domingo, 7 de dezembro de 2014

The Mozambique Tragedy, por Daniel José Shitole de 23.08.1981


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Francisco Moises said...
CORRECCAO
O documento esta datado aos 23 de Agosto de 1981. Nao foi feito em Outubro como afirmei no resumo anterior.
Sithole, D. J., "The Mozambique Tragedy/A Tragedia mocambicana," traduzido por F. N. Moises, (lugar nao indicado), 23 Agosto 1981.
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Francisco Moises said...
Li o depoimento do reverendo Daniel José Sithole mais uma vez. Em Outubro de 1981 gravei e traduzi o seu depoimento de portugues para ingles e nao guardamos a fita de gravaçao. Entao, para nos a versao portuguesa nao era questao. Queriamos so colocar o material em ingles para uma transmissao massiva do documento pelo mundo fora -- o que conseguimos fazer com grande exito. Isto explica porque este documento ainda flutua, e se encontra nos aruivos dos governos ocidentais, principalmente no governo americano, e nas organisaçoes internacionais, enquanto outros tais como a Revoluçao moçambicana atraiçoada dos estudantes moçambicanos nos Estaod Unidos contra Eduardo Mondlane e a sua liderança e outros estao extintos.
Traduzir o documento de Sithole nao reproduzira as palavras exactas de Sithole, mas é uma boa coisa para ajudar os historiadores que se engajam em pesquisas historicas para dados que nunca obterao da Frelimo que nao revelera os seus malfeitos a quem quer que seja. A informaçao contida no depoimento faz parte da nossa herença historia, mesmo que a tal herança nos choque. O cidadao tem o direito de saber o que o seu governo, neste caso o governo da Frelimo, fez e tem feito. Dado o facto que a traduçao do depoimento pode levar muito tempo, por eu andar muito ocupado com tarefas de varias ordens principalmente as académicas, pensei que seria genial fornecer alguns pontos salientes deste documento para o leitor da expressao portuguesa e para aqueles que nao podem ler em ingles.
O documento por mim nao passado a maquina professionalmente esta num bom ingles -- num ingles de alto nivel que nao precisa de ser editado, quando tiver quer clarificar re-escrever as palavras que agora ja nao se lem bem. Fui capaz de ler tudo, mesmo as palavras que nao aparecem bem. Uma grande parte documento contem detalhes que este resumo nao pode abranger -- nem de longe.
O que nao entendo é o que a Frelimo esperava ganhar com este tipo de governaçao. Torna-se tambem claro que a Frelimo nao estava de nenhum modo preparada para governar o pais -- o que explica a razao dela ter lançado o pais num estado de terror, impondo medo que era para ela ser temida e respeitada.
Ja no principio do depoimento, Sithole diz que a Frelimo começou a culpar dirigentes da oposiçao pelas mortes de Eduardo Mondlane, Filipe Magaia, Samuel Kankhomba, Silverio Nungu. Nao ha duvida que esta era uma manobra da Frelimo para perseguir e depois liquidar os oponentes como autores de mortes que eram orquestradas dentro da propria liderança da Frelimo, por dirigentes da Frelimo proprios e entre eles -- uns contra outros.
Uma outra acçao da Frelimo foi o de perseguir e destruir a classe média ou a burguesia que constituia 9% da populaçao -- burguesia esta que integrava brancos e negros. A Frelimo passou a prender os estrangeiros, fuzilando alguns, expulsando outros e nacionalisando os seus bens que passavam a ser propriedades dos lideres e comandantes da Frelimo.
Para sobreviver, muitos estrangeiros e nacionais tinham que fazer favores aos comandantes da Frelimo, pondo a disposiçao de tais comandantes suas filhas, irmas ou quaisquer familiares femininos. Sithole da uma lista de nomes de moçambicanos e zimbabaweanos que foram executados pela Frelimo por alegadamente terem feito vai-e-vens entre a fronteira, acusando os moçambicanos e moçambicanas de prestarem serviços a resistencia e os zimbabwenos e zimbabweanas de serem agentes do regime de Ian Smith.
O reino de terror forçou membros da oposiçao a se refugiarem na Rodésia e na Africa do Sul.
A primeira campanha do governo de Samora Machel tinha o codigo de Campanha contra a Prostituiçao e o Banditismo. Em poucos dias esta rusga deteu 15,000 pessoas entre as quais crianças, mulheres gravidas e velhotes -- por volta de 3,500 na provincia de Manica, dos quais 500 foram soltos quando o reverendo Sithole protestou ao comandante Jehova da Frelimo em Manica.
As prisoes de Moçambique estiveram cheias e nao havendo mais lugares, a Frelimo instituiu entao os campos de re-educaçao, que sao na verdade campos de concentraçao, por toda a parte de Moçambique principalmente em Gorongosa na provincia de Sofala, na Zambezia, em Niassa, Cabo Delgado e Nampula.
Os campos mais notorios eram MOÇAMBIQUE D, RUARUA, CHAIAMITE -- todos em Cabo Delgado e operados pela SNASP de Sergio Vieira.
Em Moçambique D, os chefes e guardas tinham a liberdade de executar qualquer pessoa a qualquer tempo quando lhes apeteciam. La se podem ver os cranios e ossadas de milhares de vitimas do terror da Frelimo. Algumas vitimas eram enterradas vivas.
