domingo, 15 de fevereiro de 2015

Estamos ‘tramados”!


Continuam indícios de preocupação.
Desta vez vem do discurso de apresentação do senhor Victor Borges, governador de Nyusi em Nampula.
Tentando seguir as boas maneiras, tive de oarticipar da missa de ordenação diaconal de 4 (quatro) jovens na Catedaral de Nampula. Neste evento, fizeram-se presentes, entre outras individualidades, o “governador” da FRELIMO e o Edil local.
À hora de apresentar mensagens, no fim da celebração, o senhor Victor Borges achou por bem fazer sua própria apresentação. Precisamente neste momento deixou ficar aquilo que para mim tem contornos preocupantes: contou estória de um guarda que salvou seu patrão e por isso foi expulso do serviço. Disse que o guarda havia dito ao patrão para que não viajasse naquele dia porque sonhara que o avião em que este viajaria iria despenhar. O patrão anuiu a admoestação do seu trabalhador e de facto o avião despenhou tendo-se-lhe salva a vida. Agradeceu pela vida salva mas despediu o guarda com o argumento de que se ele sonhou é porque teria dormido _ sabido que o guarda não é para dormir. (Houve retumbante salva de palmas).
Não vou discutir se o argumento é valido, que para mim pode não ser motivo suficiente. Vou sim pôr em questão aquilo que lhe levou a ter esta por escolha. Ele disse que não fará senão aquilo que lhe foi indicado para fazer. Parece-me, desde então mais protocolo que governante. Com as suas últimas palavras deu-me a entender que tem uma pauta a qual tem que interpretar “fielmente”.
Se, segundo o senhor Nyusi: “seu”, _deve ser também de todo o seu governo,_ patrão é o povo: Cuide-se esse patrão porque os seus guardas não estão para lhe fazer coisas tao boas como salvar-lhe a vida, mas sim estão diante de uma postura inflexível a mando de sei lá quem.
Iremos permanecer na ditadura com a propaganda nojenta dos G40?
Eu aconselho ao/s empregado/s do povo a serem flexíveis no serviço a seu patrão: um dia o rei de Espanha teve de romper um acto protocolar e curvar-se para salvar a esposa de Bachar Al Asad que ficou com o calçado preso e ensaiou uma queda; dona Marcelina Chissano, para solenizar mais um acto protocolar enquanto primeira Dama da Nação, teve de romper com o mesmo protocolo e “puxar” pela mão da rainha de Espanha para a dança;
Não estou a criticar, estou a opinar

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