sexta-feira, 17 de abril de 2015

Os combatentes do silêncio!

MONTE BINGA - 
Sexta, 17 Abril 2015

UM certo indivíduo disse: “A suspeita sempre persegue a consciência culpada; o ladrão vê em cada sombra um policial”. Portanto, está ocorrendo neste mundo que gente maldosa está impiedosamente a massacrar e mascarar a razão.
Na verdade, como dizia Augusto Branco, “Aos tolos vs hipócritas e toda sorte de gente estúpida e desprezível, minha indiferença e meu silêncio”. Por isso, não vale a pena se preocupar por lobos vagueando na sua floresta amazónica, porque eles estão a cumprir os seus deveres selvagens e satânicos.
Deixa que eles prossigam em se associar para delinquir, mas no fim, perante a justiça, delinquir-se-ão eles próprios. Estarão cantando vitórias em botequins perante uma desavergonhada audiência, que meia volta fala deles sobre as suas façanhas e falcatruas neste burgo.
É mais fácil obter o que alguém deseja com um sorriso do que à ponta da espada não acham! É por isso que alguns rapinam, valendo-se da sua maldade colectiva e hereditária, e pensam que são mais valentes e poderosos que Deus. Mas o poeta português, Luís de Camões, sossega me sobre a razão de ser daqueles quando diz: “Os bons vi sempre passar/No mundo graves tormentos/E para mais me espantar/Os maus vi sempre nadar/Em mar de contentamentos”.
Apesar de este mundo ser assim, um ditado verbaliza: “banditismo é como a tosse, é impossível ocultá-lo; é também como quem ama, não consegue nunca esconder a sua paixão perante aquele a quem despeja a sua esperança pelo amor; e enoja me saber que há homens que se dizem bem casados cuja felicidade depende de mulheres e infelicidade alheias. Infelizmente”!
Gostaria imenso se um dia construíssemos uma sociedade mais justa, menos corrupta, com menos hipocrisia, mais digna, com mais amor ao próximo, menos preconceituosa, com menos rancor e principalmente com mais paz na alma, segundo dizia Albert Einstein. Porém, isso é apenas impossível num mundo contaminado e aborrecido como este.
É uma grande hipocrisia dizer que agora “está em outra fase”, que não sei que lá, não sei que lá, do sapatinho branco que em todos cabe bem para disfarçar a dor de cotovelo. Afinal entre cornudos há dor? Está tudo sabido que outros já pintam as suas rosas no seu antigo bastião, oh meu pavão que vai vivendo de tolice em tolice, mas a ser aceite, claro, por quem cogita como tu.
Quem dera se todas as teorias acontecessem na prática, de facto, e quem dera se muitos que tentam se fazer fortes fossem mais realistas e menos tolos. Quem dera se não existisse tanta hipocrisia. Odeio pessoas falsas, malvadas, manipuladoras e traiçoeiras. Pessoas que vivem de falsidades, de ladroeira, de jogos sujos e baratos. Que te beijam como Judas o fez a Jesus para depois manda-lo açoitar.
Tenho muitos defeitos, mas dentre eles não se encaixa a falsidade, o banditismo.
A vida me ensinou muitas coisas e uma delas é o valor de uma amizade verdadeira e profunda.
Me ensinou a tratar as pessoas com lealdade, igualdade, respeito e sem preconceitos de qualquer natureza. Me mostrou que hoje você tem tudo e amanhã pode não ter nada, daí temer até os silenciosos e vagarosos de irar como eu.

Mas acima de tudo você vale pelo que é, não pelo que possui e parece ser. O valor está no seu coração, nas suas atitudes, pois máscaras caem com o tempo. Você não consegue esconder por muito tempo quem você realmente é. O tempo é juiz. Está se aproximando, velozmente a justiça do tempo, emergindo, voluntariamente, os verdadeiros sargaceiros…!
Me recuso estar no meio dessa gente ruim que usa a malandrice como meio de vida, que ostenta um sorriso forçado e disfarçado, de olhar maldoso e de mente invejosa. De que vale toda essa perfídia? Pessoas que te dão a mão, depois colocam o pé na frente para te ver cair… Porém, vos digo que o fortalecimento do ser é encontrado em suas dificuldades. Sem pausas a vida se encarrega das lições dolorosas que esta sociedade ensina aqueles que emanam o bem.
Doce ilusão, se pensei que um dia tinha encontrado um amigo nesse mundo de faz de conta. A lei da selva ainda predomina e tudo isso não passa de experiências para o fortalecimento pessoal. Que Deus me livre da hipocrisia, falsidade, mentira e maldade destes homens. A vida é muito curta demais para perder tempo fingindo ou mentindo para mim que não estou arrependido de ter vindo a existência para coexistir com os desalmados.
Quero ser verdadeiro no que sou e faço. Sorrir, chorar, abraçar, beijar... ser eu. Tudo isso no maior grau de intensidade possível, mas hipócritas se encarregam de me distrair. Se é para viver que seja da melhor forma e se a forma que julgo não for a correcta, pelo menos tentei. A certeza de que fiz de coração e fui honesto comigo mesmo e com outrem, será sempre superior!
Acho tudo isso uma hipocrisia, como a gente vive em um círculo social fechado onde você é obrigado a conviver com algo sem escolha. E se você é atípico, você é isso ou aquilo, você é taxado, rotulado. As pessoas não têm criatividade nem originalidade para uma única vez serem bondosas. Preocupam-se com a vida de outrem e esquecem que tem a sua. Vivem de intrujices para adquirir um lugar “sociável” na sociedade. Fazem infernos e brigas e se sentem felizes com isso. Não tem amigos que lhes possam confiar. E eu não quero ser assim.
A falsidade é o projéctil invisível, que disparado pela boca hipócrita atinge sem pudor
o interesse do beneficiado. É mais fácil separar a água do vinho que a hipocrisia da verdade no julgamento das acções humanas. “Se a sociedade não fosse viciada em hipocrisia, a infidelidade seria institucionalizada, você não acha?!” – questionava Martha Medeiros

Por isso não me conformo, mas me confio. Quando perder a capacidade de indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo enterrem-me: por certo que já estou morto. Deus amaldiçoe todos quantos tentam combater o silêncio e que pensam que, com as suas palavras maquiavélicas e irrigadas de sangue, vão alcançar lugares celestiais. O silêncio fala mais alto que a palavra, acreditem!
VICTOR MACHIRICA

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