Nao havia comida para alem de milho podre chamado MANGANHOLA, que nem sempre havia. Em vez de matabicho, prisioneiros recebiam chambocadas. Recebiam chambocadas tres vezes por dia -- de manha em vez de matabicho, ao meio dia e de tarde antes de irem dormir.
Havia tambem células subterraneas, nas portas das quais se faziam fumaçadas para castigar os que estavam dentro.
O estado da Frelimo, assumindo as suas caracterisiticas fascisto-comunistas, proibiu os moçambicanos escutarem a BBC e a Voz da América que designou como emissoras imperialistas, e ordenou que as pessoas escutassem so a Radio de Moçambique. Qualquer pessoa apanhada a escutar as ditas emissoras imperialistas eram logo enviadas para os campos do norte ou fuziladas.
Sithole apela a Amnestia Internacional,o comité internacional da Cruz Vermelha e outras organisaçoes para investiarem aquilo que ele relata no seu depoimento.
Apelou tambem aos governos ocidentais, principalmente ao ogoverno americano, para agirem contra o regime da Frelimoc com sançoes, se fosse possivel.
Sithole fala tambem da guerra civil contra a Frelimo, sublinando que no seu esforço para abafar a oposiçao armada, cometia muitos massacres da populaçao, culpando depois a resistencia e as forças rodesianas. Admite, porem, que ele nao sabia muita coisa sobre as estruturas da MRNM (Movimento da resistencia nacional moçambicana).
Acusa a Frelimo de engajar milhares de mercenarios sovieticos, cubanos e tanzanianos para lutarem ao seu lado e apela ao governo da America para exigir a retirada destes mercenarios.
O documento contem 14 paginas cheias de detalhes que nao é possivel incluir aqui, incluindo a morte tragica do comandante Francisco Ndewe, alias Muthamanga, de Sofala que se criticou e se insurgiu contra as matanças na provincia de Sofala. A Frelimo teve que enviar tropas de Manica para abafar a revolta levantada por Ndewe. Muthamanga terminou por ser enviado a Cabo Delgado por duas vezes. Pela segunda vez, foi executado em publico, tendo um membro da populaçao qubrado a sua cabeça em duas partes com uma espada e outros cortado os seus orgaos sexuais para fins de cuchecuche ou de feitiçaria.
Este o resumo muito curto do depoimento, A Tragédia moçambicana, do reverendo Daniel José Sithole, que Gil teve a amabilidade decolocar no Moçambique para todos quando eu ja pensava que tinhamos perdido traços deste documento tao valioso como aconteceu com tantos outros documentos historicos moçambicanos.
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Francisco Moises said...
Devido a importancia tristemente historica do depoimento que rev. Sithole fez em portugues, que gravei e transcrevi em ingles, vou ironicamente traduzi-lo para portugues, seu ponto de partida, para que os mocambicanos conhecam a sua triste historia dos campos de concentracao. Recuso chama-los pelo nome eufemistico da Frelimo nome de campos de re-educacao. Os tais campos sao campos de concentracacao de morte lenta para alguns e de morte rapida e violenta para outros. Como o documento indica, todo o pais era um imenso campo de concentracao que Armando Guebuza, como ministro do Interior, geria. Vou me meter assiduamente a tarefa para que os leitores do blog oe outras pessoas da expressao portguesa possam ver e saber como os regimes de Samora Machel e Joaquim Chissano com os seus anjos de morte, Sergio Vieira, Marcelino dos Santos, Mariano Matshine, Dzumbira (Zumbire) e outros adamastores da sua raia operavam a fabrica da morte em Mocambique. E que ainda operam a tal fabrica, ja duma maneira diferente como acidentes de viacao, bandidos organisados, policia que abate cidadaos extrajudicialmente e outor smetodos.
Muitos dos exilados ainda se encontram na zona do norte, o sistema que os enviou, tendo recusado fornecer lhes meios para regressarem as suas regioes e aldeias por medo das historias que estas pessoas tem a contar com a do reverendo Sithole.
O documento era imprimido em ingles sem ser editado visto que nao gostaria de diluir a sua historiecidade. O novo documento imprimido nao deve ler diferentemente do original.
Francisco Nota Moises
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Vítima da Tragédia said...
Para uns, as tragédias são coisas que se deve deixar "passar" ao lado; a respeito das quais devemos "estar à toa na vida, pra ver a banda passar", como cantava Chico Buarque.
Compreende-se:
"Prefiro uma "ditadura suável" do estilo Mugabe, Samora, Kamuzu Banda, etc., do que um reinado à suazi, etc." - V. Dias (zicomo)
"Saudável"? O próprio Samora Machel, perante a tragédia que testemunhara em Moçambique D, Chaimite, Ruarua... confessou que era como "palha no estômago". E acrescentou: "Não podemos digerir isso".
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V. Dias said...
Visto, lido, passa.
Zicomo
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Francisco Moises said...
"MOZAMBIQUE TRAGEDY", DOCUMENTO QUE PREPAREI COM O DIACONO
Daniel José Sithole

