segunda-feira, 24 de junho de 2013

Visabeira desaconselha visitas de turistas à Gorongosa


 

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A Visabeira Moçambique está a desincentivar os turistas a viajarem para o Parque Nacional da Gorongosa, onde tem um empreendimento turístico, por haver riscos de a movimentação de pessoas ser comprometida, admitiu à agência Lusa o seu administrador. Segundo Pedro André de Sousa, se em vários pontos de Moçambique onde a empresa tem operações não se sente qualquer restrição, nem mesmo insegurança, o mesmo não se passa no Girassol Gorongosa Lodge & Safari, que possui alojamento em cabanas e bungalows e uma área de campismo e promove várias atividades turísticas dentro do parque natural. Os últimos dias têm sido marcados pela tensão entre a Renamo e o Governo (Frelimo) na zona central do país, com a oposição a ameaçar impedir, desde quinta-feira, a circulação na Estrada Nacional 1 (EN1), no troço Muxúnguè-Save, e na Linha Férrea de Sena, como resposta a uma alegada ofensiva prestes a ser lançada pelo exército governamental na Serra da Gorongosa, antiga base militar daquele movimento. “Dentro do parque, na reserva turística, temos vivido com normalidade. O parque está a funcionar. Mas é verdade que sentimos que o turista é muito afetado pela incerteza”, afirmou Pedro André de Sousa.
Ainda que, mesmo sem usar esse troço da EN1, seja possível chegar a Gorongoza, o responsável considera não ser fácil decidir “ir fazer turismo para uma zona onde há estes rumores, estas ameaças de que pode haver ataques, sejam eles de que natureza forem”.
“No negócio do turismo a pessoa tem de vir para se divertir. Se não se sente confortável não vai desfrutar daquilo que temos para oferecer”, frisou. Neste âmbito, e em coordenação com a gestão do Parque Nacional da Gorongosa, os clientes estão a ser informados das restrições. “O Girassol está a passar toda a informação ao cliente para saber o que se passa. Se dentro do parque é uma reserva natural e não sentimos a nossa segurança beliscada, temos que informar as pessoas que próximo do parque, nos acessos, a circulação pode estar comprometida”, contou Pedro André de Sousa.
Apesar de ainda não ter dados concretos, o administrador da Visabeira Moçambique considera que o número de hóspedes do empreendimento reduziu.
“Terá de ser reavaliada (a situação) dentro de uma semana. Até haver aqui alguma evolução, neste contexto atual, não faz sentido incentivar o turismo”, frisou.
A Serra da Gorongosa foi o local onde o presidente do partido, Afonso Dhlakama, se aquartelou em protesto contra a "ditadura implantada" pelo Governo.
Na sexta-feira, três ataques de homens armados a autocarros de passageiros na região de Machanga, Sofala, causaram três mortos e seis feridos, um em estado grave.
O porta-voz da Polícia moçambicana, Pedro Cossa, atribuiu os ataques à Renamo, mas o partido ainda não se pronunciou.
LUSA – 24.06.2013

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