sexta-feira, 17 de abril de 2015

Dhlakama: que modelo de poder político deseja? (Concl.)



O QUE DIZEM OS LEITORES -
Sexta, 17 Abril 2015

É VERDADE que são muitos filósofos que falaram e escreveram sobre a política, porém permitam nos propor aos líderes políticos a ideia de Platão sobre a necessidade da existência de filósofos na equipa de governação, assim sendo, para o autor a exigência política é a razão de toda a sua filosofia ou pensamento.

Este desenvolveu com profundidade o pensamento de Sócrates até chegar a extrema consequência do Estado governado pelos filósofos. No seu tratado “A República”, a política e a lei perfazem a própria concepção política, delineando toda a estrutura do Estado perfeito, das formas de Governo ao critério de participação dos cidadãos na vida pública. Na acepção de Platão o Estado deve ser governado por filósofos. Ao falarmos de filósofos, pretendemos defender a ideia de que em todas as áreas da vida política deveriam contactar filósofos para assessorarem, dado que, dentre várias realidades, a filosofia possui a área teórica, para saber pensar bem, e a área prática, para saber agir devidamente. A ausência destes é o que causa desordem na sociedade e que leva muitos políticos africanos e moçambicanos a agirem de maneira desorganizada e sem fundamento nos seus princípios, planos, entre outros. Ora, é de salientar que o motivo desta exclusividade é que para Platão os únicos a conhecerem a verdade são os filósofos, por outro lado, só quem tem consciência perfeita está em altura de assumir a grave responsabilidade de dirigir um Estado, indicando a todos outros a virtude e a justiça.

Contudo é urgente que se coloquem filósofos em todos os sectores governamentais para que alguns políticos sejam iluminados num e noutro aspecto; dado que não se justificam algumas maneiras como alguns líderes políticos apresentam os seus modelos e propostas de governação. Por isso que desafiamos aos debates político e público, mas sem violência, agressividade e muito menos guerras, talvez seria bom observarem aquelas regras básicas de como deve ser feito um debate que anteriormente publicamos no jornal “Notícias” do dia 10/10/2014 com o título “alguns líderes políticos de Moçambique não sabem dialogar”, pág. 21. Notamos que muitos dizem coisas que nem acreditamos que foram devidamente analisadas; por isso voltamos a dizer será que sabem o que querem? Entendem o que querem? Pensaram bem no que desejam? Como será o que pretendem? Mostrem nos o que vocês traçaram? Ou alguém vos mandou falar e defender esses vossos princípios? Estas questões todas dificilmente serão devidamente respondidas sem que tenham filósofos ao vosso redor. É indispensável a existência de filósofos no processo de organização do Estado e da sociedade, por isso que encontramos várias disciplinas da filosofia que tratam de assuntos muito relacionados com a sociedade e o Homem: a Filosofia Política, Filosofia Social, Antropologia Social, Antropologia Cultural, Antropologia Filosófica, Dignidade da Pessoa Humana, Filosofia do Direito, Ética, entre outras.

Temos a propor ainda aos políticos a meditação e aprendizagem da escola e dos princípios ou conteúdos de Max Well sobre a liderança na sua obra “As 21 indispensáveis qualidades de um líder” onde o autor ensina a maneira de como modificar as pessoas sem as ofender ou criar ressentimento.

Permitam nos caros políticos invocar outra grande escola de aprendizagem, a de Dale Carnegie, “Como falar facilmente e influênciar pessoas” ou “Como fazer amigos e influenciar pessoas” aqui, sim, poderão entender e desenvolver a arte da oratória e do relacionamento com a finalidade de possuírem um discurso saudável, conquistando as pessoas para o vosso modo de pensar e consequentemente as mesmas poderão gostar de vocês. Poderá este livro contribuir para que alguns políticos possam sair da sua rotina mental, dando-lhes novos pensamentos, novas visões, novas ambições; facilitar-lhes-á fazer amigos rápida e facilmente; aumentará a vossa popularidade; ajuda-vos a conquistar pessoas para o vosso modo de pensar; aumentará a vossa influência, vosso prestígio, vossa habilidade em conseguir as coisas sem necessariamente fazer confusões e guerras como temos visto em Moçambique; ajudar-vos-á a resolver queixas, evitar discussões e manter vossos contactos humanos agradáveis e saudáveis; tornar-vos-á bons e melhores oradores, bons conversadores e mais interessantes; ajudar-vos-á a despertarem o entusiasmo entre os vossos companheiros, em particular, e a sociedade moçambicana, no geral.

Que esta tenha constituído uma oportunidade de partilha de experiência. Que alguns políticos nos esclareçam as suas ideias e os seus princípios para que possamos compreender e que nunca se paute pela violência. Nós não queremos mais guerras armadas, nem desarmadas em Moçambique. Que reine o espírito de debate de ideias, por isso permitam nos recordar um grande amigo Msc Osvaldo Cavele (em potência), que gosta da seguinte expressão: “os grandes cabeças discutem ideias e as grandes cabeças discutem pessoas”.

Que o Deus todo bom nos conceda graças de vivermos no amor ao próximo e nele mesmo. Que todos os moçambicanos percebam e vivam uma verdadeira paz política e que saibamos partilhar os bens que temos com todos em nossa volta, porque as riquezas de Moçambique são dos moçambicanos. Ouviram?

Assim seja!

ALBATH DA CRUZ

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