domingo, 8 de fevereiro de 2015

Luz no fundo do túnel

NACIONAL  Luz no fundo do túnel

Segunda, 09 Fevereiro 2015 05:24


Escrito por  Jornal Notícia
Avalie este Item
(1 Voto)
JÁ se vislumbra uma luz no fundo do túnel, no que tange à paz em Moçambique. Em menos de um mês de presidência, o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, conseguiu persuadir Afonso Dhlakama, dirigente da Renamo, a se deslocar a Maputo a fim de ambos, aproximarem as posições quanto ao rumo que o país deve seguir nos próximos anos.
ENTRO NYUSI DHLAKAMA
Muito embora não se tenham tornado público, os pontos debatidos no “tete a tete” entre Nyusi e Dhlakama a verdade porém, é que o simples facto de Dhlakama ter aceite vir a Maputo prenuncia a paz para os moçambicanos.
Como disse antes, não se tornou público a agenda da reunião, mas Dhlakama deixou transparecer que dará ordens aos deputados da Assembleia da República e aos membros das assembleias provinciais eleitos pelo seu partido para ocuparem os seus lugares nestes órgãos. Isso só constitui elemento importante para o desanuviamento da paz ténue que o país vive desde que a Renamo decidiu não reconhecer os resultados das eleições legislativas, presidenciais e das assembleias provinciais realizadas em Outubro do ano passado.
Quando Filipe Nyusi tomou posse como Presidente da República prometeu diálogo com todos os actores sociais, visando a construção de um Moçambique uno e indivisível. Prometeu não excluir nenhum moçambicano do diálogo por forma a tornar mais visível e real a governação inclusiva e participativa que temdefendido.
Nyusi recebeu Dhlakama no quadro do seu entendimento segundo o qual as boas ideias têm uma única medida, que é o amor pela pátria e pelo destino comum. Isto mostra que Nyusi já está a trabalhar no quadro da abertura para acolher propostas e ideias de outros partidos visando a promoção da tranquilidade e desenvolvimento de Moçambique.
Importa, aqui e agora reconhecer que Afonso Dhlakama, ao aceitar interromper o seu périplo pelas províncias e deslocar-se a Maputo fê-lo no verdadeiro sentido da paz. É que a confrontação em nada ajuda pois, dela, resultam mortes, feridos, destruição de infra-estruturas económicas e sociais e consequentemente, o atraso do país na rota do seu desenvolvimento.
Todos os moçambicanos estão na expectativa de saber o que Nyusi e Dhlakama terão falado e que concorre para a manutenção da paz e do desenvolvimento. Todos os moçambicanos encorajam o prosseguimento do diálogo porque querem viver a paz efectiva. Querem viajar do Rovuma ao Maputo sem ameaças do espectro da guerra. Querem refazer as suas vidas sem o medo de mais um tiro.
Pessoalmente encorajo o prosseguimento do diálogo entre Nyusi e Dhlakama pois, só na primeira sessão desse mesmo diálogo, desde que a menos de um mês o Presidente da República tomou posse foi possível induzir o líder da Renamo a ter uma outra percepção sobre os destinos de Moçambique. Os deputados da Renamo, antes impedidos de ocupar os seus lugares nas assembleias provinciais e na Assembleia da República vão finalmente ocupar os seus lugares e a partir destes órgãos discutir a vida política, económica e social de Moçambique. Afinal, estas são as verdadeiras sedes de diálogo aberto e construtivo sobre os destinos deste país.
O meu apelo, o apelo de todos os moçambicanos é de que o diálogo entre o Presidente da República e as demais forças vivas da sociedade, incluindo a Renamo, prossiga. Prossiga no sentido positivo para que o país continue a crescer. Para que o país aposte em programas e estratégias de desenvolvimento baseados nos distritos e localidades, lá onde o povo vive e coabita com os problemas reais, capitalizando as potencialidades e oportunidades de cada zona.
O objectivo fundamental deste espírito de abertura ao diálogo é no sentido de que os moçambicanos vivam num país cada vez mais iluminado, muito para além das sedes distritais, com fontes de energia diversificadas, com mais acesso à água potável e a infraestruturas de saneamento e que tenham o acesso universal astecnologias de informação e comunicação.
O encontro Nyusi/Dhlakama corresponde ao convite feito pelo Presidente da República no sentido de todos os moçambicanos juntos caminharem, unidos como irmãos, em prol da construção de Moçambique. Estão convidados para este barco, todos os moçambicanos, partidos políticos da oposição, confissões religiosas e outras organizações sociais para de forma patriótica e responsável participarem no processo de fiscalização do novo ciclo de governação para o bem e o desenvolvimento do país.
O que os moçambicanos querem é a paz. Uma paz verdadeira e nada mais. O encontro Nyusi/Dhlakama deixa prever uma luz no fundo do túnel, luz essa que vai iluminar a paz desejada por todos.
Esperamos que o líder da Renamo assuma as suas responsabilidades a partir deste encontro e que o mesmo não tenha sido “mais um encontro” para a fotografia.
De fotografia estão todos os moçambicanos cansados e que esta luz que se vislumbra a partir do fundo do túnel ilumine a todos os moçambicanos sem distinção de raça, cor da pele, filiação política ou religiosa, idade ou sexo, posição social, enfim, a todos, mas todos os moçambicanos.
Uphiwa Uphinda

Sem comentários: