quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Taipo critica acções do INGC em Caia




“AQUI não temos nenhum reassentamento. Foi um pequeno arranjo que se fez porque sabiam que vínhamos”, assim se expressou a governadora de Sofala, Maria Helena Taipo, pouco depois de visitar os bairros de Sombreiro e Mussassi, no distrito de Caia, onde se encontram acomodadas algumas das vítimas das inundações nesta região do país.
Helena Taipo disse ter constatado igualmente que as tendas que as famílias têm, foram distribuídos dois dias antes da sua chegada ao local, para além de que outras estão em talhões que não lhes pertencem.
A preocupação da Governadora deveu-se ao facto de o local escolhido para acolher os reassentados saídos do bairro Nhampunga para o regulado Sombreiro, arredores da vila sede de Caia, não reunir até ao momento condições de habitabilidade, além de o processo, sob liderança do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), não ter abrangido as 22 famílias deslocadas, colocando igualmente em risco a vida das que ainda se encontram na primeira região, também considerada propensa às inundações.
Taipo ficou igualmente agastada pelo facto de o INGC ter atribuído só no domingo e segunda-feira as tendas para os poucos reassentados que se encontram no Sombreiro e não ter ainda disponibilizado víveres e utensílios domésticos nem latrinas.  
“Aqui também verificamos que há disparidades em termos de dados do INGC a nível provincial e do Governo distrital. No terreno, deparamo-nos com outras situações. Assim não dá. Estou muito preocupada porque estão em jogo vidas humanas e nós não podemos brincar com coisas sérias”, referiu Taipo.
Criticou a disparidade de dados entre os relatórios do INGC e do Governo distrital de Caia. Por exemplo, a entidade gestora das calamidades a nível local refere, no seu documento, ter enviado para Caia mais de 80 rolos destinados a cobertura de casas de banho, enquanto a administração acusa a recepção de apenas 12 unidades.
A governadora afirmou ser necessário que se trabalhe arduamente no sentido de retirar as pessoas das zonas de risco, visando evitar a perda de vidas humanas e de bens.
Devido à sua localização no vale do Zambeze, muitas regiões do distrito de Caia são propensas às cheias. Segundo o informe do Governo distrital de Caia, 419 casas ficaram destruídas. Nove mil hectares de culturas diversas ficaram inundados, afectando deste modo mais de 14.160 produtores. 

 

Sem comentários: