domingo, 23 de junho de 2013

O que queremos ser

Elisio Macamo
 
Não estou a pensar em nada. Apenas nisto:

O que queremos ser

Fui assistir Panaíbra Gabriel, um dançarino moçambicano, no seu mais recente show „Tempo e Espaço: Os Solos da Marrabenta“. Fiquei impressionado e maravilhado. Não entendo muito de coreografia, por isso deixo essa parte para lá. O baile todo é um monólogo introspectivo durante o qual o dançarino constata que seus pais nasceram em Inhambane, que ele nasceu em Moçambique quando o País ainda era província ultramarina portuguesa, que o pai foi assimilado, que Moçambique foi República Popular, depois apenas República e ele indaga-se: sou bitonga, português, comunista democrático, africano falante da língua portuguesa? E ele contorce-se à procura duma resposta que só lhe ocorre quando constata que o que resta são apenas músculos, ossos e, talvez, a consciência de que mais do que qualquer outra coisa ele é uma experiência que dá na marrabenta, isto é numa mistura feita de tudo isso.
Um espectáculo impressionante e que me pôs a pensar em muita coisa numa altura em que as notícias que vêm do País são preocupantes. Curiosamente, durante o percurso histórico que ele faz ao longo dos marcos identitários que lhe causam problemas, ele não fala da guerra dos 16 anos, talvez porque esta parte mais negra da nossa história recente não tenha por onde se pegue de tão esvaziada de sentido que foi. Quem sabe realmente porque foi aquela guerra? Quem pode identificar palavras que a possam descrever duma maneira que nos permita perceber porque ela, aparentemente, ainda não terminou? Eu não consigo. E admiro todo aquele que tem segurança suficiente para tecer considerações sólidas a partir de algo sem explicação porque simplesmente vazio de sentido. O facto de o dançarino ter ignorado completamente essa guerra mostra, talvez, a profunda sensibilidade artística que não é, infelizmente, apanágio da abordagem académica das coisas. O artista, ao contrário do académico, parece saber o que não sabe.
Ocorrem-me estas coisas todas a propósito da ameaça de guerra em Moçambique. Embora a situação seja preocupante, eu não creio que vá haver guerra. E se tivermos em mente o número de pessoas que morrem de forma violenta no País – violência de todo o tipo desde a armada até aquela da pobreza – não acho prudente focalizar a análise das escarramuças recentes no que elas querem dizer em relação ao futuro. É verdade que há um contexto político que teima em ser explosivo e que, por isso, confere outro sentido ao que acontece. Não obstante, vistas no contexto do presente do País estas escarramuças reflectem um padrão infelizmente rotineiro que pode até ser funcional à reprodução do tipo de sociedade que nos tornamos. A nossa rotina é a rotina da intransigência, do açambarcamento da razão e do direito que cada um de nós se arroga de saber tudo melhor do que qualquer um de nós.
Contudo, há muita perplexidade por aí, de todos os lados – no seio do governo, que gostaria de dar substância ao sentido de poder que pensa ter, mas não tem confiança suficiente nos órgãos que poderiam dar corpo a isso (polícia e exército) como também no seio da Renamo, cujo curso errático há muito desautorizou o uso do termo “oposição” uma vez que este só cria confusão analítica – que nós os auto-intitulados analistas tentamos tornar coerente confundindo os nossos esquemas analíticos com as motivações dos actores políticos. E isto tudo misturado com medos e receios. Assim vamos desfiando teorias bem plausíveis do estilo (a) Guebuza está a executar uma estratégia de eliminação da Renamo e perpetuação do seu poder; (b) Dhlakhama está a executar uma estratégia de recuperação de protagonismo utilizando para o efeito a ameaça de guerra. Tudo isto é reflexo do efeito nefasto da crença na identidade entre os nossos esquemas analíticos e a racionalidade dos actores. É também reflexo da crença na ideia segundo a qual um plano bem pensado vai ser executado da forma como foi pensado. O único que é encorajador nestes cenários todos é que, pelo menos, (ainda) não entram chineses, nem os brasileiros da Vale.
