terça-feira, 18 de junho de 2013

Serviços de inteligência dos EUA tentavam espionar telefone de Medvedev

Inteligência, G20, Dmitri Medvedev, espionagem, escândaloServiços de inteligência dos EUA e da Grã-Bretanha espionaram o então presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, durante a Cúpula do G20 em londres em 2009, revelou Edward Snowden, antigo agente da CIA e da Agência Nacional de Segurança (NSA).

 Eles, em particular, tentavam interceptar o sinal do telefone por satélite, utilizado por Dmitri Medvedev. Os serviços de inteligência espiavam também outros participantes do fórum, dando provas de surpreendente sagacidade. Foram abertos cibercafés especiais, todos os computadores dos quais tiveram programas de espionagem. Com sua ajuda, agentes da NSA e seus colegas britânicos obtiveram acesso aos mails de participantes do encontro. Entretanto, apesar do caráter escandaloso desta informação, não há nada de surpreendente neste incidente. A situação é comentada por Lev Korolkov, veterano do Serviço de Reconhecimento Externo:
 "Esta é uma prática comum de todos os serviços secretos do mundo, que devem conhecer segredos de seus oponentes. Não importa, se eles sejam nomeados de parceiros, adversários ou de um outro modo. Qualquer estado, que dispõe de fortes serviços de inteligência, aspira a obter acesso a tais segredos, a posse dos quais permite elaborar a sua própria política externa".
 A informação sobre as tentativas de agentes americanos de espionar o telefone de Dmitri Medvedev foi publicada pelo jornal The Guardian na véspera da Cúpula do G8 na Irlanda do Norte. Mas, como destacam peritos, é pouco provável que este fato influa na agenda das conversações de Vladimir Putin e de Barack Obama, que irão decorrer no quadro deste fórum. Pelo visto, este episódio não influirá tampouco nas relações russo-americanas, em geral, considera Anrei Pilko, perito nas relações com os Estados Unidos:
 "É pouco provável que esta história tenha influência nas relações russo-americanas. Não é um episódio muito importante e, a meu ver, ele não influenciará seriamente as relações russo-americanas. Penso que Putin e Obama, se mencionarem este incidente, não dediquem a ele muitas palavras. Eles têm muitos outros temas importantes, começando com certas questões específicas e terminando com o problema sírio, e é pouco provável que o tema da espionagem telefônica mereça especial atenção dos presidentes".
 A informação sobre a atividade de serviços de inteligência dos EUA e do Reino Unido durante a Cúpula em Londres entrou na imprensa graças ao antigo agente da NSA, Edward Snowden. Lembre-se que Snowden já revelou na semana passada as informações sobre a atividade da CIA e da NSA em relação a seus cidadãos, nomeadamente, a espionagem de telefones e de contatos nas redes sociais e o acesso aos mails pessoais. Numa nova série de revelações, Snowden comunicou não apenas sobre os trabalhos da NSA durante a Cúpula do G20 em Londres, mas declarou ainda que a partir do seu computador de serviço podia espionar qualquer cidadão americano, inclusive o presidente do país. Entretanto, esta declaração já foi desmentida pelo chefe de Gabinete da Casa Branca, Denis McDonough.

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