Quando o diacono Daniel José Sithole chegou em Nairobi em 1981, alguem cujo nome vou reter para proteger a pessoa que esta muito a alcance da Frelimo, disse-me: "um padre chegou de Moçambique. Fugiu dum campo de concentaçao." A noticia explodiu a minha cara como uma bomba de grande potencia." Estive estonteado, incredulo e receioso.
Tive que ter muita cautela depois da captura de Gwenjere de Nairobi em 1977 em parte por culpa dele proprio por nao escutar os conselhos daqueles moçambicanos que lhe diziam para nao confiar em tanzanianos, mesmo se os tinha conhecido como sus simpatisantes quando ele vivia em Dar Es Salaam, durante a nossa batalha contra a lidernça de Eduardo Mondlane. Sabia tambem que estive no primeiro lugar da lista negra da Frelimo de individuos a abater a vista ou a ser capturado e levado vivo ou morto para Maputo. Uma copia da lista negra estava na posse do alto comissariado do Zimbabwe em Nairobi depois da independencia daquele pais mugabesitico.
Tive que ter cuidado, mas a curiosidade terminou por ganhar a batalha contra o medo. Este rapaz e eu dirigimo-nos ao lugar, pensao, onde a representaçao de Naçoes Unidas para os refugiados em Nairobi tinha colocado Daniel José Sithole. Quando o Sithole saiu do seu quarto e veio ao quarto de espera para nos encontrar, estava emocionado quando o cumprimentamos em portugues com sorrisos e carinho.
"Voces sao mesmo irmaos moçambicanos!", disse Sithole com lagrimas nos olhos, incredulo em ver que havia pessoas da origem moçambicana que se comportavam como seres humanos. "Somos sim," dissemos lhe. Mas Sithole estava de ma forma fisicamente depois de maltratos e duma longa fuga através da hostil Tanzania que nao tolerava fugitivos que reclamassem que fugiam do regime da Frelimo. Sithole tinha sido condenado para morrer, mas conseguiu fugir antes do seu fuzilamento.
Deu-lhe dinheiro para comprar o que necessitaria com sabao, escova, colgate, alguma roupa. Deixamo-lo partir para um hospital, tendo combinado nos encontrariamos mais tarde, o dia seguinte. Quando nos encontramos mais tarde, Sithole nos contava coisas arrepiantes sobre os campos de concentraçao da Frelimo, dito de re-educaçao. Campos verdadeiramente de morte do regime da Frelimo.
Ouvir so a informaçao nao me bastava. Sugeri a Sithole si podia fazer um depoimento que eu gravaria. De bom grado, aceitou. Fez a declaraçao em portugues que gravei. Depois transcrevi o seu depoimento para ingles usando meios da BBC. De maneira que o documento é a traduçao inglesa, palavra por palavra, que fiz do depoimento que Sithole. Deu o documento titulo poderoso de "The Mozambique Tragedy" ou seja em portugues "A Tragedia de Moçambique," sem indicar onde o documento tinha sido preparado e emitido, que era para nao dar ao inimigo frelimista a nossa posiçao exacta.
Feito o documento, entregamos uma copia ao encarregado dos assuntos politicos da embaixada americana que nos disse durante o encontro na embaixada que o governo americano se preocuparia de enviar uma copia a Amnestia Internacional em Londres, unica organisaçao que podia ir a Maputo e falar com o regime da Frelimo sobre o assunto dos campos de concentraçao. Um mes depois de ser ralhado pela Amnestia Internacional, Samora Machel viu se forçado a ir ao campo de Ruarua onde mandou prender os chefes do campo, a quem culpou de actos que violavam a legalidade revolucionaria. 
Como resultado do nosso trabalho mandou libertar alguns prisioneiros, depois de, todavia, descrever os campos de concentraçao como "o barometro que nos permite medir a pressao da nossa revoluçao."