O que custa aceitar como ponto de partida para a análise de fenómenos desta natureza é a ideia segundo a qual ninguém faria a mínima ideia do que anda por aí a fazer. Que o chefe de informação da Renamo seja um desgraçado qualquer refém dum discurso que ele próprio não entende, mas dentro do qual ele aprendeu a dar sentido à sua própria vida e ao País; que o Presidente Guebuza esteja tão perplexo como todos nós, mas rodeado de gente e instituições que falam e agem de acordo com uma ideia que elas têm daquilo que pensam ser a sua vontade; que o grande analista de televisão, do jornal, do “Facebook” e da rádio – que nunca aprendeu a reflectir sobre os méritos duma questão, ou se aprendeu prefere ignorar, mas sim a procurar os bons e os maus e distribuir culpas – se sinta na obrigação de produzir um discurso que torne coerente o que não tem coerência, racional o que é irracional, direccionado o que está completamente desnorteado simplesmente porque dizer perante uma câmara de televisão que algo não faz sentido seria o mesmo que reconhecer incapacidade analítica. Nenhum feiticeiro que se preze fica sem explicação para alguma coisa. Nenhum fanático também. O mundo precisa de ter explicação.
Não há-de haver guerra em Moçambique, mas, sinceramente, não sei para que servirá a paz. Para já, será a mesma paz de sempre. A paz da irresponsabilidade no uso da palavra. Uma irresponsabilidade que consiste em falar e depois reflectir (nessa ordem), em acreditar no último livro que se leu desde que este sustente um ponto de vista que surgiu assim mesmo; uma irresponsabilidade que consiste em comentar os assuntos da terra pintando os maus como sendo extremamente maus ao ponto de não merecerem partilhar o mundo connosco, e os bons como sendo as vítimas eternas e homogêneas dos maus; uma irresponsabilidade que consiste em não saber distinguir o útil e o supérfluo, numa incapacidade que se reflecte na dificuldade de saber condenar e apoiar sem, contudo, pôr em causa o subtracto normativo da ordem democrática – as reivindicações da Renamo podem ser justas, para quem as compreende, claro, mas o tom e a forma como elas são feitas deviam ferir as sensibilidades democráticas de todos nós, independentemente do que sentimos em relação ao governo do dia; na verdade, só quem consegue fazer esta distinção é que pode ter autoridade moral para condenar, se achar que tem mesmo que condenar seja o que for. Esse tipo de paz será sempre o vestíbulo da guerra. A única alternativa pior a este tipo de paz é uma guerra sem frentes claras (como sempre) e por nada (idem).
Mas é justamente neste ponto onde o dançarino Panaíba Gabriel volta à ribalta. O seu baile é uma longa constatação duma coisa mito simples. Nós não somos o que somos. Nós somos o que queremos ser. E em Moçambique anda aí muita gente desorientada em relação a isto, razão pela qual nâo vê nenhum problema em se descrever como cristão, da oposição ou do governo, amante dos direitos humanos, changana ou sena, jovem, isto mais aquilo, mas, em certos momentos, e quase que por magia, reduz tudo e todos a uma única variável: este é da Frelimo ou da Renamo! Este é changana ou sena! Este quer ser ministro, etc. Com esse esquema de pensamento é fácil analisar tudo e tornar coerente o que nenhuma coerência tem. Aliás, a análise nem é necessária. O que não está claro, está claro. Na verdade, o mais trágico em Moçambique não é a ameaça de guerra e a perplexidade de quem a devia prevenir. O mais trágico é que a nossa sociedade se tenha transformado num corpo disforme que permite a coexistência de todo o tipo de gente engraçada: defensores de direitos humanos que não acreditam na tolerância; defensores da liberdade de imprensa que acham que ela alcança os seus limites quando alguém diz uma coisa que lhes incomoda; sociedade civil que é, na verdade, um ramo industrial; patriotas que acham que somos os piores em tudo e merecemos sê-lo. A ameaça de guerra que páira sobre o País, se de facto ameaça de guerra páira, é um aviso à navegação. O assunto não é nem Guebuza, nem Dhlakhama. O assunto somos nós, isto é o que cada um de nós quer ser. Há algo profundamente incoerente numa sociedade que pode passar a vida a diabolizar tudo e todos, mas esperar que haja sensatez na abordagem dos momentos de crise. Se, contra todas as previsões, houver guerra em Moçambique ela não vai ter começado na desorientação de Dhlakhama, nem na arrogância de Guebuza. Ela vai ter começado nos pequenos comentários incoerentes e irresponsáveis, nas práticas quotidianas sem nenhum sustento normativo e no oportunismo que caracteriza a vida de muitos de nós. Uma guerra é sempre o falhanço duma sociedade inteira. Sobretudo duma sociedade que detesta textos longos... parabéns a quem leu até aqui!
Alguém já chamou a isso de País da Marrabenta, mas marrabenta mesmo de rebentar.
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  • José Teixeira Discordando eu do seu "não sei para que servirá a paz" que pode deixar perceber apenas um valor instrumental à paz (provavelmente um dito apenas ao correr das teclas, concedo) não posso deixar de "likar" esta conclusão apontando a responsabilidade disseminada, individual. E, em particular, apontando os que "detesta(m) textos (quase) longos".

