domingo, 9 de junho de 2013

Nós temos um patrão: o Povo moçambicano

“É também neste ambiente criado pela FRELIMO dialogante e promotora do diálogo na sociedade moçambicana que vamos demonstrar àqueles nossos compatriotas que se sentem carentes de 
patrão, um patrão que deve ser necessariamente estrangeiro, que já somos um Moçambique livre e independente, um País cujo patrão é o maravilhoso Povo Moçambicano. Repetimos, nós não precisamos de um patrão estrangeiro!”, Armando Guebuza
 
Sempre que a oportunidade sugere Armando Guebuza, o chefe de Estado, desencoraja a acção perniciosa daqueles que fazem da sua profissão um ataque cerrado a auto-estima dos moçambicanos. Reduzindo-a, enxovalhando-a e colocando-a nas fronteiras da resignação. Para o efeito, esses especialistas da desgraça, recorrem aos exemplos de um passado colonial (saudosismo colonial na verdade) que é pintado com as cores da felicidade e mascarado com a face do bem-estar.
 
A ideia é dar a entender o quão a vida era melhor. Ou seja, substituir forçadamente as marcas da segregação, do racismo, do xibalo e de um espaço geográfico que, mesmo sendo nosso, não podia ser nosso. Nenhuma pessoa honesta e em sede do seu perfeito juízo pode comparar a liberdade de viver num espaço que é nosso com a segregação de outrora. Não só é desonesto, pusilânime e fútil como significa sacrificar a razão em função dos honorários provenientes de um patrão estrangeiro.
 
 
Para agradar ao patrão estrangeiro fazem de tudo e mais alguma para sustentar a tresloucada ideia de que estamos a regredir, mesmo quando a prática prova e sustenta o contrário, regozijam-se com relatórios internacionais que nos colocam em lugares marginais no combate à pobreza e gritam orgulhosos: nós sempre dissemos que não estamos a desenvolver. São como muito bem classificou o sociólogo Elisio Macamo especialistas da externalização de problemas para ganhos próprios. Esquecem-se de quantificar, por conveniência os muitos problemas que esses patrões seus têm, desde gente que dorme em túneis até jovens desempregados que deambulam por todo o lado sem solução nem de sub-emprego.
 
Mesmo quando sabemos que estão a fazer coro das suas próprias constatações e “trabalhos de pesquisa”, isto porque estes “documentos” que, hoje, nos colocam em termos de desenvolvimento abaixo da Guiné-bissau, por exemplo, contam com o bom préstimo de cidadãos que juraram amar a pátria e a bandeira. Embora a prática mostra uma realidade contrária. Odeiam a bandeira e o facto de outros moçambicanos, estarem a governar o país quando os mais habilitados e seguindo seu pensamento, são eles.
 
Mesmo que o cerne do presente escrito não incida sobre a autenticidade ou ausência desta neste tipo de relatórios e sem prejuízo do método que os organismos internacionais usam para aferir o grau de desenvolvimento ou não de uma nação, colocarem o nosso país abaixo de Guiné Bissau, um Estado falido e sem direcção é, no mínimo, chamar a todos os moçambicanos de idiotas. Como pode a Guiné Bissau estar acima de Moçambique?
 
Seria importante perceber onde reside o interesse ao pintar Moçambique como um Estado retrógrado e inimigo do desenvolvimento: os que “fabricam”os relatórios têm interesse claro em deixar transparecer a ideia que as nossas políticas públicas não servem o Povo.
 
E perspicazes que são, quando sabem que os podemos questionar pelo facto de estarem a defender o não crescimento quando a cada dia eles tendem a investir mais em Moçambique, dizem em jeito de fuga para a frente:
-Moçambique está a crescer economicamente mas não está a distribuir!  
E nos questionamos:  não seria o crescimento económico a primeira premissa para a posterior distribuição? Ou devíamos simplesmente distribuir mesmo que não tivéssemos nada para distribuir? E como se pode distribuir sem planear? Sem ao menos sabermos se o que estamos a receber hoje continuaremos a haver no futuro?
 