Quanto a Sithole, nos primeiros dias servi de interprete para ele quando tinha encontros em Nairobi. Mas nao levou muito tempo antes dele aprender e começar a falar ingles. Inteligente, Daniel 
Sithole é tambem astuto.

Francisco Nota Moises
P.S.: Concordo que o documento precisa de ser passado a maquina mais uma vez e duma maneira professional. Nunca fui um dactilografo professional. Comecei a bater a maquina na BBC com uma maquina daquelas antigas, mas nunca aprendi a faze-lo professionalmente.

comments

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Francisco Moises said...
Caro LLJaboret,
Foi com muito prazer saber que o meu livro de 1992 que foi publicado em Toronto chegou a ser conhecido, lido e estudado no Brasil. Constatei tambem que o livro foi catalogado na Biblioteca nacional do Canada em Ottawa nas duas linguas do Canada, ingles e frances, como "Historia de Moçambique."
Era uma obra limitada que pela primeira vez diferiu completamente da historia contada pela Frelimo e outros deturpadores. Nao so contou as origens da Frelimo e as falhas estratégicas das forças portuguesas em confrontar a Frelimo e os problemas politicos que houveram, a obra aponta PARA acçoes da Frelimo, tais como campos de concentraçao, nao so como uma das causas da guerra civil, mas tambem como sendo o lugar onde a guerra de oposiçao ao regime da Frelimo movida pela Renamo nasceu.
Talvez que foi a unica vez que uma obra apresentou a Renamo como uma força militar bem disciplinada enquanto que as culpas pelos massacres durante a guerra civil foram predominantemente lançadas PARA o lado da Frelimo e dos seus aliados tanzanianos e zimbabweanos.
Renamo the lternative to Comunismo in Mozambique foi na verdade a primeira obra do seu género. Indica o caminho para o progresso de Moçambique. A partir do tempo que o livro foi publicado, a propaganda da Frelimo perdeu força e ficou desfeita.
Os herois da Frelimo nao sao os herois desta obra e as vitimas da Frelimo tais como o padre Mateus Gwenjere e outros sao apresentadas nesta obra como vitimas duma tirania genocidaria sem precedentes na historia de Moçambique. E o proprio povo de Moçambique como uma vitima dum regime completamente incapaz de governar Moçambique para o bem deles.
O proximo livro sera mais cabalmente volumoso com mais perspetivas.
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JJLABORET said...
Caro Sr. Licos Ivar,
Nota Moisés é autor, acadêmico conhecido até no Brasil, com algumas publicações.
Procure ler: 
RENAMO
the alternative to Communism in Mozambique
by Francisco Nota Moises.
Published 1992
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Francisco Moises said...
Caros LLJaboret,
Camoniano,
licos ivar,

