A nossa Assembleia da Republica abriu portas novamente e a vergonha se escancarou piamente. Não são ainda as derivas sonâmbulas e a maledicência que caracterizam muitas casas do povo por ai fora.
Na altura de confirmar mordomias, todos estão de olhos bem abertos (Eyes Wide Open, para desdizer Kubrick) e com decoro no trato. A vergonha tem outra natureza. Não se sabe porque portas e travessas, o edifício foi reabilitado em plena violação da Lei das Edificações. Mas mesmo sem Lei, o bom senso mandaria que se contemplasse uma rampa para deficientes físicos, mas como fingimos que somos um pai’s de “normais” ninguém imaginou que um dia pudéssemos ter um vice-presidente da AR deficiente físico, que se locomove com cadeira de rodas. Pois, agora que a Renamo colocou nesse lugar com destaque no púlpito o deficiente Younasse Amad, esta ai patente uma vergonha nacional do tamanho do mundo. Amad tem de ser carregado para sulcar as escadas para tomar o seu assento ao lado de Veronica Macamo.
São dias penosos que ele terá de percorrer ate que alguém resolva contornar o dilema. Isso implica fazer obras. E mais orçamento. Mas…e aqui est'a o problema... se a reabilitação tivesse seguido a letra a Lei das Edificações, esse problema teria sido evitado. De quem eh a culpa? Não sei. Do arquitecto que não previu a rampa? Do empreiteiro que ignorou o desenho? Ou do cliente que achou que deficientes nunca seriam chamado a ocupar tao nobre lugar?
Mas este problema, o de uma Lei de Edificações pontapeada religiosamente por arquitectos, empreiteiros e donos de obra, eh norma na actual onda edificadora em Maputo: a maioria dos novos prédios não tem escadas de incêndios nem parqueamento automóvel suficiente. Veja-se aquela vergonha do circuito de manutenção Repinga tornado parque de carros dos novos edifícios ministeriais na baixa de Maputo.Espero que a AR resolva isto o mais rapidamente possível
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