segunda-feira, 6 de abril de 2015

Movimentações no sector de Saúde geram descontentamento em Nampula

Escrito por Luís Rodrigues  em 03 Abril 2015
Os funcionários do sector da Saúde, em Nampula, estão divididos quanto à designação e cessação dos dirigentes, ao mais alto escalão de nível provincial e acusam a direcção do Ministério da Saúde (MISAU) de estar a nomear indivíduos incompetentes para, supostamente, satisfazerem interesses obscuros.
Em dois despachos diferentes (19/GMS/2015 e 22/GMS/2015), a ministra do pelouro, Nazira Abdula, exonerou, há poucos dias, Armindo Tonela que, durante dois anos e alguns meses, esteve à frente dos destinos da Saúde, em Nampula e, em sua substituição, nomeou Monira Abdula, antiga médica chefe do distrito de Moma e da província de Nampula que até a altura da sua nomeação exercia as funções de chefe do departamento central de Saúde da Mulher e Criança.
A decisão da ministra parece não ter agradado o director cessante que, à hora de despedida, proferiu um discurso evasivo, mas, sobretudo, o colectivo de funcionários que se mostra preocupado com o facto de a nova timoneira de Saúde ter demonstrado certa incapacidade durante o tempo em que esteve a trabalhar naquela província do norte de Moçambique.
O protesto, caracterizado por troca de mensagens anónimas, ao nível daquela instituição, tem em vista pressionar a direcção de tutela a recuar da decisão e os funcionários apontam o dedo acusador à própria ministra, alegando que ela está a abrir espaço para actos de corrupção no sector da Saúde, em Nampula.
“A ministra mandou cessar o Dr. Tonela e, em seu lugar, colocou a Dra. Monira, uma pessoa incompetente e que foi corrida de Nampula. Ela usou uma parte do talhão ao lado do Hospital Central de Nampula para construir a sua casa, mesmo sabendo que era património do Estado”, refere uma das mensagens em circulação no sector.
O descontentamento no seio dos funcionários não se cinge apenas às denúncias sobre alegadas falcatruas cometidas pela actual directora provincial da Saúde, mas também a mais alta dirigente daquela instituição do Estado e acrescentam: “Sabemos que ela volta a Nampula para defender os interesses da actual ministra”.
Entretanto, o boicote à cerimónia de transferência de poderes que antes fora anunciado não chegou a materializar-se, mas notava-se no rosto de alguns responsáveis de determinados sectores sinais de enfurecimento.
Aliás, a nova directora provincial disse, repetidas vezes, que vai exigir dos funcionários o máximo de respeito, lutando, sempre que possível, contra quaisquer tentativas de insubordinação e de sabotagem ao trabalho da instituição de que foi confiada.
O inspector-geral da Saúde, Martinho Djedje, que dirigiu o acto, apelou para que haja união de esforços e o combate ao ódio, à intriga, e à necessidade da expansão da rede sanitária e da melhoria da qualidade de prestação de serviços.
Tentámos, entretanto, saber daquele dirigente sobre a aparente falta de relacionamento entre os funcionários e os seus superiores hierárquicos na Direcção Provincial de Saúde, mas tal não foi possível por razões burocráticas e de agenda.

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