sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Qual governo de gestão, qual quê?

Estou certo que os moçambicanos gostariam de ver uma Renamo assumidamente envolvida no processo político democrático, em consonância com os "interesses comuns assumidos", pautando pelo respeito às regras do jogo.
Mas é flagrante o processo de distorção, que a Renamo faz da nossademocracia,em grande parte devido à falta de cultura política e à personalidade do seu líder.Como se pode ver Afonso  Dlhakama tem uma agenda pessoal, de chefe tribal nada condizente com o que o sistema político dele esperava.O que se esperava dele era um compromisso com a legalidade democrática, mas tal como no interior do seu partido, ele se acha o pólo central congregador das sensibilidades,na oposição ao partido Frelimo.A sua visão política é orientada a bloquear, e não em busca de consensos.Pessoas como o líder da Renamo mancham a reputação política do continente africano, e vejamos porquê:
Primeiro, Dlhakama carrega com ele toda a utopia oposicionista, cuja componente ideológica anti-Frelimo remonta da guerra fria, na essência  orientada a obstacular a governação.Segundo, Dlhakama não evoluíu devido a falta de escola, e ao seu carácter irredutível violento e despótico.Terceiro, esse padrão comportamental e a recorrente narrativa belicista é inusual e contraproducente em democracia representativa, não fazendo  sentido senão adensar o ambiente político de clivagens insuperáveis.Quarto, em democracia não existem inimigos mas adversários políticos.Quinto, Dlhakama na versão apocalíptica foi implantado em Moçambique pelos racistas da ex-Rodesia, pelo regime do apartheid assim como de ex-colonialistas portugueses, sendo  hoje reanimado do piorio  residual dessa  miserabilista direita, que tanto nos odeia e  que sempre nos chamou de pretos. 
Trabalho, rigor, e transparência, é o que o novo presidente da República Filipe Jacinto Nyusi promete,e o contrato social com ele firmado representa uma nova caminhada para a prosperidade,enquanto isso o primeiro ministro Carlos Agostinho do Rosário vai preparando o plano económico e social, e o OG.
Dlhakama ao invés, tudo quanto diz é contraproducente, ofensivo e uma aberração.Sabe que perdeu o pleito eleitoral, e mesmo assim usa a mentira para galvanizar os incautos,  prometendo  bloqueio à governacão,incluindo tomar as capitais provínciais, etc...  E estamos a falar do mesmo homem que até o ano passado andava foragido à justiça, dizendo que o governo queria matá-lo, e outras choraminguices do género.Ele nem tem capacidade de tomar conta da sua própria casa,  tudo quanto diz serve para enganar e manipular os incautos.Mas atenção doravante os pronunciamentos atentórios contra o estado de direito, passam a ter as devidas consequências, sobe pena  de fragilizarem a imagem de instituições , como novo executivo de Filipe Nyusi, Parlamento, governo, Procuradoria Geral, Tribunais. O executivo dialoga com todos parceiros politicos, e apenas ao executivo compete determinar  o timing para o diálogo e a mais ninguém.
A verdade porém é que nem Afonso Dlhakama nem a Renamo farão parte do governo de Filipe Nyusi, nem haverá nenhum governo de gestão.E um aviso à Renamo e ao seu líder: Os limites há muito estão definidos.Deixem de ser protagonistas pela negativa, e parem de interferir na coesão nacional,  respeitem a maioria política absoluta que deu a vitória a Filipe Nyusi e ao partido Frelimo, e aos moçambicanos em geral, e toca a ocupar os seus lugares no parlameto nacional e provinciais, sob o risco de ficarem de mãos a abanar.E quanto a todos os representantes dos países creditados em Moçambique, estes marcaram presença na tomada de posse do presidente Nyussi, o que significa que reconhecem o novo presidente.
A estabilidade política depende do assumir de responsabilidade, e não de rupturas  com  poder instituído.O estado não vai alterar as regras do jogo para acomodar a farsa da Renamo e do seu líder, já  tido com alguma insistência de sectores pensantes da sociedade de peça indesejável ao xadrez político nacional.E a meu ver para a actualização da Renamo no novo contexto, um lider  de visão moderada, poderia colmatar a actual falta de visão estratégica do beco sem saída, onde a Renamo se meteu.Uma organização política sem norte, que para além do belicismo, desrespeito institucional , e um exacerbar evidente de tribalismo e regionalismo.
Dlhakama  conhece a importância da paz, para criar confiança no próprio desenvolvimento de Moçambique, e também para o investimento.Nesta busca  de sarilhos constantes procura a desordem sócio política, para de forma matreira criar uma ponte de chegada  ao poder de forma ílicita.Se a Renamo tivesse querido integrar os seus homens na FDS  e Polícia, assim como inseri-los  na sociedade telo-ia feito.Bastava fornecer a lista desses homens, mas intencionalmente não o fez.Manobras dilatórias e pacote de exigências de postos de chefias militares, foi suficiente para que  o governo se recusasse assinar uma espécie de  pacto de regime militar.Em 1992 aquando do AGP houve efectivamente uma espécie de pacto militar , mas este como o AGP prescreveram, e  não tendo funcionado por a Renamo preferir omitir um número residual de homens ,considerando parte da guarda do seu  presidente para jogadas políticas como agora o tem feito com o objectivo de pressionar o governo.Para a Renamo mais uma derrota. Não vai haver paridade nas forças armadas, porque estas em país algum serem partidarizadas, por outro lado vivemos numa democracia plena, sendo a política de defesa e segurança estabelecida pelo executivo.O povo moçambicano obedece  apenas a um comando, o comando constitucional, sob a chefia do Presidente da República, o Chefe do Estado, e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Jacinto Nyusi.
Bem haja senhor presidente Filipe Nyusi. Moçambique rumo ao progresso. A minha solidariedade para com as vítimas das cheias.
PS. Como autor do texto reservo-me no direito de não permitir que o texto seja reproduzido na rede social, na ferramenta de busca google por qualquer blog que não seja o jornal domingo
Inácio Natividade

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