segunda-feira, 24 de junho de 2013

Novo ataque armado contra viaturas, mas sem vítimas

HOMENS DA RENAMO VOLTAM A ATACAR VIATURAS EM MUXÚNGUÈ

Homens armados da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, voltaram a atacar, na manhã de hoje, dois autocarros de transporte interprovincial de transporte de passageiros e uma viatura particular, sem causar vítimas humanas.
O chefe da delegação do Governo ao diálogo, José Pacheco, que confirmou o facto hoje, em Maputo, na conferência de imprensa que marcou o fim da 7/a ronda de diálogo com a Renamo, disse sem detalhar, que o ataque foi registado na ponte sobre o rio Ripembe, no troço entre o cruzamento de Muxúnguè e o Rio Save.
Sobre os ataques, que estão causar um clima de instabilidade e angustia na região centro e em Moçambique em geral, segundo Pacheco, a Renamo primou pelo silêncio, quando questionada sobre o assunto.
Por isso, disse Pacheco, “nós partimos do princípio de que quem cala consente”.
O facto é que a Renamo quer colocar os moçambicanos reféns do seu belicismo, disse Pacheco, adiantando que mesmo hoje, no diálogo, Meque Ronda, membro da Renamo, disse que se o Governo não aceitar ordenar ao parlamento para aceitar sua proposta Moçambique vai retornar á guerra.


A Renamo, segundo Pacheco, prometeu montar uma cancela no rio Save e já fez uma série de ataques contra alvos civis e militares que mataram cidadãos inocentes o que e condenável para um partido com assento no parlamento, mas que entende que basta ter homens armados para ordenar tudo e a todos.
“O Governo, apresenta as suas sentidas condolências as famílias enlutadas por causa desta acções bárbaras e deseja rápidas melhoras aos feridos, prometendo continuar a trabalhar em prol da paz e da unidade nacional e a defender os moçambicanos do banditismo armado”, disse Pacheco.
Apesar destes ataques, Pacheco disse que o Governo continua a primar pelo espírito de diálogo para consciencializar os moçambicanos para que os que optam pelas matanças e destruições ganhem a consciência.
Pacheco, apontando como exemplo a detenção, por incitação a violência, do Brigadeiro da Renamo, Jerónimo Malagueta, disse que neste momento o Governo está a trabalhar com factos e evidências para que os autores dos desmandos sejam responsabilizados judicialmente.
Na ocasião o Chefe de delegação governamental ao diálogo fez questão de sublinhar que “o Governo está disposto dispostos a levar o diálogo até as últimas consequências independentemente dos ataques”, vincou Pacheco.
Sobre a possibilidade de se chamar a intervenção externa para a solução do diferendo que opõe as partes, José Pacheco, disse que ainda está ao alcance dos moçambicanos encontrar soluções como forma de garantir que Moçambique continue a ser exemplo na busca de paz e estabilidade social.
MAD/SG
AIM – 24.06.2013
 

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Homens armados voltaram hoje a atacar viaturas, numa coluna escoltada pelo exército moçambicano, a 15 quilómetros de Muxúnguè, Sofala, centro do país, disseram à Lusa populares, numa ação atribuída à Renamo.
"Íamos perfilados numa escolta da polícia, de manhã, quando um autocarro de passageiros e um transporte de carga, do meio, começaram a ser metralhados. A coluna parou e a força seguiu os atiradores, mas tudo indica que ninguém foi detido", disse à Lusa Assamo Quizito, um camionista.
A circulação rodoviária na N1, no troço entre Save e Muxúnguè, "foi reaberta" no sábado, com trânsito apenas no período das 05:00 às 17:00, sob forte medidas de segurança, após ataques a cinco viaturas, duas das quais incendiadas, na manhã de sexta-feira, com um balanço de três mortos e vários feridos.
A medida surgiu como forma de evitar novos ataques, pelo que viaturas que seguem para o centro e norte são perfiladas no rio Save e para o sul em Muxúnguè, escoltadas em coluna por blindados e um contingente militar fortemente armada, numa distância de 100 quilómetros, o raio que a Renamo anunciou interditar a circulação desde a semana passada.
"Seríamos o grupo seguinte a ser escoltado quando nos chegou a informação que a coluna havia sido atacada. Então, transitar neste troço realmente fica mais complicado, com vidas ameaçadas. Agora, os polícias já vão distribuídos também entre os carros, ao invés de ficarem à frente, no meio e atrás da coluna", explicou à Lusa Celeste Manuel, uma passageira de um autocarro.
Em declarações por telefone à Lusa, Arnaldo Machowe, administrador de Chibabava, não confirmou o ataque de hoje, tendo remetido informações para o comando da polícia de Sofala. Em declarações à Lusa, Joaquim Nido, comandante da polícia de Sofala, confirmou o ataque, mas remeteu detalhes para mais tarde.
Ex-guerrilheiros da oposição Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) iniciaram uma ofensiva na sexta-feira na região do rio Ripembe, no distrito de Machanga, Sofala, centro de Moçambique, que já causou três mortos e seis feridos em ataques a seis viaturas que foram metralhadas e duas delas incendiadas.
Lusa – 24.06.2013

Centenas de pessoas e carros aglomeram-se no centro de Moçambique à espera de escolta para viajar

Centenas de pessoas e carros concentram-se à noite no Posto Administrativo de Muxúnguè, centro de Moçambique, à espera de escolta para poder viajar, na sequência dos ataques da semana passada atribuídos a homens armados da Renamo.
Os ataques ocorridos na sexta-feira seguiram-se ao anúncio da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido da oposição, de que impediria a circulação ferroviária e rodoviária no centro do país, para travar uma alegada concentração das forças de defesa e segurança perto da antiga base central do movimento, onde o presidente do partido, Afonso Dhlakama, se reinstalou em finais do ano passado.
Segundo o Notícias de Maputo, diário de maior circulação no país, camiões carregados de mercadorias, autocarros e viaturas de particulares chegam a formar filas de um a dois quilómetros, à espera que amanheça, para poderem viajar escoltados.
A aglomeração aumenta a partir das 17:00, uma vez que as forças de defesa e segurança têm interditado a circulação à noite por razões de segurança.

A vida nas comunidades residentes perto da Estrada Nacional Número 1 mudou de rotina, porque os camponeses deixaram de vender na via, na sequência dos ataques da semana passada, em que morreram pelo menos três pessoas num ataque a um autocarro e um camião, na região de Machanga, província de Sofala.
O clima de instabilidade que se vive no centro de Moçambique também está a afetar o escoamento do carvão na linha férrea de Sena, que liga a região carbonífera de Moatize, na província de Tete, ao porto da Beira, em Sofala, particularmente no período noturno.
De acordo com o Notícias de Maputo, a insegurança que se instalou no centro do país provocou a redução do tráfego de comboios de carvão da brasileira Vale e da anglo-australiana Rio Tinto, descendo de seis para três o número vezes que as locomotivas viajam.
Por isso, o presidente do Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Rosário Mualeia, reuniu-se na última sexta-feira com os representantes das empresas que usam a linha férrea de Sena.
PMA // VM
LUSA – 24.06.2013

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