segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Inhambane pronta para integrar homens da Renamo

Escrito por  Jornal Notícias

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O GOVERNADOR de Inhambane, Agostinho Trinta, garantiu semana passada na cidade da Maxixe que está tudo apostos, naquela província, para o início da integração dos homens residuais da Renamo, no âmbito da implementação do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares assinado a 5 de Setembro de 2014 entre o antigo Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Inhambane pronta para integrar homens da Renamo
De acordo com o governante, a população de Inhambane está devidamente informada dos esforços do Governo para o restabelecimento da ordem e tranquilidade públicas na província e por isso mantém uma grande expectativa de ver desactivadas as concentrações dos homens residuais de Dhlakama e consequente desmobilização e sua reintegração na vida civil ou nas Forças de Defesa e Segurança, à luz dos entendimentos alcançados entre o Governo e a Renamo.
O governador de Inhambane, que visitou semana passado o quartel regional do Comando Conjunto da Equipa Militar da Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), que funciona na cidade da Maxixe, disse ter ficado impressionado pelas informações fornecidas na ocasião pelos peritos ali afectos.
Segundo o dirigente de Inhambane, estas informações abrem uma grande expectativa no que diz respeito ao cumprimento das actividades adstritas àquele organismo militar.
“Tivemos conhecimento de que cerca de 75 por cento das acções previstas para o período estipulado, quatro meses, foram realizadas, faltando apenas 25 por cento do programa para o seu total cumprimento. Estamos quase no fim da missão dos observadores militares em Moçambique e ficámos a saber que a missão realizou já visitas em todos os locais onde estão aquartelados os homens armados da Renamo, como também tivemos o retorno da reacção da população relativamente às actividades em curso visando desarmar estes elementos. Por isso há luz no fundo do túnel para que a tranquilidade regresse de uma vez por todas à província de Inhambane”, disse Agostinho Trinta.
A população colabora
TRINTA-in
O governador de Inhambane observou, no entanto, que as acções em curso ainda não produziram um impacto visível porquanto a população que almeja uma livre circulação por todos cantos da província e do país no geral ainda não usufrui deste desiderato, o que será tangível apenas depois da desmobilização dos homens da Renamo e a sua total reintegração na sociedade e em actividades sob controlo governamental.
“No seu estilo característico, o povo de Inhambane está a colaborar no trabalho dos peritos militares. Não oculta nada nem fala mentira sobre a realidade no terreno. Os observadores militares têm real informação sobre a situação político-militar da província de Inhambane. Portanto, a expectativa é ver tudo terminado para as pessoas relançarem as suas actividades, com destaque para a agricultura”, afirmou Agostinho Trinta.
Para o governador de Inhambane, o inimigo comum é a fome, a falta de estabelecimentos de ensino para todos e a escassez de fontes de abastecimento de água e de energia eléctrica para todos. “Neste sentido, a paz é uma condição fundamental para relançar a implementação de projectos para suprir estas carências”.
“Os partidos que façam política sem interferir nos assuntos militares, ou seja, nenhum partido deve possuir Exército. As armas devem ser monopólio do Governo, por isso todos os homens armados devem ser desarmados e integrados no Exército nacional. Os que não tiverem requisitos para o efeito a população de Inhambane está disposta a recebê-los e reintegrá-los na sociedade e o Governo, por seu turno, está preparado para fazer tudo para que esses homens provenientes da Renamo retomem a vida civil com segurança”, prometeu o mais alto dirigente de Inhambane.
Há cordialidade
Por seu turno, o comandante da força conjunta da EMOCHIM estacionada na cidade da Maxixe, coronel Edson Molela, cuja área de actuação circunscreve-se apenas na região sul do país, disse à nossa Reportagem que as suas actividades estão a decorrer num clima de cordialidade e com plena colaboração do Governo e das comunidades locais.
“Estamos satisfeitos e tudo está a correr bem em toda região sob nossa jurisdição. Contamos com a colaboração de todos, desde o Governo até à população”, declarou o comandante da EMOCHIM no sul do país.
A província de Inhambane registou por duas vezes o ano passado tentativas de reocupação das antigas bases militares por homens armados da Renamo. Aconteceu uma primeira vez na região de Tsiguive, junto à lagoa de Nhavare, em Catine, no posto administrativo de Pembe, em Homoíne, e mais tarde uma segunda na região de Banamana, em Mabote, bem como em Vondo, na localidade de Tsenane, em Funhalouro, onde permanecem até hoje alguns efectivos da Renamo, que circulam pelas comunidades locais portando as suas armas de fogo, alegadamente aguardando pelas novas ordens da liderança do partido da “perdiz”.

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