São estes que quando o Presidente Guebuza, numa iniciativa única de contribuição para a redução da pobreza, introduziu os “sete milhões” correram para propagar a ideia falsa de que o mesmo fundo era usado para aproveitamento político por parte da FRELIMO. Essa medida que devia ser amplamente aplaudida foi, com recurso, ao descrédito ridicularizada por estes profissionais da desgraça, mesmo quando o Povo, destinatário último da iniciativa, a aplaudiu do Rovuma ao Maputo e do Índico ao Zumbo.
 
Quer dizer, porque a ideia era genial mas proposta por quem na óptica daqueles, nunca deve acertar, seguiu-se uma tentativa de a esvaziar, de a enviesar daí que se lançaram argumentos e estudos com ficto de provar que o fundo ora era desviado, que não havia consistência e clareza para que efeito era destinado, que a sua contribuição na redução da pobreza era nula, mesmo quando a realidade nos distritos provava o contrário, mesmo quando o Povo testemunhava com satisfação a mudança que este trazia em suas vidas.
 
São esses profissionais da desgraça que, ocorrendo calamidades naturais ampliam o efeito das mesmas ao mesmo tempo que engrossam aquilo que designam incompetências do Governo. Como se as cheias, inundações e vendavais que atingiram o nosso país fossem fruto de um decreto enviado ao céu pela Frelimo e Guebuza.
 
Estes profissionais da desgraça escondem-se quando o país é elogiado por algo de positivo, fogem quando a pobreza é fustigada nos distritos, fogem quando o milho brota na terra de um camponês onde antes tinham plantado minas, fogem quando os víveres e o artesanato criam uma classe média emergente num distrito que nunca tinha antes visto a cor do metical, fogem quando um poste de energia é cravado em Gorongosa, fogem quando o turismo oferece múltiplas possibilidades de rendimento nos distritos a quem antes não tinha o que comer, envergonham-se quando bebem uma cerveja bem gelada lá no Distrito onde só com o recurso ao mapa era possível chegar.
 
Fogem e continuarão a fugir quando a Frelimo trabalha e faz vergar a pobreza. Dói-lhes quando a Frelimo se funde no povo e caminha em prol do desenvolvimento. Ausentam-se e não mencionam isso nas suas estatísticas porque, quem paga quer relatórios que mostrem as fissuras da pobreza de um Povo que escolheu o caminho do trabalho.
 
Na Cidade de Maputo, temos um bairro que se não fosse a necessidade de preservação da memória, teríamos de mudar a sua denominação: refiro-me ao bairro Polana Caniço, atribuído esse nome pelo facto de no passado, a maioria das casas naquele bairro serem feitas daquele material - sendo que as únicas que não o eram, tinham corpo e cobertura de Madeira e Zinco. Hoje, nem uma casa sequer de caniço existe e mesmo assim Moçambique não está a desenvolver!
 
E quem assim o defende são os carentes de patrão estrangeiro, são estes que nunca aceitam que este país está livre e tem um patrão que é o Povo moçambicano, são estes que se contentam e ampliam todo o discurso desde que seja contrário ao Governo do dia, sem o rebater e sem o colocar ao crivo da crítica, para se ater da sua conformidade ou não com a verdade.
 
Associo-me ao Presidente para dizer e de viva voz abaixo aos moçambicanos carentes de patrão estrangeiro, os que não acreditam que podemos ser donos do nosso próprio destino, abaixo a todos estes que só vêem desgraça em tudo, mesmo onde brota a esperança. Somos um Povo livre e merecemos lutar por tudo quanto acreditamos e, mesmo que continuem a negar o óbvio, o Povo, este, será o testemunho da verdade, porque nunca perdeu de vista a necessidade de comparar o antes e depois e atestar que estamos a fragilizar a pobreza, que estamos a desenvolver Moçambique.
 

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