Minha imensa apreciacao pelos esforcos feitos que nos deram uma grande visao linguistica sobre o macacao e as palavras que derivaram dele. O que na minha sabedoria limitada eu pensava que estive a inventar a palavra macacaria veio a provar-se ser um erro. A palavra existia na lingua de Camoes, de que tanto gosto. PARA assim dizer, gosto de todas as cinco linguas que falo: sena, swahili, portugues, frances e ingles. Cada uma delas tem as suas belezas especificas. E e emm sena e swahili, duas linguas africanas, que faco as minhas razas aos espiritos dos meus antepassados enquanto que as linguas europeas me servem PARA as actividades academicas e quando rezo aos deuses do cristianismo,islao, hinduismo, budhismo e outros que talvez nao podem perceber o sena e swahili.
O que era espantoso era ver a versatilidade da lingua portuguesa numa serie de palavras da palavra macaco enquanto que na lingua de Shakespeare as coisas limitam-se a "monkey business" et la lingua de Moliere fala-se de "singerie" -- de "singe", palavra para o macaco --para macacaria, macacada e macaquice. Ve-se tambem que a palavra macacada nem e sempre pejorativa com e o caso no Brasil.
A simiada (latin: simius para dizer macaco)atropoide da Frelimo vera um dia o fim da sua simiada. Foi prazer apreciar o humor de Camoniano. Sim senhor, isto e que e com o mundo de academicos. Apredemos novas coisas todo o tempo.
Meus agradecimentos a licos ivar pelas suas palavras bondosas. Devo tambem exprimir a minha admiracao pelo grande humanismo com o qual ele exprime os seus sentimentos -- coisa que e muito dificil de fazer quando nos deparamos com as situacoes da desmanidade da simiada da Frelimo. Asseguro a licos e a todos que nunca havera uma marcha atras da minha parte. Ninguem pode me intimidar e os frelimistas sabem disto. os meus meios intelectuais sao poderosos e os frelimos sabem disto.
O proprio Chissano sabe disto e foi por isto, para dessarmar-me diabolicamente, que em 1993 mandou-me uma mensagem a dize que eu regressava a Frelimo ou, senao quizesse, formasse o meu proprio partido. Saudei o seu esforco (do Chissano, portanto) com um silencio estrondoso, o quer dizer que ele nunca recebeu uma resposta minha visto que nao era necessario. Nem quero regressar a Frelimo e nem formar partido para haver mais e mais partidos que so fortificam as manobras da Frelimo e a sua criminalidade.
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JJLABORET said...
..."Na bela, apta e expressiva língua de Camões diz-se "macacada".
Em Portugal:
MACACARIA: porção de macacos, macaquice (LELLO POPULAR, dic., Porto/Pt).
MACACADA: grande porção de macacos; imitação servil; trejeito ou momice próprio de macaco; conjunto de pessoas grotescas (LELLO POPULAR, dic., Porto/Pt).
MACAQUICE: Gesto de macaco; momice; trejeito; imitação grotesca (LELLO POPULAR, dic. Porto/Pt.)

