sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

MAS QUE TOMADA DE POSSE!

Boletim informativo
Edição nº 115 Ano 3
Boletim informativo 
Edição nº 115 Ano 3

AFONSO DHLAKAMA VISITA VÍTIMAS DE INTOXICAÇÃO ALCOÓLICA EM CHITIMA
O presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, visitou na passada terça-feira, as vítimas da tragédia de Chitima , distrito de Cahora Bassa, província de Tete com o objectivo de prestar a sua solidariedade. Afonso Dhlakama chegou na manhã de terça-feira e dirigiu-se directamente para o hospital local, onde se encontra internado o maior número de pacientes vítimas da intoxicação. 
Durante a visita, Afonso Dhlakama acompanhado pelo médico chefe do distrito, conversou com os doentes internados na enfermaria daquela unidade sanitária. Seguidamente, o residente da Perdiz, visitou e conversou com as famílias vítima da tragédia e deixou algumas palavras de consolo e esperança. Em declaração aos jornalistas que o acompanhavam, Afonso Dhlakama apelou a quem de direito para que crie condições necessárias para que os internados tenham melhores tratamentos e que se proceda com maior urgência a transferência dos doentes mais graves para hospitais que possuem melhores condições para salvar aquelas vidas e que se façam as investigações com vista a apurar os verdadeiros motivos da tragédia. “ Não podemos nos limitar nas condolências ou no içar da bandeira a meia haste, é necessário que se recolham amostras e se façam exames laboratoriais, se não há condições no paí s, que se mande para o estrangeiro para evitarmos outras tragédias semelhantes”. Afirmou.

De recordar que esta tragédia, surge na sequência de consumo de uma bebida alcoólica tradicional chamada Phombe, por um grupo de populares que vinha de um funeral, como habitualmente acontece naquele distrito e noutras zonas da província de Tete. Consta que após terem consumido a bebida, as pessoas começaram a ter diarreias e vómitos, tendo alguns perdido a vida horas depois e outros levados à hospital. As autoridades hospitalares falam até hoje, de 73 mortes confirmadas e 35 pacientes internados. Por sua vez, a polícia da República de Moçambique em Cahora Bassa, diz não ter pistas ainda dos presumíveis autores da tragédia.

“ Estamos a trabalhar, há uma equipa multissectorial que está no terreno a fazer o trabalho com vista a esclarecer o caso”. Afirmou o porta-voz do comando distrital da PRM naquele distrito, acrescentando que, apesar de estarem a enfrentar dificuldades devido a morte da dona da bebida que provocou a morte das 73 pessoas, os trabalhos de investigação estão a prosseguir.

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EDITORIAL
MAS QUE TOMADA DE POSSE!
Depois de um processo eleitoral muito polémico e contestado elos principais partidos da oposição, nomeadamente a RENAMO e o MDM, hoje 15 de Janeiro de 2015, Felipe Jacinto Nyusi candidato “eleito” pela FRELIMO tomou posse na capital do país. Por outro lado, o Presidente da RENAMO, está a fazer um périplo pelas províncias da zona centro e norte, com o objectivo de explicar às populações que votaram massivamente na RENAMO e no seu candidato Afonso Dhlakama o posicionamento deste partido face a mega fraude protagonizada pelo partido no poder. Esse posicionamento que passa necessariamente pela formação de um Governo de Gestão ou criação de uma zona autónoma, que será dirigida pela RENAMO sem que se faça uma divisão do país. Aliás, por todo lado onde passa Afonso Dhlakama, as populações exigem que ele governe, e governe sozinho sem a FRELIMO. Porém, a FRELIMO faz se de surda e avança com as tomadas de posse, primeiro dos Membros das Assembleias Provinciais, seguidos pelos Deputados da Assembleia da República e hoje foi a vez do próprio Nyusi. Nessas tomadas de posse, os Membros das Assembleias Provinciais e Deputados da Assembleia da República eleitos pelas listas da RENAMO, não tomaram posse.

Ora, afinal que regime é este?

Está claro que, o que efectivamente a FRELIMO quer, é empurrar o país à uma instabilidade. Fala se tanto de diálogo mas a prática é outra. Todo o mundo testemunhou os malabarismos deste partido nas últimas eleições do passado 15 de Outubro, aliás, o próprio Guebuza, no dia em que o Conselho constitucional alidou os resultados eleitorais disse publicamente e citamos: “ a RELIMO é invencível, e que a sua vitória foi arrancada.”

