terça-feira, 11 de junho de 2013

Todos eles andam perplexos com as recentes "demissões"

Edgar Kamikaze Barroso
2 hours ago via Mobile
Tinha prometido a mim mesmo não mais fazer posts a falar da Frelimo no meu mural. Tenho de abrir uma excepção hoje. É que os últimos acontecimentos neste partido, por sinal ainda no poder em Moçambique, têm mexido muito com a opinião pública nacional. Com efeito, tenho muitos amigos lá dentro, dentre chefes, colegas, familiares, amigos e vizinhos. Todos eles andam perplexos com as recentes "demissões" de alguns dirigentes superiores de algumas organizações internas, de onde se salientam a OJM e, mais recentemente, a OMM. Portanto, as lideranças máximas do braço juvenil e do braço feminino da Frelimo.

Até aqui nada de mais, não fossem estes órgãos os que mais peso tem nas contas finais do processo de mobilização das fileiras e na determinação das "vitórias retumbantes" em eleições. Afinal, são os jovens e as mulheres quem mais eleitores possuem, em termos percentuais. Alguns amigos membros e militantes têm me dito que tanto os jovens como as mulheres têm mostrado certa relutância, internamente, em obedecer a rígida "disciplina partidária", particularmente neste período de sucessão de Guebuza e a apresentação do novo candidato da Frelimo à presidência do país. Dizem que há lá dentro uma certa dissonância entre quem será elegível a tal posição, vozés estas que têm ganho eco particularmente junto aos mais jovens (favoráveis à ruptura para com os veteranos da luta de libertação colonial) às mulheres (ansiosas por terem uma dama-de-ferro no leme do país). Dizem os meus "informantes" que a "geração da libertação" tem estado a mitigar, com os recentes afastamentos, possíveis e ruidosas contestações à indicação de mais um idoso para chefiar os destinos do partido e do Estado, eventualmente, nos próximos anos.

O que mais me preocupa nem é isso, para ser sincero. O que mais me preocupa é a oportunidade histórica que as novas gerações no partido podem estar a deixar escapar de tomar as rédeas dos seus próprios destinos e interesses. Pior então com os indisfarcaveis esforços da estrutura interna de propaganda do partido de aparecer publicamente a "apagar fogos" ou a distanciar-se das vozes que no meu inbox aqui no Facebook, no centro social do meu job ou nas câmeras das nossas televisões aparecem quase todos os dias a denunciarem práticas absolutistas, tiranas e "imperialistas" internas, ao mais alto nível.

PS: Será mesmo que as "estruturas partidárias" dentro da Frelimo anulam, inutilizam e esvaziam toda e qualquer personalidade, dignidade, alma, pensamento ou posicionamento PESSOAL dos membros e militantes do partido? A ideia de partido é sacra, imponente e invicta a toda e qualquer manifestação INDIVIDUALIZADA de orientação, reflexão ou expressão de opinião? O frelimista não existe como ser humano, livre e soberano, se não for baptizado e abençoado pelas "estruturas partidárias"? Fora do partido ninguém é mesmo nada na Frelimo?!? ISSO É MUITO PERIGOSO...
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