quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Dhlakama desafia o Presidente a visitá-lo no norte do país


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O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, desafiou, durante um comício na quarta-feira em Palma, Cabo Delgado, o Presidente a visitá-lo no norte do país, mas até hoje ainda não tinha resposta, disse à Lusa o seu porta-voz.
"Que ele [Filipe Nyusi] me ligue, eu vou responder. Ele pode vir aqui amanhã [hoje], eu estou aqui, em Mocímboa da Praia, ou pode adiantar-se e esperar-me em Montepuez, ou Balama, ou então sábado podemos encontrar-nos em Lichinga", disse Dhlakama referindo-se aos locais na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, que tenciona visitar nos próximos dias.
O Presidente anunciou na terça-feira, à margem da cerimónia do Dia dos Heróis, disponibilidade para se encontrar com o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), maior partido de oposição, para preservar a paz.
"Estou pronto", declarou Filipe Nyusi, considerando que "o povo tem de ter a certeza de que vai viver em paz" e que já deu sinais da sua disponibilidade para o diálogo, "agora mesmo", e que só assim será possível um entendimento.
"Se, de facto, ele não falou por emoção, para contentar o Comité Central da Frelimo, quero que ele concretize dentro de 24 horas. Eu estou disposto", afirmou Dhlakama na quarta-feira, durante a sua digressão a anunciar o seu desejo de criar uma região autónoma no centro e norte do país.
Contactado hoje pela Lusa, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, disse que até à manhã de hoje ainda não havia resposta da presidência moçambicana.
Após a manifestação e disponibilidade de Nyusi para o diálogo, a Renamo condicionou a realização de um encontro à aceitação das suas exigências.
"Importante não é o encontro com o líder da Renamo, importante é acolher o que a Renamo reivindica", defendeu na terça-feira à Lusa António Muchanga, acrescentando que o seu partido "já indicou algumas pessoas para iniciar essa aproximação e que é com elas que Nyusi tem de falar", para que um eventual encontro com Dhlakama "não seja um fracasso".
A presidência nunca confirmou estas reuniões, deixando apenas a garantia que está disponível para dialogar e apelando à Renamo para que faça as suas reivindicações nas sedes próprias e que os seus deputados levantem o boicote parlamentar e se sentem nos seus lugares na Assembleia da República e assembleias provinciais.
O presidente do maior partido de oposição percorreu nas últimas semanas as províncias do centro e norte do país, continuando a atrair multidões aos seus comícios, agora centrados na mensagem de uma região autónoma nas províncias onde tenciona governar, após o que considera ter sido uma fraude nas eleições gerais de 15 de Outubro.
"Juro pela alma da minha mãe, eu vou criar o governo do centro e norte", disse Dhlakama no sábado, durante um comício em Nampula, durante o qual voltou a rejeitar pegar em armas para conseguir os seus objectivos, na condição de não ser provocado.
"Não queremos guerra, mas se os comunistas da Frelimo tentarem provocar, disparar, a resposta da Renamo será dada na cidade de Maputo", afirmou, repetindo a ameaça já deixada há uma semana, em declarações à Lusa, durante uma visita a Quelimane, província da Zambézia, em que também dava conta da sua recusa em avistar-se com Nyusi, "uma pessoa que roubou votos, que fala de boca cheia e arrancou a vitória à oposição".
Lusa- 05-02-2015
"Autonomia das Províncias"
Portanto, se percebi o pensamento do professor Gilles Cistac em entrevista ao país, a lei vigente não resolve a pretensão de Afonso Dhlakama neste momento. Se, de facto, por Lei, algumas províncias forem estabelecidas como "categorias superiores aos (actuais) municípios" não será, a meu ver, com base nessa hipotética decisão que a Renamo e Dhlakama governariam as províncias que reclamam Vitória nas eleições de 14/10/2014.
PS: Começo a perder me neste circo...
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  • Vicente Manjate Júlio Mutisse, se quiser internado por demência, é só tentar entender esse circo. Uta lhanha. ..
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  • Júlio Mutisse Tenho receio que alguns possam entender os pronunciamentos do professor Cistac como, basta a AR criar esses entes que se resolve assunto da RENAMO. Longe disso. O escrutínio que ditou os resultados ora contestados tinha um escopo específico, a virem es...See More
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  • Henoch Jemusse Quais sao essa eleicoes do dia 14.10.2014?
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  • Rmano El Bambino As de 14 de Outubro, refere-se aos bolentis pré-votados!!! In fact...
