sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

"Nem Governo, nem Cavaco se dão conta do seu tom ridículo"

Opinião 

Antigo ministro do governo de José Sócrates debruça-se, esta sexta-feira no Diário Económico, sobre as declarações do Governo e do Presidente da República acerca da atual situação grega.
POLÍTICA
Nem Governo, nem Cavaco se dão conta do seu tom ridículo
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No seu habitual espaço de comentário nas páginas do Diário Económico, Pedro Silva Pereira ataca o Governo e o Presidente da República relativamente às posições tomadas sobre a Grécia.
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O antigo ministro socialista começa por dizer que “é muito triste ver o Governo e o Presidente da República colocarem Portugal outra vez do lado errado da Europa”.
Ainda assim, considera, isto não é o pior. “Pior ainda é a insuportável arrogância do modo como falam da Grécia” porque, lembra, “o povo grego suportou, ao longo dos últimos cinco anos, enormes e prolongados sacrifícios que em nada ficaram atrás dos que foram impostos aos portugueses, bem pelo contrário”.
Silva Pereira lembra que enquanto o governo grego foi outro, o homónimo português reconheceu um “povo sacrificado, merecedor de respeito e reconhecimento”.
Contudo, “bastou o povo grego votar em força contra a desastrosa política de austeridade para todos os seus esforços anteriores se varrerem da memória dos governantes portugueses”.
Nesta rede de críticas há também espaço para Cavaco Silva. Escreve o ex-ministro de Sócrates que “em sintonia com o Governo, para não variar, o Presidente da República, olhando de cima para baixo para a Grécia (…) achou por bem advertir que a solidariedade de Portugal com o povo grego já está a custar muitos milhões que estão a ser tirados dos bolsos dos portugueses”.
“Aparentemente nem o Governo nem o Presidente da República se dão conta do imenso ridículo que é esse tom de superioridade. Esse tom não é errado apenas por ser balofo ou pretensioso, vindo de quem vem, é também errado porque é absolutamente destrutivo do espírito solidário sem o qual não há futuro para o projeto europeu”, conclui.

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