domingo, 16 de novembro de 2014

Demanda de marfim provoca extinção de elefantes


Há alguns dias a Agência de Investigação Ambiental britânica publicou um relatório dedicado ao problema do extermínio de elefantes na Tanzânia e ao tráfico ilegal de marfim. Uma das principais conclusões dos ecologistas é que para o extermínio dos elefantes africanos contribui em grande medida a elevada demanda de marfim na China, se não for mesmo essa a causa principal nos principais países de seu consumo iria arruinar o comércio clandestino. Mas Tóquio e Pequim venderam as reservas de marfim em leilão por preços que, pelo contrário, fizeram o mercado negro florescer ainda mais.
Os preços, pelos quais o marfim em bruto das reservas de 2008 é vendido na China atualmente no mercado legal, atingem os 3 mil dólares por quilo. Entretanto, segundo indicam órgãos governamentais chineses, o preço do marfim trabalhado não deve ser inferior a 40 mil yuans por quilo (6,500 dólares EUA).
“A China ultrapassou o Japão, se tornando no maior consumidor de artigos de marfim. Durante o período de 2006 a 2013 seus preços triplicaram. É por isso que alguns chineses compram esses produtos em África, para depois transportá-los para a China e vendê-los ao melhor preço”, afirma Grace Gabriel, diretora regional para a Ásia do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
Segundo dados da Agência de Investigação Ambiental, é muito frequente o transporte ilegal de marfim ser efetuado através de canais diplomáticos. Segundo afirmam os autores do relatório, durante as visitas de altos responsáveis chineses à Tanzânia a demanda dispara. “Quando chegam delegações inteiras de visitantes começa uma época excelente para o negócio”, cita o relatório o proprietário de uma companhia de transportes tanzaniana Suleiman Mochiwa, o qual afirma que ajudou diplomatas chineses a organizar o transporte de marfim.
As autoridades chinesas negam todas essas acusações. Ao comentar os dados do relatório britânico, o porta-voz oficial do MRE chinês Hong Lei classificou-os de infundados, enquanto representantes do governo da Tanzânia consideraram que isso era “uma invenção caluniosa destinada a ensombrar a futura visita à China do presidente do país”.
×Ads by HQ-Video-Pro-2.1cNo entanto, os peritos falam da existência de um mercado ilegal de marfim na China já há muitos anos. Essa questão preocupa há muito, nomeadamente a organização internacional TRAFFIC, a qual monitoriza o comércio de animais e plantas silvestres. Segundo os dados da organização, em 2001 mais de 60% das lojas que comercializavam marfim em quatro grandes cidades chinesas não possuíam licenças ou vendiam marfim falsificado.
As autoridades chinesas empreenderam uma série de esforços para combater o tráfico de marfim. Há alguns anos, a China proibiu completamente a venda desse produto pela Internet. Em janeiro deste ano na China se realizou uma queima demonstrativa de mais de 6 toneladas de marfim que tinha sido importado ilegalmente.
Gradualmente essa luta está recebendo a participação da sociedade civil. Um dos combatentes mais conhecidos na China contra o tráfico de animais africanos é a antiga estrela do basquete Yao Ming. Tendo recentemente visitado pessoalmente África, Yao Ming participou com o príncipe William e com David Beckham num vídeo em que apelou a seus compatriotas que sejam mais firmes na defesa dos animais contra a caça ilegal.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_11_16/Demanda-de-marfim-provoca-extin-o-de-elefantes-6146/ 

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