segunda-feira, 13 de abril de 2015

ULISSES C. E SILVA RECUSA DIALOGAR COM UM PARTIDO COM "TRÊS CABEÇAS"


Em Retórica Política encontramos três elementos fundamentais para o apelo à audiência: logos, pathos e e ethos. Entretanto, a elaboração do discurso e a sua exposição à audiência exigem a atenção de cinco dimensões que se complementam: 1 - inventio ou invenção, a escolha dos conteúdos do discurso; 2- dispositio ou disposição, organização dos conteúdos num todo estruturado; 3 - elocutio ou elocução, a expressão adequada dos conteúdos; 4 - memoria, a memorização do discurso e 5 -pronuntiatio ou acção, sobre a declamação do discurso, onde a modulação da voz e gestos devem estar em consonância com o conteúdo.
Destacaria as três primeiras dimensões (invenção, disposição e elocução) para, justamente, ilustrar as declarações políticas que o líder do MpD, Dr. Ulisses Correia e Silva acaba de proferir a imprensa, esta segunda-feira, 13, à saída de uma reunião com o Grupo Parlamentar do seu partido, a propósito de retoma de diálogo, em ordem a uma reavaliação do Novo Estatuto dos Titulares de Cargos Políticos (NETCP), que mereceu o veto do Senhor Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca. "Não há condições políticas para negociar com um partido com três cabeças", afirma Correia e Silva, referindo à falta de sintonia e comunicação no seio do PAICV. Que é como quem diz, lá para as bandas do partido do Governo, cada cabeça dá a sua sentença.
Portanto, assevera o líder da oposição,que não se pode dialogar com um partido nestas condições, quando o assunto é muito sério. Ainda assim, Ulisses Correia e Silva vai dizendo que a recusa do seu partido em continuar o diálogo com vista a rever o NETCP não põe em causa a reforma do parlamento em curso, sobretudo no diz respeito ao novo Regimento de Assembleia Nacional, embora esteja ligado.
Ora o presidente do MpD foi muito feliz nas suas declarações, justamente por três ordens de razão, que tem que ver com as três primeiras dimensões retóricas acima referidas. Soube escolher o momento e o conteúdo do seu discurso, para falar ao País; Dispôs e organizou esses conteúdos de forma a enformar o todo da sua narrativa e foi assaz eloquente na forma como comunicou os cabo-verdianos da decisão do seu partido, a propósito do tão mediático caso ETCP.
Estimo que a decisão do MpD vá ao encontro da vontade expressa dos cabo-verdianos, que no dia 30 de Março enviou um recado claro aos políticos que estiveram mal, ao aprovar, por unanimidade, o NETCP.
Com estas declarações o presidente do maior partido da oposição, acaba de dar sinais, que não está disposto a dialogar com a situação de forma ligeira e irresponsável, quando o que está em causa é a dignificação da classe politica,sim, mas sem beliscar os interesses das populações. O MpD, como partido atropomorfico, não pode abdicar desta ideologia. Ou seja, o homem deve estar no centro das suas atenções. Primeiro o povo, segundo o povo, terceiro o povo...o povo sempre!
Bem-haja Dr. Ulisses Correia e Silva!
O povo agradece! Porque é ele quem mais ordena!
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  • Arnaldo Lopes Era a minha previsao! A questao do Estatuto, nao obstante o erro grosseiro de ter votado um aumento salarial de 65 porcento e algumas regalias "sui generis" a solucao deste mal estar, na boca do Povo deve ser enviado para as calendas gregas!
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  • António Manuel Neves Ulissescorreiaesilva, dito de um só fôlego, no seu afã de inventar coisas, mete água a grande ao não dizer coisa com coisa. Se há partido que anda por cá com várias cabeças eh o MpD! Para além dos cabeças que actuam na sombra, razão porque há muitos que pensam que UCS nem sequer eh a principal cabeça da oposição, e ele, esperto como eh sabe de quem estou a referir-me.! Desde 14/12/14 o PAICV tem como principal cabeça a JH Almada, líder competente e inteligente, que sabe o diz e que mede as suas palavras antes de as proferir, o que lhe tem granjeado a simpatia e respeito de quem a ouve, e com muito agrado. Só memória fraca eh capaz levar UCS a esquecer que partido de três cabeça só existiu em Cabo Verde na década de 90. Os ataques sem nexo do MpD e do seu líder ao PAICV só beneficiam a JHA, que ganhará as eleições legislativas de 2016.