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  • Armindo Penicela O prof.Cistac tem razão mas num contexto bem diferente, de autorização.para tal é necessário que se criem categorias autárquicas superiores aos Municípios. Isso em sede de descentralização. Mas agora estamos num contexto estadual. A ideia não encontra rescaldo legal
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  • Osvaldo Gonçalves Li ontem algo sobre cortes de investimentos da BP. Está noa hora de investirmos nas pescas?
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  • Sic Spirou Ilidio Macia esse teu like eh pouco... tou a pedir teu ponto de vista. eheheheheh
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  • Nelson Jeque Júlio, Nas férias aprendi a não tentar entender DHL e a viver com ou sem os seus "arranques"!
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  • Sic Spirou eheheh Jeque ele eh mocambicano e tem seu papel na nossa sociedade neh? mas parece que o mutisse esta mais interessado na analise do prof cistac por agora.
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  • Alfredo Chambule De jure condendo!
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  • Júlio Mutisse Desculpem pelo lapso, quis dizer eleições de 15/10/2014. Devidamente corrigido...
    Armindo Penicela o principal problema é que já há compatriotas nossos a fazerem coro ao professor Cistac como que as suas declarações enquadram o discurso actual da RENAMO. Aliás, nem ele faz questão de se demarcar dessa posição apesar de comentar não só aspectos jurídicos como políticos.
    Dhlakama fala num contexto que lhe granjea palmas de muitos incautos. Há uma classe de moçambicanos que aplaude aquele discurso e tem ajudado a passar a imagem do "enquadramento legal" que não o devia oh Nelson Jeque. Esses sim me preocupam...
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  • Arlindo Chibebe Não entendo o porquê de tantos debates em torno da constitucionalidade das exigências/pretenções do líder da Renamo, uma vez que é sabido por todos nós que ele tem imunidade eterna (enquanto tiver armas e guerrilheiros). Dhlakama perdeu o respeito pela Constituição da Repùblica, por considerar que Gamito é partidário da Frelimo.
    Caros Juristas/Advogados, não seria este o tempo de juntos reflectirmos sobre a Constituição da nossa Repùblica (principalmente no concernente aos poderes do Chefe de Estado)? 
    Eu sou um machambeiro nada entendo de Direito.
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  • Júlio Mutisse Arlindo Chibebe não haveria sustentabilidade dessa discussão enquanto houver focos a partir dos quais os resultados da discussão que propõe seriam torpedeados. Há que trazer Dhlakama para a legalidade e para o respeito pelas instituições e pela democracia de que ele se julga progenitor. De outra forma estaremos a jogar conversa fora apenas.
    Agora, todos nós devemos ser cuidadosos na análise destas questões, da situação prevalecente e do caminho que devemos seguir. Há muitos que não estarão aqui quando o barril preaquecido rebentar... ou serão retirados e ficaremos nós como carne de canhão!
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  • Muhamad Yassine Esse assunto vai levar muitos a inventarem leis, mas ficou para mim entendido que esse nao eh o objectivo do Cistac, esta claro que actual legislação nao pode legalizar isso e a Renamo esta ciente disso .
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  • Júlio Mutisse Muhamad Yassine... quanto ao objectivo da discussão e no contexto em que foi levantada essa passagem destacada me parece esclarecedora. Por isso vem este post. Sem aquela abordagem acho que esta discussão perde sentido. Não acha? Ainda bem que a Renamo esta certa que aquela proposta não encontra sustento legal, espero que busque outra dentro da. Legalidade e nos princípios democráticos que defende...
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  • Muhamad Yassine Nao posso justificar a posição de uns e outros, mas disse o que sei ser a verdade interna. Agora sera que existem Outros mecanismos políticos que podem viabilizar essa pretensão? Casa um eh como cada qual, sabe que corda puxa
  • Júlio Mutisse Exacto, a Renamo e o seu presidente são políticos e, nessa perspectiva, no jogo da pressão e com os pressupostos inerentes, encontrarão na mesa do diálogo em que estão, um meio termo para aliviar a tensão. Espero que seja antes do dia 11.
    Quanto ao professor Cistac, ele fez uma incursão política muito séria usando as disposições da lei. Estando correcto o pensamento dele, peça por não dizer o essencial, principalmente tendo em conta o contexto de onde este debate iniciou: não é essa eventual solução legal que resolve as questões levantadas por DHL e por não esclarecer o equívoco em que cavalgam muitos nesta rede e muitos jornalistas.

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