No Brasil:
MACACARIA: sem verbetes correspondentes (Koogan/Houaiss, dic. enciclop.).
MACACADA: pop. Grupo de amigos, de pessoas da família, a turma, o pessoal/Porção de macacos (Koogan/Houaiss, dic. enciclop.)
MACAQUICE: Ato de macaquear./Momice, trejeito, gesto cômico/Meiguice interesseira./Imitação mal feita (Koogan/Houaiss, dic. enciclop.).

Portanto:
...""PARA acabar com a macacaria desta gente da Frelimo."
MACACARIA...
1 - Palavra perfeitamente inserida na Língua Portuguesa tal como se fala em Portugal.

2 - Palavra fora do contexto da Língua Portuguesa tal como se fala no Brasil.
E o Diabo serve às duas versões!
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Camoniano said...
Sr. Dr. Francisco Moisés,
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (Academia de Ciências de Lisboa / Editorial Verbo 2001), “macacada” tem o seguinte significado:
“substantivo feminino (De macaco + sufixo –ada).
1. Grupo de macacos. Sinónimo → MACACAL.
2. Popular Depreciativo: Grupo de pessoas ridículas, grotescas. 
3. Gesto ou trejeito próprio de macaco; imitação grotesca. Sinónimo → MACAQUICE, MOMICE.
4. Cena ridícula ou burlesca; coisa pouco séria ou de pouca qualidade. Sinónimo → PALHAÇADA
5. Brasileirismo Popular: Grupo de amigos, de companheiros, de familiares. Sinónimo → MALTA, PESSOAL, TURMA.