  • Leonel Sarmento Muito profundo!!

  • Basilio Muhate Texto interessante Professor, parabens. precisamos de ler mais "textos longos" realmente, todos nos... Mas os textos curtos estao na dianteira de algum debate de classes da nossa sociedade. Sao paradigmas da evolucao do nosso pais.

  • Susana Durão Lindo texto, Elisio Macamo! Obrigada por partilhar.

  • Stélio Matusse carro prof elisio, e de lamentar pelo contornos em moz e as aposicoes tomadas tanto pelo governo bem como a propria Renamo, e absurdo quando propala se que pai da Democracia e e pela paz, com descursos belissistas e que atentam com o bem estar e a unidade nacional; e um governo que scega se a dialogar este fantasma que nao traz nem produz resultados plausiveis devido aos bajuladores, politicos e de inimigos gananciosos de olho nos recursos minerais em moz que nem comecamos aganhar nada prejudicando as povoacoes que se encontram ao redor das minerados um autento acto de usurpacao, amigos da exploracao do homem pelo homem,cabe a este governo e o presidente da republica , usarem do dialogo construtivo sem resentimentos para o bem estar social deste belo "pais maravilhoso" guebuza... esperamos consenso e harmonia

  • Ze Joel oky. professor mas sugiro que reduzamos o texto e alarguemos o campo semantico dos conceitos de Guerra e Paz
  • Janeiro Romao Como se diz por ai num canal televisivo "no comment"

  • João Leocadio Guirengane Muito bem escrito, breve porém global. Comentar pra que?

  • David Abilio o que acaba valorizndo a arte como uma componente social de alto. alcaance que provoca reflexao que ajuda na mudaanca de atitudes. Leio sempre os teus textos que acho que nos faz falta como a luz na escuridao. Abraco.

  • David Abilio postei atraves do telemovel e aconteceu um problema qualquer e cortou o texto inicial, mas ja não vou repetir.

