quarta-feira, 1 de abril de 2015

Carta aos amigos de hoje, de ontem e de amanhã

4 h · Maputo · 

Entramos num jogo perigoso, melhor altamente perigoso, onde o nosso ego não dá espaço a humildade, a honestidade. Vivemos uma guerra silenciosa, muito perigosa ou melhor, mais perigosa que aquela que faz as armas gritarem os seus mais íntimos gritos, iguais ou piores que os gemidos. Somos hoje, restos de ontem, alguma esperança de amanhã, sem certeza. Somos tudo isso que não se percebe e não se sabe, uma mistura de mistérios e preferimos assim, sermos monstros de caras alegres, com dentes ao dispor do mundo quando por dentro assassinamos sem piedade, todos aqueles que podem atrapalhar nossos planos. Queremos ter tudo, ser tudo, não queremos ninguém igual a nós, nem que para isso seja necessário queimar com palavras e actos o esforço de inocentes que ainda habitam este mundo. Somos isso e mais coisas que não sei, acendemos fogo e ficamos a aplaudir, a rir, de alegria, usamos o outro que acaba sendo ma espécie de palito ou isqueiro e nada mais, sabemos que depois de atear o fogo, as mesmas chamas irão consumi-lo até ao fim, assim ficaremos nós sorridentes com tudo para nós, mas se um dia não tivermos a quem queimar teremos de inventar, e se a invenção for impossível iremos queimar aos poucos cada pedaço do nosso corpo, porque estamos viciados em queimar, em sentir o cheiro de uma alma carbonizada. Aqueles que usamos como palitos para atear o fogo, jamais podem se dar conta dos nossos reais interesses, porque assim teríamos que assumir nós mesmos essa tarefa e ai não teria graça, é preciso usar, queimar e fazer arder. É isso que somos, uma geração feita de restos de fofoqueiros e intriguistas de ontem, moldada por maquiavélicos de hoje, pior ainda a ser sustentada por ideais extremistas, alegadamente porque não nos resta mais nada se quisermos sobreviver. Agimos como felinos cínicos, aqueles que se escondem por detrás das árvores, se misturam com capim e confundem a sua vítima, de modo que quando menos esperar é atacada. Aqui são pessoas que vestem mesma camisola que a sua, bebe do mesmo copo, cantam das mesas canções, enquanto aguardam o sublime momento para de avacalhar sem dó nem piedade. Eu tenho medo deste tempo, temo ainda mais o futuro porque vejo o fim do mundo a se aproximar. Eu sempre tive medo do ano 2000, pelos motivos por todos conhecidos, sentia-me muito novo para ser vítima de um pagão geral do mundo, mas agora este apagão chegou e em plena luz do dia, em restaurantes, em cafés, bares e prostíbulos ele assalta a mente dos jovens, homens e mulheres e ensina como se acaba com o outro, atacando o carácter o bom nome. Ensina a todos nós, como se queima alguém, como se destrói alguém. Este século não quer sujar as suas mãos e aproveita-se da nossa forma de ser e estar para fazer valer a promessa do ano 2000. Não escrevo isto para dizer que temos que mudar, escrevo mesmo para dizer VAMOS LOGO ACABAR COM ESSA MERDA no lugar de encomendas, saiam da toca para destruir o carácter das pessoas, mostrem a cara pelo menos, porque de uma ou de outra forma é isso que querem, acabar com o outro. Lbamo





Américo Matavele "During the Day is my friend, but during the night is not friend of mine", Lucky Dube, in "Vampire".
4 h · Gosto · 2

David Abilio Lazaro Mauricio Bamo espero que este grito ecoa junto dos corações de quem pretende ser humano. Não acredito no fim do mundo, mas acredito que o mundo pode ser humano e digno da humanidade e que isso depende nos. Parabéns pelo menos pelo grito pode ser o princípio de mudança.
3 h · Gosto · 1

Carmen Ernestina Bem forte esta mensagem!
2 h · Gosto · 1


Lazaro Mauricio Bamo Mas velho David Abilio espero mesmo que nao seja o fim do mundo. Américo Matavele é a andorinha que de noite vira corvo. Mais velho matxavana Mablinga Shikhani nada de novo a velha musica do disco riscado. Apenas isso. Sorria que aqui nao tem Maria Café, quer dizer, cobra mamba kkkk
1 h · Gosto · 1

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