sexta-feira, 7 de junho de 2013

Kosovo: a guerra propagandística de 1998 : Voz da Rússia


Antiga Iugoslávia, guerra informativa, OTAN, genocídio, Albânia, Sérvia
© Tadija, en.wikipedia.org



No outono de 1998, os EUA faziam os possíveis por promover o seu "projeto do Kosovo". Antes de mais, procederam à lavagem cerebral dos habitantes da Sérvia e do Montenegro. A Rádio Free Europe/Rádio Liberty (RFE/RL) anunciou a emissão alargada de programas em líguas eslavas. Para o efeito se usava ainda a Internet, dado que "Belgrado podia proibir a retransmissão de programas produzidos no Ocidente".



Convém dizer que os programas radiofônicos eram muito bem preparados em termos profissionais e com o conhecimento da matéria. Tinham por objetivo persuadir os ouvintes da necessidade de afastar Milosevic do poder, substituindo-o por outro líder e passando o poder no Kosovo para Ibrahim Rugova e Hasim Thaci. Para além da rádio, foi tomada a decisão de utilizar as potencialidades da TV moderna. Era necessário dar a entender que o Kosovo precisava de um apoio especial da Casa Branca. Este método já tinha sido testado na Bósnia, por isso podia ser facilmente copiado e usado na realização do cenário escolhido para o Kosovo.

Os serviços secretos norte-americanos distorciam regularmente as informações sobre a situação naquela região. Por exemplo, em meados de agosto de 1998, quando se iniciou a histeria anti-iugoslava, ao Kosovo chegaram muitos jornalistas estrangeiros que eu tinha visto na Bósnia, no verão de 1995. Tratava-se de equipes profissionais bem pagas e equipadas (andaram em jipes blindados) dos EUA (CNN, ABC), da Grã-Bretanha (Sky News, BBC), da RFA (Bundes Radio Deutschland) e de alguns outros canais televisivos. Os albaneses do Kosovo costumaram convidar única e exclusivamente jornalistas ocidentais para fazerem reportagens especiais in loco.

No verão e no outono de 1998, o mundo inteiro viu reportagens sobre presumíveis massacres, perpetrados pelos sérvios, sobre as alegadas chacinas de crianças, idosos, mulheres violadas e cadáveres deformados. O mesmo se refere à questão de refugiados. Os repórteres dos EUA divulgaram dados sobre "um elevado número de deslocados de guerra". A desinformação se tornava pública por meio de seus colegas europeus, incluindo italianos. A principal fonte de desinformação era o Comitê Albanês pela Defesa dos Direitos Humanos.

Segundo uma "organização humanitária", os sérvios "mataram mulheres, crianças e pessoas idosas". Os jornalistas tentavam persuadir os espectadores dos EUA e da Europa de que "dezenas de milhares de albaneses ficaram sem teto, ou seja, sem abrigo. A organização humanitária dos albaneses do Kosovo "Mãe Teresa" apregoava a alto e a bom som que no Kosovo havia 327 626 pessoas sem lar e que as cargas humanitárias chegavam a apenas um terço dos necessitados. Conforme aquela entidade, 50% das crianças locais "estavam doentes, precisando de uma ajuda urgente para não morrerem de fome".

Os serviços secretos dos EUA e da Europa Ocidental faziam múltiplas especulações em torno da questão dos refugiados. Ao que apurei junto das fontes fidedignas em Belgrado e no Kosovo, a informação sobre uns 300 000 refugiados, (citada por Chris Yanovsky, polaco de expressão russa que trabalhara na Croácia e da Bósnia), era efetivamente exagerada. Durante os confrontos armados travados no Kosovo, os habitantes locais abandonavam suas casas, procurando abrigo em zonas de montanha. Mas até na pior das hipóteses, o seu número não podia ultrapassar uns 50-70 mil. Quem é que foi inventou este acréscimo de 250 e 230 mil, que se referem aos albaneses étnicos nômadas? Quanto aos números, aí se assiste a uma grande confusão por o último censo ter sido realizado em 1981.

A notícia sensacionalista divulgada pela comunicação social mundial no Verão de 1998, acabou por surtir o efeito desejado. Os americanos sabem comover as pessoas simples e ingênuas. A principal tarefa foi ganhar o apoio da opinião pública, obter o dinheiro do Congresso e de organizações de beneficência, transmitir umas reportagens super interessantes e depois dirigir ameaças sobre ataques de mísseis para prevenir o "genocídio" dos albaneses.

Konstantin Kachalin
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/2013_06_07/220739656/

1 comentário:

Anónimo disse...

An outstanding share! I've just forwarded this onto a colleague who has been conducting a little research on this. And he in fact bought me breakfast due to the fact that I found it for him... lol. So allow me to reword this.... Thank YOU for the meal!! But yeah, thanx for spending some time to discuss this topic here on your web page.

Look into my website ... gold coast seo