  • Télio Chamuço O Prof. diz e passo a citar-lhe (sic): "se houver guerra em Moçambique ela não vai ter começado na desorientação de Dhlakhama, nem na arrogância de Guebuza. Ela vai ter começado nos pequenos comentários incoerentes e irresponsáveis, nas práticas quotidianas sem nenhum sustento normativo e no oportunismo que caracteriza a vida de muitos de nós. Uma guerra é sempre o falhanço duma sociedade inteira." (fim de citação). Ora, no seu entender, há responsabilidades repartidas. Se as houver, significa que existem pessoas mais responsáveis do que as outras. Isto é inegável. Neste diapasão, no meu entender, ainda que se verifiquem "pequenos comentários incoerentes e irresponsáveis", "práticas quotidianas sem nenhum sustento normativo" e "oportunismo que caracteriza a vida de muitos de nós", a sociedade inteira "não vai falhar" [ou difícil e improvavelmente falharia] ao ponto duma guerra eclodir sem que os "notáveis" instigadores (aqui volto aos níveis de responsabilidade) acendam o rastilho de pólvora que constitui o elemento decisivo para a respectiva deflagração. Daí eu considerar profundamente exagerada a atribuição da responsabilidade da guerra à uma sociedade inteira.

  • Jose Cossa improprio para o vulgo. tudo dito-

  • Messias Uaissone Penso q Dr Elisio Macamo deu um importante contributo. Da para pensar.

  • Ernst Habermas Eu estou de parabéns Prof. Elisio, "acompanhei" o texto todo!

  • Bayano Valy hmmm penso que quase todos os moçambicanos de gema, para usar uma expressão do chefe do estado, não querem a guerra; querem a paz. mas a questão é que paz se quer. não tenho a resposta. mas gostaria de viajar pelo moçambique inteiro sem medode ser assaltado por homens armados a qualquer altura - pelo menos não estamos a usar bandidos armados. gostaria de que os outros moçambicanos gozassem dessa mesma prerrogativa. estou a ser reducionista demais mas esse é o começo.

    agora, espero que na atribuição de responsabilidades de guerra tenhas em mente que há graus de influência. sendo que, é mister saber que grau de influência temos nós sobre os comportamentos dos políticos. até onde é que podemos dissuadí-los a voltarem as costas ao abismo?

  • Muito bom o texto! Traz pontos muito interessantes para reflexão. Talvez apenas não concordar muito com o ''...mas, sinceramente, não sei para que servirá a paz.(...)". Ora, se o conceito de PAZ em Moçambique era o que vinhamos vivendo(já depois de 92), Comparativamente ao cenário visto actualmente, então que se/nos devolva(m) a PAZ. E muito obrigado Pror. Elisio Macamo.

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    Arlindo A. Mondlane likes this.

  • Livre Pensador Faltou pouco, mas muito pouco mesmo, escrever que os responsaveis morais dos ataques ao Paiol, na EN1, da greve dos medicos, dos magermanes, da fuga dos prisioneiros hoje em Inhambane, o assalto espetacular na Beira que se sagrou em 500 mil dolares roubados, por fulanos vestidos de policia, sao obras dos comentarios incoerentes na mass-media, inclusive aqui, onde escrevo. Como e evidente, melhor seria que ficassemos calados de vez, de preferencia a 7 palmos da superficie da terra, para coerentemente descansarmos em paz enquanto os profetas nos iluminariam o caminho. Isso e que seria formidavel. Ha com cada uma.

  • Télio Chamuço Aqui estamos juntos Livre Pensador. Aliás, pude manifestar a minha discordância no post do Prof. (pessoa que respeito muito), num sentido igual ao que encimas.

  • Livre Pensador Télio Chamuço, como diria Dr. House: "Se ninguem te odeia. Se ninguem te detesta. Se voce nao irrita ninguem, entao tem algo errado com voce".Acabei de ler isto ha minutos. O que me dispensa consideracoes adicionais no post de Elisio Macamo.

  • Télio Chamuço LP, vais ter que esmiuçar ou fazer desenhos no que pretendeste dizer para que eu perceba. Não entendi a conexão entre as palavras do Dr. House e a parte final do comentário. Desculpa-me por pedir uma explicação mais terra-a-terra. os meus níveis de compreensão são muito limitados...