Se bem que essa Vitória foi arrancada, certamente que foi arrancada a alguém, e esse alguém, pelos números dos órgãos eleitorais, embora viciados, só pode ser a RENAMO.
É estranho que, mesmo depois de uma “passeata” por quase todos continentes durante a sua pré-campanha eleitoral, hoje, dia da sua tomada de posse, Felipe Jacinto Nyusi convide apenas 6 Chefes de Estado e todos da África Austral exceptuando o Cavaco Silva de Portugal.
Até o Brasil que tem muitos interesses em Moçambique, não veio ou não foi convidado. Isto revela claramente que a FRELIMO está sendo isolada pelos seus aliados devido aos flagrantes e constantes roubos de votos da oposição, para se manter no poder. A história de que a cerimónia da tomada de posse do Nyusi , é restrita, não passa de uma justificação descabida e desprovida de qualquer fundamento.
Quando Guebuza tomou posse no seu primeiro mandato muitos Chefes de Estado e do Governo estiveram presentes. Não tem sentido que hoje, o Nyusi seja assistido na sua investidura como Chefe de Estado por apenas 6 convidados. Contudo, porque o poder reside no povo, será o mesmo povo que vai dar a sua sentença final.
LAM EXTORQUE POPULAÇÃO
Na sequência das chuvas fortes que se fazem sentir no país concretamente nas províncias de centro e norte, a ponte sobre o rio Licungo perto da cidade de Mocuba desabou e o único meio seguro de viajar de Quelimane a Nampula ou vice-versa, é o uso dos meios aéreos através de voos da LAM. Pelo que as Linhas aéreas de Moçambique, única companhia de transportes aéreos de que o país dispõe, aproveitando-se da situação de desespero das pessoas, aplicam um preço exorbitante no valor de 9.990 mtn por bilhete, contra os 2.790 praticados anteriormente. Esta subida representa mais de 300% de valor anteriormente praticado.
SEM VERGONHA NA CARA
Queremos fazer uma breve retrospectiva do que a situação eleitoral moçambicana de 2014 nos permitiu perceber, desde a altura em que o Presidente da RENAMO e candidato a residência da Republica Afonso Macacho Marceta Dhlakama abandonou o seu refúgio, algures em Gorongosa, o tal chamado “parte incerta”se bem que de incerta não tinha nada, pois muitas pessoas sabiam o seu paradeiro.

Lembramo-nos com tanta frescura que na altura da aparição pública deste homem destemível, já somava uma desvantagem de dois meses, se levarmos em linha de conta que os seus rivais já estavam em actividades de pré campanha, tendo percorrido o país de lés a lés durante muito tempo.

Quando Afonso Dhlakama iniciou os contactos, foi apenas para o exercício de caça ao voto, a verdadeira campanha eleitoral. Isso, apenas lhe custou uns escassos 45 dias, tendo visitado apenas alguns pontos possíveis. Apesar de tudo isso, os números de apoiantes que afluíam aos seus eventos eram muito além dos apoiantes de todos os candidatos juntos e dos que afluíam aos comícios do próprio Chefe de Estado.

Um aspecto deve merecer realce, é que enquanto os outros candidatos durante a campanha eleitoral estavam num exercício de consolidação de posições, o Candidato Afonso Dhlakama, simplesmente estava iniciando seus contactos. Qual não foi o espanto? Enquanto o Guebuza, Nyusi, Chissano, Graça, Talapa, Luisa Diogo, Pacheco, Verónica Macamo, Mulembwe, Manuel Tomé, Mariano Matsinhe, Paunde, Comiche, entre outros pesos pesados da FRELIMO arrastando o melhor em termos de música, camisetas, capulanas, bonés e outras quinquilharias, para não falar de bebidas fortes, como tentação, boss e outras variedades de álcool próprio para deixar em K.o aos consumidores, almoços e um prémio diário de 100 meticais por participante, estes que foram considerados gigantes da política moçambicana, foram simplesmente suplantados pelo candidato sem espectáculos musicais e até sem abastança de camisetes e outros prémios que pudessem justificar tamanhas multidões que ele arrastava. Há que ter em conta um aspecto peculiar nas multidões que acompanharam desde sempre Afonso Dhlakama: A espontaneidade que sempre reinou nas multidões.

Perante esta situação que baralhou completamente o jogo do campo adversário, vimos e ouvimos comentários menosprezando as enchentes que caracterizavam a campanha de Dhlakama, rotulando aquelas multidões como de curiosos. Entretanto, o mais sugestivo é o facto de os ditos curiosos sempre aparecerem nos comícios de Dhlakama. Para contrariar, os que apareciam nos comícios dos outros candidatos eram tidos como eleitores garantidos, mesmo que estivessem maioritariamente crianças e adolescentes que eram compulsivamente retirados das escolas primárias com o fim de participarem nos comícios. Isso assistimos e era prenúncio de que algo feio estava a ser preparado para forçar a vitória do derrotado. Tal viria a ser confirmado com a realização das eleições no dia 14 de Outubro de 2014, eleições que só mesmo para esquecer. Quando o candidato Afonso Dhlakama conseguiu arrecadar votos para vencer folgadamente, lá começaram as jogadas mais baixas de roubo e ao mesmo tempo tentando induzir nos eleitores ao erro, fazendo-os crer que tudo o que estava a acontecer, tinha a ver com o respeito ao “jogo democrático”. Na verdade, o que aconteceu foi um autêntico golpe à democracia e permitiu que Nyusi, apesar de candidato derrotado fosse superando o vencedor Afonso Dhlakama. Dessa forma, dava-se passagem para a fraude que seria anunciado pela CNE e chancelado pelo CC. E assim foi. Rigorosamente igual, embora o CC tivesse aparecido com dados diferentes dos anunciados pela CNE. Aqui, na verdade abre-se um novo debate, de perceber de onde o CC trouxe os dados diferentes aos anunciados pela CNE e STAE, uma vez este órgão não tem recebido paralelamente dados? 
Mas mesmo assim, nada mudou em termos de números de resultados.