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  • Arnaldo Lopes Ma esse tio NEVES ka ta muda de lenga, lenga! Oh Sa Nogueira dzel pa ba escreve nakel jornalim de Palmarejo! Sima el ta gostah!
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  • Isabel Bento Aguiar nho antonio neves nhu mesti da curva,
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  • Manuel António Barradas Tavares Esta estratégia, de política não vejo nada. Da-se a intender que os partidos estão sem cabeça. Pensam com os ombros!
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  • António Manuel Neves Cara Isabel Bento, e só dar ordens que dou as curvas que entender. Para isso vai ter de me provar que estou errado nas observações que fiz. Caso contrário pode dar as curvas que quiser que eu não me importo nada.
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  • UTOPIA
    Intitulo este meu artigo de UTOPIA porque, no mundo em que vivemos hoje, dificilmente essas verdades serão postas em prática, precisamente porque a ganância, a sede do poder,o egoismo e mais... perturbam tal exercício.
    Embora não eu não seja nenhum estudioso das ciências políticas ou executante das actividades políticas e nem tenha estudado muito em outros ramos, o meu espírito me impele a dar o meu humilde contributo para a consolidação da democracia em Cabo Verde.
    Uma pessoa que pretende ser patriota, deve servir a sua pátria com sacrifício e riscos da própria vida, independentemente do salário ou outra compensação. Ao contrário do que defendem a maioria dos políticos, que acham que fazem grande favor à sociedade, gabando-se aos quatro ventos: "fiz isto, fiz aquilo e vou fazer mais. O meu adversário não fez o que fiz e não é doravante que irá fazer", esquecendo-se que foram eleitos ou nomeados para servirem a nação, fazendo o que devem fazer. Ser político não é ser comerciante ou empresário para se estar a fazer propaganda como se de produto comercial se tratasse a execussão de projectos públicos.
    Ser político sério é servir nos termos da Constituição da República e demais leis do país; é executar dentro da esfera de competências atribuidas por lei; é sacrificar-se pela pátria, esquecendo-se do "eu", dos amigos e familiares; é ser transparente na gestão da coisa pública; é não ser corrupto; é imbuir-se de espírito de sacrifício, correndo o risco da própria vida; é respeitar ideologias contraditórias, tirando partido das coisas boas provenientes das ideias do adversário; é ser amigo do povo; é não exigir mordomias.
    No entando, cumprindo todos preceitos acima apontados, a sociedade agradece e saberá recompensar, garantindo a diginidade dos seus servidores.
    Lembro-me de várias acusações populares de corrupção sobre a gestão do FC Porto pelo seu presidente Pinto da Costa. Pelo menos se ele é corrupto corrompeu-se em benefício do FC Porto, que é uma uma instutuição com personalidade colectiva, e não em benefício próprio.
    Se pretendemos ser democráticos não restrijamos a nossa ideologia política simplesmente às "eleições democráticas e transparentes, ao discurso de que existem instituições exigidas por lei, à representatividade no parlamento, ao liberalismo, etc... Concomitantemente a isso deve ser garantido o bem estar, a paz, a coesão sociais, além de outras garantias sociais e não só. Para que isso aconteça temos que: respeitar as leis e executar o que elas mandam; ser empático para com os nossos compatriotas e não só; utilizar os recursos do Estado para o bem da nação.
    Atentemos que no sitema democrático a soberania pertence ao povo. O poder é do povo e os seus representates devem direccionar as suas acções para o bem estar do povo e não para um grupo de elite política, económica ou minoritário racial. Embora este último não constitui ameaça nacional. Pois, as minorias que tínhamos eram os rabelados, no meu entender, mas souberam interagir muito bem com o grupo maioritáro.
    Fico por aqui e boa leitura. Todas as críticas sérias referentes a este artigo são bem vindas.
    Bom dia!
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    • Benvindo Semedo Mendes Errata: onde se lê "execussão" deve-se ler "execução".
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    • Elisio Mendes Caro amigo e colega Benvas, faço minhas as tuas palavras e subscrevo-as na íntegra. Estão de acordo com o momento histórico que o mundo atravessa e que vivemos em CV. Continuam actuais por mais que o mundo dê voltas e viravoltas. Acertastes em cheio. Caro amigo Benvas, estas palavras constituem parte do teu legado que deixarás para as gerações futuras. Continuas a escrever. Um rijo abraço.
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