  • Bayano Valy Livre Pensador eu não gosto do jornal domingo mas leio-o religiosamente. às vezes aprendo muito com o domingo. é preciso adoptarmos uma atitude caridosa mesmo com aqueles a quem não gostamos.

    penso que o macamo faz um bom trabalho à nossa esfera pública. eles obriga-nos a pensar. e conversar com ele é sempre envolvente. não quero dizer que concordo com o que diz. aliás, muitas vezes descordamos. o perigo está em deixarmos de engajá-lo só porque não concordamos. o que podemos fazer é discordar lá no seu mural porque aqui pode acabar sendo um monólogo, isto é, um diálogo onde o próprio não se encontra presente para se defender
    .

  • Livre Pensador Ele nao esta aqui, porque se retirou de livre e expontanea vontade. Quanto ao comentario ao texto , dispenso, nao merece credito para tanto de tao estupido que e.

  • Bayano Valy bem, porque é estúpido? tu é que assim o determinas? não achas que estás a ser juizo de causa própria? porque não deixas os outros sentenciarem a sua estupidez?

  • Livre Pensador Esta ofendido?

  • Bayano Valy por acaso não me ofendo levianamente. já estou há muito nessa cena de debates para ficar ofendido com a opinião de outrem sobre mim.

  • Livre Pensador Entao, continue nos debates. E deixe pressagiar.

  • Bayano Valy estou a chamar-te atenção ao que considero um comportamento pernicioso.

  • Livre Pensador Curioso. Voce pode julgar a minha opiniao. Eu nao posso julgar a opiniao dele. Quem e que esta a ser pernicioso aqui? Eu considero este ultimo texto estupido. E ate certo ponto insultuoso para quem anda aqui a resistir a uma ditadura consagrada em eleicoes. E voce?

  • Bayano Valy esse é que é o problema de etiquetar as opiniões dos outros. por isso mesmo não etiquete as opiniões dos outros; mostre quão estúpidas são. por outras palavras, rebate-as.

    eu não estou com ninguém aqui no facebook. podemos concordar nalguns pontos ma
    s não acredito que devemos ler da mesma pauta.

    sim, acho pernicioso que ao não concordarmos com a opinião de outrem tenhamos que ridicularizá-la. temos que ser os primeiros a combater esse tipo de atitudes.

    para que haja debate, é necessário que olhemos para além do nosso horizonte sob o risco de sermos opressores. não há ninguém que tem a verdade de tudo
    .

  • Livre Pensador Ora bem, entao quando esse douto professor ridicularizou Noe Nhantumbo apelidando-o ate. Tendo inclusivamente sentenciado que quem lesse aquele articulista, seria retirado da sua lista de amigos, pois nao poderia (ele) conviver com pessoas que considerassem os textos de Nhantumbo como algo digno de ser postado para rebater os textos dele, estava a fazer o que? A promover o debate ou o monologo? Nao o vi a advertir Elisio Macamo nos termos em que voce me faz. Porque? E inaceitavel ver alguem a promover o afunilamento da discussao publica em nome do rigor academico - isto e, ele proprio. Revitalizando a figura do responsavel do status-quo a custa do alheio. E vir aqui pedir para desfilar em nome da paz? Essa agora. Sabe, ha coisas que nos nao precisamos de debater por serem obvias demais. E com isso encerro este assunto.

  • Bayano Valy nem li esse tal texto sobre noé nhantumbo. certamente tê-lo-ía advertido não fosse eu contra todas as formas de violência. é violência com todas as letras.

    mas não vai ser por isso. pessoalmente não sou obrigado a ler os textos de Noe Nhantumbo nem d
    e elísio macamo, e isso não me confere o direito de etiquetar este ou aquele de estúpido só porque discordo do que dizem. e quando quero discordar, faço-o nos seus respectivos murais.

  • Livre Pensador Pois e, Bayano Valy nao viu. Mas ja ficou a saber. E passe bem..
     




























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