segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Hoje não há negociações entre o Governo e a Renamo

As negociações políticas entre o Governo cessante da Frelimo e o partido Renamo não vão acontecer hoje, segunda-feira, confirmaram ao “Canalmoz” fontes das duas partes. Não foram explicadas as razões, mas as mesmas fontes relacionaram o facto com a tomada de posse, hoje, dos deputados da nova Assembleia da República, e com exoneração do ministro da Agricultura, José Pacheco, que, em função disso, não pode mais chefiar a delegação do Governo, visto que já não faz parte dele.

Não se sabe quando será retomado o diálogo, tendo em conta, por um lado, que, na próxima semana, toma posse um novo Governo que precisará de indicar um negociador- chefe, caso necessite de continuar com o diálogo, e tendo em conta, por outro lado, o facto de a Renamo não reconhecer o Governo saído das recentes eleições.


Uma fonte da Renamo disse que, devido ao fim do mandato deste Governo, aquele partido vai submeter, esta semana, um documento como qual vai solicitar um esclarecimento sobre o prosseguimento das negociações. A Renamo – que não reconhece os resultados das recentes eleições gerais e provinciais, em que foi atribuída a vitória ao partido Frelimo e ao seu candidato presidencial, Filipe Nyusi – afirma que não vai reconhecer o futuro Governo.

O impasse nas negociações políticas entre as delegações do Governo e da Renamo, particularmente sobre o modelo de enquadramento e integração dos homens da Renamo, voltou a prevalecer no final da 90.a ronda, realizada na semana passada.

A Renamo insiste com o seu pedido de partilha de responsabilidades nas Forças Armadas e na Polícia, enquanto o Governo continua a exigir que a Renamo entregue as listas contendo o efectivo dos seus homens, sua localização e quantidade de armamento.

As partes continuam a endurecer as suas posições. A Renamo diz que não vai entregar as listas antes de que o documento de base que constitui o modelo de enquadramento e integração seja adoptado pelas três partes (Governo, Renamo e mediadores nacionais). O Governo diz que está fora de hipótese aceitar o tal modelo com base na proposta defendida pela Renamo: partilha de comandos nas FADM e na PRM.

O Governo já tornou claro que não está disposto a ceder a “esta aberração, esta ilegalidade, esta inconstitucionalidade”, conforme diz, argumentando que não pode privatizar os comandos das FADM e da PRM.

O Governo reconhece que o que está em disputa com a Renamo é o controlo dos comandos das FADM e da PRM. (Bernardo Álvaro)

CANALMOZ – 12.01.2015

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