhou as eleições. Não deixa de ser uma ironia digna da tragicomédia política, se tivermos em conta que foi o próprio Filipe Nyusi que na tentativa de acalmar a decisão popular de ir as ruas exigir a verdade eleitoral propôs que a Renamo submetesse a proposta em sede do parlamento para discussão e aprovação. Hoje com o país à beira do precipício, Nyusi dá sinais claros de se identificar ainda com Armando Guebuza, entendendo que aprovar o projecto seria ajoelhar aos moçambicanos para pedir a Paz, uma posição que os radicais habituados a se alimentar de sangue torceram para que acontecesse para verem o rumo que o país vai tomar. Sabemos como bem disse o Presidente Afonso Dhlakama, que para tomar esta decisão “suicida”, Nyusi que ainda não tem pernas para andar por falta de reconhecimento como Presidente, contou com o encorajamento de grupos sinistros que pululam nas instituições como a Faculdade de Direito que urdiram a conspiração de que um projecto político como o é das Autarquias Provinciais, não tem condições legais para ser aprovado. Finalmente, podemos afirmar que a actuação da Frelimo resulta na diminuição da liberdade e do poder da acção humana. Perante este cenário como dissemos anteriormente, a Renamo não se deixará subalternizar por aqueles que querem a guerra como pretexto de a responsabilizar enquanto alimentam as suas ganancias. Em Moçambique há que se restabelecer a primazia da pessoa humana, sua dignidade e valor superior frente a qualquer organismo colectivo. Para isso, a Renamo vai lutar porque entende que o Estado e a sociedade não são fins em si mesmo, mas apenas meios para a realização da pessoa humana.

Ficha técnica Director: Jeronimo Malagueta; Editor: Gilberto Chirindza; Redacção: Natercia Lopez; Colaboradores: Chefes regionais de informação; Maquetizadores: João Mazingo e Marcial Macome Sede Nacional da Renamo: Av. Ahmed Sekou Touré nº 657; Email: boletimaperdiz@ gmail.co.mz Cells: 829659598, 844034113; www.renamo. org.mz

Sem comentários: