quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

MIRADOURO: Líder da Renamo, homem de trato difícil (3)

Ariel Inroga shared his photo.

Sexta, 13 Fevereiro 2015
O LÍDER carismático zimbabweano não arreda o pé, prefere sair da cadeira presidencial para a morgue. Isso não, líderes africanos, até quando vão gozar da aposentação? Até quando vão descansarem e sentirem-se à vontade, fora daqueles ditames de andarem como se fossem “prisioneiros”, sempre escoltados?
Antes do acto eleitoral de Outubro último, tudo parecia que a Renamo tinha ganho a consciência que só o diálogo pode resolver as diferenças, pode trazer benefícios para ambas as partes, neste caso, para si e para o partido que se encontrava naquele momento a manipular o poder político e, por essa via, a governar o país.
Como eu dizia, os cidadãos deste país, quer pacatos, quer aqueles que acompanham a vida da nação, estavam a pensar que a postura partidária da “perdiz” tinha tomado outro rumo, o da verdadeira democracia. Se assim pensaram, assim se enganaram redondamente. Mais uma vez, a paridade voltou à ribalta. Neste momento, o mesmo dilema para questões das chefias militares e paramilitares, a Renamo pretende assumir o comando de alguns cargos militares. Sinto que há uma certa contrariedade das ideias da “perdiz”, pois, afere que a Função Pública está partidarizada, em contrapartida, ela pretende partidarizar as Forças de Defesa e Segurança. Como assim? De que lado vai a congruência?
A Renamo, ao que a prática espelha, pretende especializar-se numa nova ciência por si inovada, a paridade. O Governo, tudo quanto a gente saiba, é que indica indivíduos da sua confiança para liderar certas instituições públicas. O que está em causa não é parcialidade ou imparcialidade, mas acima de tudo a confiança que essas pessoas merecem a quem está a cargo do poder político. Em todos os quadrantes do mundo, o processo funciona de maneira semelhante ao nosso.
Ora, como se explica que a Renamo imponha como condição a paridade e a indicação dos seus homens para liderar a Polícia e o Exército? Isso não passa de uma hipocrisia, não passa de chantagem, não passa de manobra dilatória, não passa de um acto de quem não tem vontade cívica nem política para se ultrapassar um diferendo. Ao que me parece, a “perdiz” pretende reeditar o AGP (Acordo Geral de Paz), quando este se encontra “transcrito” na lei-mãe desta nação que se chama Moçambique.
Arlindo Oliveira

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