Exemplos: “ser o fim da macacada!” Expressão usada PARAindicar que determinada situação chegou ao limite da confusão, do descontrolo, da barafunda.
No caso do regime da Frelimo, pode-se dizer que ele é de facto uma macacada, constituído por macacos de imitação, que copiam modelos estranhos à nossa cultura de forma grotesca, prestando-se a cenas ridículas ou burlescas. Em suma, o regime da Frelimo “é o fim da macacada”.
Por várias razões: começou por mos impingir a “linha correcta” que mandava todos os moçambicanos ter um “pensamento comum”. Depois usurparam aos outros (os ditos Bandos Armados) o ideal da democracia e passaram a assumir-se como expoentes máximos do pluralismo de ideias e precursores do ideal democrático em Moçambique, apesar das conhecidas trafulhices à boca das urnas.
De acérrimos inimigos do capital, da iniciativa privada e da acumulação de capital (quem não se lembra do ridículo dos “abaixos” e dos “vivas”?) hoje os da Frelimo estão em todas, indo buscar lucros em tudo o que é sítio, desde portagens instaladas dentro dos limites de cidades e vilas, às joint ventures com recurso ao capital que foi até há pouco tempo o suporte do apartheid (Exemplos: M-Cel (amarrada à MTN South Africa), Vodacom Moçambique (amarrada à Vodacom South Africa), Mozal (controlada pela filial sul-africana da BHP Billiton), Gás de Temane (controlada pela SASOL, etc.).
Se num passado recente mandaram fuzilar em público o Gulamo Nabib por traficar camarão, hoje andam de braço dado com narcotraficantes que até constam da lista negra dos States e são o sustentáculo do aparelho partidário. A ligação ao mundo do narcotráfico e da lavagem de dinheiro é disfarçada por meio de macaquices tais como leilões de cachimbos do Padrinho Emílio.
Ontem eram “os melhores filhos do povo”, hoje assumem-se como “geração da mudança”. (Tentando interpretar esta macaquice, que até faz arrepiar o Titio Jorge Rebelo: se há algo que tem de ser mudado é porque está errado, é obsoleto e anacrónico. Logo, a geração anterior não pode necessariamente incluir os “melhores filhos do povo” nem a “nata da sociedade”, como a Frelimo pretendia fazer crer.)
Permitam-me que convide outros visitantes deste blog a fornecer mais exemplos de macaquices do macacal com sede na Pereira Lago (em mais uma macaquice, a Pereira Lago passou a ser “Rua da Frelimo”) pois estamos perante O FIM DA MACACADA.
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licos ivar said...
....tenho lido com muita atençao os artigos do senhor Francisco Nota Moises. Nunca ouvi falar deste senhor, mas permita-me caros senhores dizer uma coisa:é um orgulho de ter um moçambicano como este senhor.Muito informado, directo e sempre apresenta provas no que diz. os artigos do senhor Francisco educam e informam. Gostaria de convidar o senhor Francisco que se ocupasse ao fundo dos casos do Siba Siba e do Jose Francisco Mascarenhas.Estas duas mortes podem revelar muita coisa que a Frelimo nao quer que os moçambicanos saibam. Coragem senhor Francisco, nao tenha medo. Aproveite dos seus contactos e descubra a verdade.Nao vai ser facil, mas é possivel.
Licos
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Francisco Moises said...
Aposto que Camoniano é bom conhecedor da lingua de Camoes. Qual é o significado exacto da palavra "macacada", se que significado exacto tem. Conhecia a plavra "macacada", mas sem estar certo do seu significado como tambem conhecia a palavra "macaquice." Pensei que a palavra macacada tivesse pelo menos mais dum significado.
Nao estando tao certo do significado de macacada e nao querendo usar a palavra macaquisse, decidi inventar a minha propria palavra macacaria, combinaçao de macaco e a palavra rir PARAsignificar o comportamento comico proprio de macaco.
Qualquer leitor que tenha uma contribuiçao quanto a palavra macacada que explique. Os dicionarios a minha disposiçao tem limitaçoes.
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Camoniano said...
Na bela, apta e expressiva língua de Camões diz-se "macacada".
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Francisco Moises said...
Muito obrigado, Gil. O imperativo de consciencia: se muitos o tivessem, Mocambique seria um bom pais -- alegre e seguro PARA todos. Pos, nao seria utopia, a tal utopia infernal que a Frelimo tentou nos criar com o seu ideal de homem novo. O homem novo que e robotico e sabe so matar e morrer se nao sabe obedecer.
Houve individuos tentaram me dissuadir de devocao a Mocambique, dizendo: "o que ganhas com isto enquanto a tua vida na diaspora e um sucesso para ti pessoalmente." Houve tambem Joaquim Chissano que uma vez tentou a piada de me convidar para ir ter com ele em Maputo, isto depois dele mudar um puoco de direccao para acabar com a guerra civil que a sua Frelimo perdia. Todavia, nao pude me imaginar num encontro com Chissano, um homem que desprezei em Dar Es Salaam nos anos de 1960 e que tem muito sangue dos mocambicanos nas suas maos.
Alguem me criticou severamente por ter rebafado Chissano, dizendo que eu tinha perdido uma ocasiao de lhe dizer, a Chissano, o que eu pensava. O que o individuo nao entendia e que Chissano nao estava la para ouvir as minhas ideias -- coisa que ele e a sua Frelimo nunca fizeram e fazem com oponentes senao quando forcado por individuos do seu nivel e calibre como Afonso Dhlakama visto que este ultimo estava armado e lhe dava chambocadas ou contra-chambocadas.
O que Chissano queria era "un coup de propagande," como se diria na bela, apta e expressiva lingua de Moliere, na lingua francesa portanto. Mesmo apesar do rebafo, a Frelimo viria anunciar na sua radio de Maputo em cadeia nacional e noutros orgaos de informacao em 1996 que "Francisco Nota Moises regressou a Frelimo" -- anuncio este que causou muita consternacao e desanimo no seio de muitos leitores que liam que eu escrevia no jornal SAVANA.
Repeli o anuncio com um artigo no SAVANA que terminou com a macacaria. "Il fallait en finir avec la singerie de ces gens du Frelimo" -- mais uma vez na lingua de Moliere "PARA acabar com a macacaria desta gente da Frelimo."

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