segunda-feira, 2 de março de 2015

É o feitiço que se volta contra os feiticeiros e os opõe uns contra os outros (‪#‎canalmoz‬)



6 hrs · Edited · 



AS "MAOS INTERNAS" DA FRELIMO QUE DESESTABILIZAM MOCAMBIQUE
Frelimo é o colono negro que substituiu o colonialismo portugues. E vejam a ironia: hoje os colonos se aliaram para depenar o pais! O discurso de que a frelimo libertou a patria do colonismo hoje ja nao faz sentido. O texto, da autoria do grande patriota Alfredo Manhica, é longo mas vale a pena ler. — feeling pissed off in Metangula.



Canal de Opinião

É o feitiço que se volta contra os feiticeiros e os opõe uns contra os outros (‪#‎canalmoz‬)

Maputo (Canalmoz) – O subterfúgio que consiste em desviar a opinião pública do debate dos problemas reais que dificultam a convivência pacífica dos moçambicanos, recorrendo à atribuição da paternidade das reivindicações dos partidos de oposição à “mão externa invisível” – que até há bem pouco tempo era uma característica singular do Coronel Sérgio Vieira – está a ganhar terreno no seio do partido Frelimo e dos seus exponentes académicos.
A seguir às acusações de ingratidão pela hospitalidade e de conspiração contra a soberania nacional, feitas ao Professor Gilles Cistac, pelo secretário para a mobilização e propaganda e porta-voz do partido Frelimo, Damião José, autores “anónimos”, sobejamente conhecidos, começaram a infestar as redes sociais com mensagens que atribuem a paternidade das reivindicações de Afonso Dhlakama e da Renamo ao Embaixador dos Estados Unidos de América (EUA), Douglas Griffths, em conivência com as diplomacias alemã, britânica, italiana, francesa e portuguesa.
Antecipando a proposta de Anteprojeto de Lei sobre as Regiões (ou Províncias) Autónomas, a ser apresentada pela Renamo na Assembleia da República (AR) – conforme o acordado no histórico encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo – os propagandistas ao serviço do partido no Governo, em vez de animar o debate sobre a pertinência ou impertinência das tais reivindicações, mostram-se preocupados em desacreditar a Renamo e Afonso Dhlakama, apresentando-os como “cavalos de Troia” dos interesses económicos dos americanos e dos europeus.
Agindo desde modo, revelam-se propagandistas da segunda classe. Ainda não descobriram que, para não soar absurda, a construção duma mentira deve conter uma certa dose de verdade. Esta propaganda nem sequer qualifica para ser considerada uma mentira, porque é absurda. Basta notar que, contrariamente aos princípios básicos da ética política vigentes na União Europeia (UE) e nos EUA, em todos os cinco pleitos eleitorais realizados na história da democracia moçambicana, as Missões de Observação Eleitoral (MOE) daqueles potências ocidentais foram repetidamente constrangidas a declarar que as eleições tinham sido justas e transparentes, e que as irregularidades não tinham determinado o resultado final, tudo isso porque precisavam de tutelar os próprios interesses económicos garantidos, não pelas leis moçambicanas, mas pela continuidade da governação da Frelimo.
Julgando a partir deste posicionamento, pode-se concluir que, enquanto a prioridade da política externa dos países ocidentais, em Moçambique (e em muitos outros países do continente africano), continuar a priorizar o controlo privilegiado das reservas de matéria-prima para o aprovisionamento das próprias indústrias, e tal garantia depender, não das leis mas dos acordos celebrados com a elite do partido no poder, com as empresas controladas pela elite ou pelos membros das suas famílias, é improvável que um diplomata ocidental possa conceber qualquer projecto ou “lobbying” capaz de potenciar o capital político dos partidos da oposição.
A UE e os EUA precisam da Renamo e dos restantes partidos de oposição só para garantir a regularidade da realização da farsa teatral das eleições. Mas quando chega o momento das negociações e conjugações do capital monetário ocidental com o capital político local, em vista das concessões e apropriações dos jazigos de rubi, das areias pesadas, de carvão mineral ou do grande negócio de gás natural, ou das terras aráveis, a oposição, a Renamo em particular, e o resto dos moçambicanos, não servem para nada e nem devem ser informados de todos os contornos dos acordos celebrados. Os únicos que servem são os vértices do partido no poder. De facto, a expropriação de cerca de 1,5 milhões de hectares a cerca de 4,5 milhões de camponeses, no corredor de Nacala, feita a favor das empresas portuguesas como o Grupo Amorim, a Rio Forte, a Miguel Pais de Amaral, não foi concordada com a Renamo, e os parceiros beneficiários (a Mozaco, a Agro Alfa, o Moza Banco, o Banco Único, a AgroMoz, o Corredor Agrom, etc.) são empresas controladas, não pelos membros da Renamo, mas pelo presidente e outros altos dirigentes do partido Frelimo, ou pelos membros das suas famílias.
O mesmo se pode dizer do escandaloso negócio sobre a EMATUM, em que o Governo francês não precisou da Renamo para obtê-lo e, se se considera que esta empresa foi avalizada positivamente pelo Estado moçambicano com um crédito internacional de 850 milhões de Euros, sem sede, sem direcção e sem infraestruturas, torna-se evidente que o único garante da dívida contraída, quer nos EUA como na UE, é a continuidade do Governo da Frelimo.
