terça-feira, 18 de novembro de 2014

Pontos de meditação

A contagem paralela de votos encomendada da Renamo, que nunca corraborou com a contagem oficial da CNE e de o Obervatório eleitoral, assim como de outras contagens não oficiais, mostra que a Renamo não esperava reconhecer a derrota eleitoral.Essa contagem foi desenhada com a finalidade de criar embaraços ao governo, e ao partido Frelimo.
Contudo foi obra de principiantes e, feita ao joelho, numa demonstração de falta de professionalismo, e de ética política.Para a Renamo o propósito final era usar o momento como mais uma arma de arremeso político.É que até ao momento não passou pela cabeça da liderança da Renamo que esta atitude de tentar impugnar as eleições ou de apelar para um governo de gestão é um desrespeito para com o seu eleitorado.Dlhakama não pode prometer ao seu eleitorado aquilo que não pode dar, o poder, porque este nunca lhe pertenceu.
Para obervadores da UE as eleições de 15 de Outubro último tiveram vários aspectos positivos, nomeadamente, uma nova legislação eleitoral, acordada entre os principais partidos políticos, um recenseamento eleitoral não disputado, uma campanha eleitoral geralmente pacífica e um dia eleitoral ordeiro.Ainda segundo observadores da UE” constatou a ocorrência de problemas de várias ordem registados durante o processo de apuramento, actos de violência durante a campanha eleitoral, mas que reconheçe que os mesmos não chegaram a influenciar o resultado final da votação, pois os resultados do apuramento oficial provisório coincidiam com “as projeções de resultados por parte de credíveis organizações da sociedade civil”.
Efectivamente todas as contagens, da oficial às do obervatório eleitoral previam uma maioria absoluta para Filipe Jacinto Nyusi, que ía de 60 por cento até 57 por cento paras presidências, e de 60  a 55 para o partido Frelimo.Dito isto a Renamo como sempre fica isolada   na sua pretensão de impugnar as eleições.E se  aparentemente conseguiu accionar às suas a base de apoio de 1994, o apoio do seu eleitorado fica como indicador  de uma intenção que nem chega a morrer na praia.
De lembrar aqui que como arauto da desgraça já em 1994 o grito fraude também ecoou forte e feio.Mas porque esse grito ganhou um tónico indespensável para a Renamo? Por depender dela a sua sobrevivência política como um voto de oposição ao regime.A Renamo necessita de mostrar que embora participe na democracia, não aceita  de ânimo leve, regras impostas de uma maioria absoluta do partido Frelimo, e muito menos o  papel dirigente deste nos negócios do estado.Quanto a outros orgãos de soberania considera serem um complemento do partido no poder.Quando a Renamo tenta impugnar as eleições e recebe um não do CNE e depois recorre para Concelho Constitucional,  Dlhakama sabe que o seu caso é somente pra inglês ver.Por isso na recente entrevista diz não esperar nada de novo na decisão do CC.Delirante e desesperado  exige um governo de gestão !?.Na casa banana a frustração o desespero parecem soltos e a deriva.
Alberto Chipande da Comissão politica do partido Frelimo já se encarregou de dar a resposta.Para Chipande, o partido Frelimo sendo um partido de governo tem projectos de governação a longo prazo, 50 anos, tanto para Moçambique como para os nacionais.
A Renamo não encaixa em lado algum, e muito menos tem sabido assumir condignamente o papel de oposição construtiva.No diálogo com o governo até ao momento não se dignou a apresentar  números dos seus homens da força residual  a integrar nas forças de defesa e segurança.Sobre esta matéria Simone Macuiane da Renamo diz,``nós a Renamo, ainda não apresentámos o número, porque, primeiro, temos que aprovar o modelo de integração e enquadramento.Eu pergunto, mas afinal quem determina a politica das forças de defesa e segurança  senão o governo?Para a Renamo tudo serve de matérias para pressão política  ao governo.Portanto na essência a Renamo é apenas Afonso Dlhakama.Aguerrido, argumentativo, muitos esqueletos no armário,mas enebriado pelo cheiro do poder e volúvel a manipulações exteriores.De tanto procurar apoio junto a chancelarias de governos de direita em Maputo, conseguiu activar uma assessoria estratégica com alguns parceiros económicos que vêm empurrando o seu ego para um labirinto sem saida.Em todos esses paises o governo de Moçambique chefiado por Armando Guebuza e o partido Frelimo, gozam de simpatia e respeito em geral das respectivas populações  e membros do governo, pelo empenho e dedicação de uma governação orientada em especial à luta contra a pobreza. Mas a campanha implicita de sectores da direita, (desmantelaro monopólio politico da Frelimo),vem de longe com apoio implicito e ideológico de alguns governantes desses países ligados a   interesses empresariais, num pacote que inclui demonizar jornalistas que defendem o governo e o partido Frelimo.Dlhakama não pode prometer-lhes o céu , afinal não tem as chaves.A táctica será sempre tentar  enfraquecer o poder decisório do governo, impondo uma interpretação dúbia  da constituição,com ameaça de recorrer à violência e tornar o país ingovernável.O lider da Renamo no seu íntimo sonha que com o apoio  desta direita conservadora oportunista  e desenvergonhada, que financia uma midia oposicionista no o seu rosnar diário,  aliada aos ultracolonialistas, e retornados pode  forçar um dia o governo a cedências,até que a partilha do poder se torne efectiva. Vo Anta!!..
A Renamo perdeu naturalmente as eleições gerais, e se não fosse a abstenção, a diferença seria por números muito superiores, como e de esperar que aconteça nas eleições gerais daqui à 5 anos.Tanto a CNE e a STAE assim como outras organizações eleitorais provinciais, devem melhorar a performance no terreno, para que a desconfiança deixe de perturbar a cultura do compromisso.De lembrar aqui e segundo dados recebidos, que uma percentagem relativa dos membros do partido Frelimo pautou-se pela abstenção, eleitoral, mas mesmo assim tanto Filipe Nyusi como o partido Frelimo obtiveram com naturalidade uma maioria absoluta.
Inacio Natividade. Ps. Como autor do texto reservo-me no direito de nãopermitir que o texto seja reproduzido na rede social, na ferramenta de busca google por qualquer blog que nao seja o jornaldomingo
Inácio Natividade

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