Esse processo fraudulento ocorreu sempre no nosso país, nas disputas passadas do tempo de Chissano e depois, deste com o usurpador Guebuza. De igual modo volta a ocorrer agora com Nyusi, de uma maneira cada vez mais nítida.
Durante todo o dia 14 de Outubro e subsequentes, as denúncias de fraude nas urnas de votação e nos órgãos eleitorais abundaram pelas redes sociais e até através de pessoas apanhadas em plena falsificação de boletins e editais. Através de fotos e vídeos, as pessoas lesadas referiam desde duplicidade de cartões de eleitor, trocas de urnas, recusa de envolver Delegados da oposição no transporte das urnas do local de votação para os STAEs provinciais, viciação das actas e violações de selos de mesas de votação, além de urnas que estavam nas sedes da FRELIMO, onde eles votaram sozinhos enviando as urnas pré votadas sob escolta policial. Situações em que os eleitores ainda estão na fila para elegerem, onde nem um único voto foi ainda depositado, contudo, os eleitores são avisados que a urna já está cheia. Algumas perguntas se impõem: quem eram essas pessoas, únicas a ter acesso a elegerem? 
E qual foi o critério da escolha para que eles representassem a vontade do outros eleitores? Quem as escolheu? Por que foi preciso escolta policial se o acto era legal?

Alguns Delegados de partidos foram recusados, aliás escorraçados das salas para não receberem editais apesar de por Lei terem o direito de acompanhar o apuramento. E para culminar a traição, os infractores são levados a polícia por simulação e momentos depois estão nos banquetes festejando a roubalheira, para depois virem a público dizer que cumpriram o “jogo democrático”.

Como resultado dessa patifaria toda, o candidato vencedor Afonso Dhlakama exige a formação de um Governo de Gestão recusado pela contraparte da FRELIMO, depois de uma simulação de entendimento possível. Habituada a golpes violentos, a FRELIMO instrumentalizando o Governo, concentra tropas nas regiões Centro e Norte do país, onde sabe ter perdido sem contemplação, impedindo qualquer tipo de manifestação. Inicia uma campanha velada de promoção do ódio entre irmãos.

A maioria esmagadora dos moçambicanos que apostaram e acreditaram na possibilidade de tirar a FRELIMO do poder se decepcionou com os resultados, mas não perderam a esperança. Por isso contrariam o líder da RENAMO no tocante ao Governo de Gestão por o considerar como legítimo vencedor. Ouvimos Beira e Chimoio em coro gritando: Save! Save! Cortar, dividir o país.
Veja o extremo da medalha, já não é Dhlakama que sugere divisão mas o povo que o elegeu. O povo afirma de boca cheia: Dividir, dividir, dividir. Sim, o povo tem razão, Dhlakama é legítimo vencedor do escrutínio e venceu por larga vantagem. Mas os vigaristas arrancaram tudo e impedem que se prove a idoneidade deste processo eleitoral. Editais desapareceram mesmo. Tentaram dar a ideia de que os votantes da RENAMO para as Assembleias provinciais, não votaram na mesma RENAMO para a Assembleia da República, o que é inconcebível numa sociedade como a nossa. 
Quando elegem massivamente nas Assembleias Provinciais e mudam da tendência nas presidenciais e legislativas, só pode denunciar algo errado. O que isso significa?

Esperamos que os Marxistas Leninistas infalivelmente terão um banho de água fria ao longo dos próximos tempos, a não ser que se mostrem mais maduros na solução dos problemas nacionais. É que a acontecer a divisão do país, não será nada doce.

É preciso entender esta realidade, a ampla maioria dos moçambicanos votou correctamente, contra a FRELIMO, ou seja, confiou em Afonso Dhlakama. Até mesmo nas regiões consideradas mais propensas às manipulações relimistas. Na verdade, a questão de peso não reside em saber com as pessoas votaram, mas como um Nife colocado no STAE para servir o partido governamental para se posicionar como autoridade máxima do processo eleitoral contabilizou os votos. Aliás ninguém desconhece que os editais de centralização provincial e distrital não chegaram às mãos da CNE, tendo esta se contentado com a versão electrónica e o CC recebeu uma versão áudio e mesmo assim validou!!!

Tudo o que a CNE e STAE divulgaram é FALSO.
O que o CC validou também é FALSO.
Moçambique não merece nada disto, por isso a melhor solução para o país é mesmo a autonomia sugerida pelo candidato vencedor, Afonso Dhlakama.

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