E, para sacrificar o interesse nacional, construindo uma plataforma flutuante de gás natural liquefeito (LNG) no Rovuma, contra a óbvia necessidade de construí-la em terra, para favorecer a sua ligação com a economia moçambicana, o Governo italiano e o grupo petrolífero ENI não precisaram de negociar com Afonso Dhlakama. Negociaram com o presidente do partido no poder e é a ele que, em gesto de reconhecimento pelos “serviços” prestados, cederam parte dos seus interesses nos novos blocos de petróleo.
O mau e empobrecedor vício de evitar debater questões pertinentes, privilegiando os sofismas, está a tomar de assalto a nossa classe intelectual. Por conseguinte, alguns académicos e analistas políticos acabam de lançar, por exemplo, uma nova cruzada que, ignorando as razões pelas quais o líder da Renamo percorre o país fazendo comícios, concentra as suas atenções na mera justificação do desdobramento dos quadros seniores da Frelimo pelas províncias, apresentando-o como exercício do direito da liberdade de expressão, à semelhança do que faz Afonso Dhlakama. Facto está que o périplo do líder da Renamo pelas províncias de Centro e Norte não tem como objetivo o exercício do direito de liberdade de expressão, é um protesto contra as irregularidades que caracterizaram as eleições de 15 de Outubro de 2014. Por uma questão de coerência intelectual é obrigatório partir deste dado, passando pelo encontro realizado entre o Presidente Nyusi e o líder da Renamo, para avaliar a legitimidade ou ilegitimidade do desdobramento dos quadros seniores da Frelimo pelas províncias, negando publicamente a “governação autónoma”, exigida pela Renamo.
Há três semanas atrás, publiquei, neste mesmo espaço, ed. 290, de 4 de Fevereiro de 2015, um outro artigo no qual – contrariamente à propaganda pontificada pelos dirigentes do partido Frelimo e difundida pela imprensa controlada pelo mesmo partido – mostrava a falsidade e a hipocrisia das acusações que se fazem pesar sobre o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, segundo as quais as sua reivindicações atentam contra a Constituição da República de Moçambique e incitam à divisão do país. Observando que as reivindicações de Dhlakama não podiam, de forma alguma, incitar à divisão do país – porque ele foi já dividido pela desastrosa governação da Frelimo – mostrei também que a divisão real não era entre o Sul e o Centro-Norte mas entre os incluídos e os excluídos.
O objetivo do presente artigo é de salientar o erro de cálculo dos “feiticeiros”, mostrando que o seu “feitiço” não só se volta contra eles mesmos, mas também os priva da capacidade de distinguir os amigos dos inimigos e tornou-os semelhantes a dementes de armas em punho, decididos a disparar indiscriminadamente, atingindo, em primeiro lugar, os velhos aliados.
A epopeia das Eleições Gerais de 15 de Outubro de 2014, que parecia ter terminado com a atribuição da vitória (não confirmada pelos respectivos editais) ao partido Frelimo e ao seu candidato, Filipe Nyusi, na verdade ainda não teve o seu desfecho. O fantasma de fraude eleitoral continua a atormentar o Presidente proclamado, Filipe Nyusi, e faz com que a sua prioridade seja a conquista da legitimação que não conseguiu obter das urnas. O vencedor real das eleições fraudulentas de 15 de Outubro não foi Nyusi. Foram todos aqueles que se desdobraram para forjar aquela vitória, contra a vontade explícita dos eleitores. Nyusi só viria a começar a sua batalha depois da sua tomada de posse.
Embora no primeiro momento parecesse que o interesse dos mentores da fraude coincidisse com os interesses de Nyusi, em breve tempo começou a manifestar-se o erro do cálculo: enquanto, para Nyusi, é imperativo negociar com as forças de oposição (é a condição “sine qua non”) para legitimar-se, a agenda dos que o colocaram na presidência da República é contrária a qualquer tipo de entendimento com a oposição ou de reforma de administração pública; ela privilegia o aniquilamento de todas as forças políticas de oposição e o controlo de tipo neopatrimonial das instituições públicas, para garantir a impune delapidação do erário público. Daí o desencontro (destinado a agravar-se) entre os caminhos percorridos por Nyusi e os percorridos pela CP do partido.
Tenho a impressão de que o erro foi de base: os “libertadores” da nossa “pátria amada” concentraram todas a suas energias e forças na libertação da nação e esqueceram-se de libertarem-se, eles mesmos, do jugo colonial. De facto, a economia colonial tinha sido pensada e estruturada em função da exploração da mão-de-obra e dos recursos existentes, para o enriquecimento da metrópole. Os libertadores de Moçambique esqueceram-se de se libertar desta lógica. Em parceria com os mesmos europeus e americanos que hoje acusam de incitar Dhlakama à rebelião, adoptaram os mesmos esquemas da economia colonial, em função do próprio enriquecimento. É evidente, portanto, que não há nenhuma “mão externa” na questão política moçambicana. As mesmas razões que levaram os libertadores a combater o colonialismo português são as mesmas que levam os partidos de oposição a protestar contra a governação Frelimo. (Alfredo Manhiça)

