quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Rússia e Índia intensificam colaboração no setor da energia atômica

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FOTO de arquivo

A Rússia e a Índia têm vindo a intensificar a colaboração no ramo de energia atômica. Será rubricada em breve um documento sobre “A visão estratégica do reforço da colaboração russo-indiana no setor da energia atômica”.

A par das obras de edificação de novos blocos energéticos na Índia, este documento importante prevê um intercâmbio de novos projetos científicos e tecnológicos. O respetivo anúncio foi feito pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, em entrevista concedida à agência de notícias PTI na véspera de sua VISITA àquele país.
A colaboração na área de energia atômica constitui uma das BASES das relações de parceria entre a Rússia e a Índia, constata o líder russo. Nesse domínio, foram firmados dois acordos intergovernamentais específicos. Em paralelo, está se realizando um plano da construção na Índia de duas usinas elétricas, preparado pela Rússia e assinado em 2010.
O potencial da Rússia, acumulado nesse setor, PERMITE construir na Índia 25 blocos energéticos, frisou Vladimir Putin. Entretanto, segundo avaliações de peritos, mesmo essa quantidade não poderá satisfazer as necessidades da economia indiana em crescimento dinâmico. Neste contexto, numa reunião com o premiê da Índia, Narendra Modi, prevista pela agenda da próxima visita, serão discutidas as perspetivas de desenvolvimento da interação no setor de energia nuclear.
Importa notar que a Rússia e a Índia têm colaborado com êxito na esfera energética. Por força da tradição, o grosso das exportações russas de hidrocarbonetos se destina para o Ocidente. Todavia, o consumo na Europa vai crescendo a ritmos lentos, enquanto os riscos políticos e os relacionados com o trânsito têm vindo a aumentar. Tudo isso ocorre sob o pano de fundo do impetuoso crescimento das economias asiáticas. Por isso, é natural que as PARTES estejam interessadas em diversificar as vias de exportação dos recursos energéticos, realçou adiante Vladimir Putin.
Enquanto isso, a Rússia tenciona manter um papel de exportador seguro nos mercados da Ásia. Perante a escala de projetos energéticos em vias de realização, a Rússia procura captar novos investimentos e tecnologias, inclusive indianos. Nos marcos do projecto Sakhalin-1, a Índia tem recebido anualmente mais de 1 milhão de toneladas de petróleo.
Hoje, está sendo estudada a questão da participação da Índia da exploração das jazidas de hidrocarbonetos na zona do Árctico. Quanto ao fornecimento do gás natural russo para a Índia, esse seria um assunto a examinar em função da conjuntura econômica.
Por enquanto, no parecer de Vladimir Putin, uma área mais aliciante seria o fornecimento do gás russo liquefeito. Em 2014, entrou em vigor um acordo de longo prazo nessa vertente. Ao seu abrigo, os primeiros lotes de gás serão transportados para a Índia a partir de 2017. O volume anual de fornecimentos irá rondar 2,5 milhões de toneladas no período de 20 anos.
A Índia se mostra interessada em fechar um acordo de livre comércio com a União Aduaneira entre a Rússia, a Bielorrússia e o Cazaquistão. Cabe, pois, aos peritos identificar as áreas decooperação e os grupos de artigos a comercializar.
Claro que nem tudo depende do regime de comércio. Existe uma série de ramos que merecem ser aperfeiçoados – a logística e a criação de condições financeiras propícias para a concretização de projetos diversos. Não deixa de ser atual a questão da passagem para a contabilidade em moedas nacionais, ressaltou Vladimir Putin finalizando sua entrevista à PTI.

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