sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Passos volta a falar em "conto de crianças" grego

04/02/2015

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou, esta quarta-feira, que "Portugal é dos países na Europa que mais tem ajudado o povo grego", considerando que não estará em causa na Grécia o "conto de crianças" de emitir a dívida que entende.
 
JOSÉ COELHO/LUSA
O primeiro-ministro destacou que "a Grécia tem sido um caso muito singular"
Pedro Passos Coelho falava aos jornalistas durante uma visita à empresa Granorte, em Santa Maria da Feira, e quando questionado sobre uma eventual visita do recentemente eleito Governo grego a Portugal - conforme noticiado hoje pelo Expresso e pelo Diário Económico - disse que, apesar de isso neste momento não estar previsto, "se o primeiro-ministro da Grécia quiser visitar Lisboa", o Governo terá "muito gosto nisso".
Na opinião do primeiro-ministro, "a Grécia tem tido, quer por parte da Europa, quer por parte de Portugal, um apoio considerável para poder ser bem sucedida" - o que se traduz, por exemplo, em mais tempo para pagar a dívida - realçando que "Portugal é dos países na Europa que mais tem ajudado o povo grego".
"Eu disse uma coisa e quero repeti-la. Não existe no mundo nenhum sistema em que uma empresa, uma família ou um país emita a dívida que entende e possa acrescentar mais dívida sem que os seus credores possam ter garantias de que a dívida que existe é paga. Isso não existe em lado nenhum. E volto a repetir, isso seria um conto de crianças. Não é isso com certeza que estará em causa na Grécia nem em outro país que eu conheça", enfatizou.
Na opinião de Passos Coelho, para encontrar "uma solução de sustentabilidade para a Grécia ela terá que ser procurada entre um equilíbrio" entre credores e as responsabilidades dos governos gregos.
"Eu não conheço nesta altura qualquer proposta concreta do Governo grego. O que nós vimos conhecendo é algumas opiniões e algumas ideias que têm sido veiculadas pela comunicação social. Não vou fazer aquilo que muita gente tem feito que é emitir opiniões avulsas sobre ideias avulsas sobre um programa que não conheço e que não me parece que adiantasse muito esclarecimento à opinião pública", respondeu, perante a insistência dos jornalistas.
O primeiro-ministro destacou ainda que "a Grécia tem sido um caso muito singular" e enfatizou a preocupação, quer da Europa, quer de Portugal, em "prestar muita cooperação e auxílio aos diversos governos gregos", mantendo-se interessado "em cooperar para que uma solução sustentável seja atingida".
"A Grécia não está na mesma posição que estava em 2009, 2010 quando a crise foi espoletada, a Grécia progrediu bastante durante esse tempo mas ainda não conseguiu - como conseguiu a Irlanda e Portugal - resolver o problema fora de um quadro de assistência financeira", sublinhou.

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