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Moisés Checunisse Bem haja a Renamo sempre a representar da melhor forma o povo Moçamicano o povo ñ votou em vão.

Unay Cambuma A renamo ja vai libertar o pais. Agora vai libertar 5 provincias e em 2019 libertamos o resto mas ate la vai investir pesadamente nas provincias sob o jugo da frelimo.
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Benjamim Jose Eu so rezo a Deus k isso tudo seja concretizado.

Jamal Machane Everdade.



Unay Cambuma Ja vai se cncretizar. Ja esta a acntecer. O ante projeto apenas vai ao parlamento como um procedimento burocratico normal e nao para ser materia para debates ou votacao. Foi assim que se acordou. Nao sei onde as pessoas arajam tantos bla blas. Ate porque todos os generais da renamo estao a "rezar ave marias" para algum maluco da frelimo chumbe o ante projeto para avancarem com a ja preparada ofensiva de larga escala. Estao com saudades de cheiro da polvora.
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Alfredo Da Berta Filipe Agradecia mesmo mano unay

Benjamim Jose Com esse Guebuza bem armado ate aos dentes??? O povo e k vai acabar d morrer.. Eu sei..

Manuel Carlos Zacarias Frelixo no desespero total, só falta a derradeira queda. Sinto pena do Nyusi que talvez tenha boas intenções, mas não vai poder demonstrar. Hehehehe. Não há dívida nem dúvida aquí

Cleyton Chico Senzia Unay cambuma

Isac Santana Santana mx forc ants d o povo afogar se

Jonathan Kalinowskovic Um dia, a vontade da maioria soara ao alto. O povo tomara o destino da nacao e o tirano colono de hoje, sera linchado ao publico. Tenho fe no fim da minoria que governa os destinos da maioria.
1 hr · Like · 1

Gil Wa-Nhamymba Alfredo Mauricio Manhiça, um dos grande analístas que temos na diáspora. Força Dr....

Joäo Jone tudo vai dar certo ... Renamo oyeeeeeeee.

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