terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Marlene


O silêncio era quase sepulcral, um ar quente dominava o quarto nú, com apenas uma cama encostada numa das paredes. A temperatura rondava os 34 graus. Ela desafiava-me com um olhar, parecia indecisa. Estiquei os braços na cama espreguiçando ao mesmo tempo que apreciava os mamilos túmidos e as esbeltas pernas que espreitavam da minúscula saia... Estava excitado e louco para possuir aquele corpo escultural.
-Sabes, penso que já fomos longe demais. - Disse ela por fim quebrando o silêncio.
Dois dias antes, estava eu descansando no quarto quando o meu telemóvel recebeu uma chamada estranha, era a Marlene, a miúda que usei, abusei e depois humilhei já lá vão cinco anos.
-Reginaldo és tu mesmo? - Ouvi uma voz precipitada e ansiosa.
-Sim, sou o Mangue. -Respondi um pouco receoso. 
Ainda não captara a dona da linda voz.
-Sou a Marlene, só liguei para saúda-lo. - Explicou, dissipando as dúvidas.

O certo é que, a conversa prolongou animadamente por 3 horas, onde fiquei a saber que tinha subido ao altar com um cidadão nacional bem colocado na sociedade e que ocupava um cargo importante no Governo, era mãe de um menino, tinha empresas, conduzia uma viatura de alta cilindrada que por negligência não memorizei a marca.
Eu continuava o mesmo Mangue, pobre, desempregado e sem sonhos por oferecer, contudo, sempre pronto a apagar o fogo das fêmeas...
Estávamos novamente juntos no meu quarto volvidos cinco anos, ela repetia:
-Tenho de parar com esta loucura, sou casada com um homem que não merece uma sacanagem destas, dá-me tudo e tu nunca prestaste para nada.

Socorrendo-me da minha experiência de play boy, levantei quase que bruscamente e a calei com um beijo, as minhas mãos ágeis tacteavam o seu fogoso corpo. Subitamente, levantou-se e disse com um olhar de safada:
-Queres assim nem? Tirou o anel de casamento e repousou-o em cima de uma cabeceira velha como são todas as minhas coisas.

Despediu a saia lentamente com uma sensualidade de me tirar o fôlego e deitou-se na cama de barriga para o tecto de chapas de zinco "cansadas" e super quentes.
Possuído de desejos já há reprimidos a devorei como se "come" uma mulher casada com sede de um verdadeiro macho.
Depois de múltiplos orgasmos, ela voltou a sentar-se na cadeira com um ar pensativo:
-Este foi o primeiro e último reencontro. - Falou quase num sussurro.
Eu continuava quieto na cama escutando-a, recolocou o anel no dedo e falou sem convicção:
- Nunca mais me terás, saiba que o meu marido foi um dos minstros nomeado pelo novo Governo.

Saiu com pressa e ouvi lá fora o roncar de carro turbinado, na minha cabeceira jaziam três verdinhas de 1000 meticais.
Três dias depois o meu telemóvel voltou a tocar. Era a Marlene. Sempre fui um safado medroso deve ser por isso que continuo charfudando na lama da pobreza. O telefone tocou insistentemente e não atendi...
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