terça-feira, 25 de junho de 2013

Guebuza apela à tranquilidade da população face à tensão causada por ataques da Renamo

 

O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, apelou aos moçambicanos para não se sentirem desesperados com o atual clima de tensão que se vive no país, devido a ataques armados da Renamo.

Maputo - O Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, apelou, terça-feira (25),  aos moçambicanos para não se sentirem desesperados com o actual clima de tensão que se vive no país, onde homens armados ligados à Renamo atacam e matam civis e agentes das forças de defesa e segurança.
Falando a jornalistas, em Maputo, por ocasião da passagem hoje de 38 anos após a proclamação da independência nacional, Guebuza considerou essa situação como um teste à determinação dos moçambicanos de continuarem unidos na construção do país e na luta contra a pobreza.
"Algumas pessoas não somente são impacientes, o que é óbvio, mas ficam desesperadas e pensam que tudo acabou. Mas mesmo na vida de cada indivíduo há períodos em que as pessoas são testadas na sua determinação de fazer as coisas. E ao serem testadas devem provar que, efectivamente, acreditam nos princípios e na sua determinação de vencer o sofrimento e a pobreza e fazendo isso sobretudo garantindo que haja paz", disse Guebuza.
Nas últimas semanas, mais de uma dezena de cidadãos e agentes das Forças de Defesa e Segurança foram mortos em ataques perpetrados na província de Sofala, centro do país, por homens armados que se acredita serem da Renamo, que é também a maior força da oposição no país.
O último ataque ocorreu na semana passada, tendo como alvo um paiol das Forças Armadas de Moçambique no distrito de Dondo, na província central de Sofala, cujo saldo foram sete militares foram mortos e equipamento militar roubado. Dias depois, começaram outros ataques a civis ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), no troço Rio Save/Muxúnguè, onde até agora a circulação é feita com a protecção de uma escolta das Forças Armadas.
Para Guebuza, o registo de incidentes isolados no país não pode ser interpretado como o fim da paz em Moçambique. "O governo permanece firme na sua determinação de, por via de diálogo, encontrar resposta a estas questões", sublinhou o estadista moçambicano.
A acção armada da Renamo, que mantém homens armados nas suas bases desde a assinatura do acordo geral de paz em 1992, é interpretada como uma forma de pressão ao governo para responder positivamente as suas exigências nas negociações em curso no país já há alguns meses.
A principal exigência da Renamo nessas negociações é a alteração da lei eleitoral – já em vigor – de modo a assegurar uma representação por igual dos partidos políticos na Comissão Nacional de Eleições (CNE). A lei passou em Dezembro último sem o voto a favor na Renamo no parlamento.
Contudo, ainda persiste um impasse no diálogo entre a Renamo e o governo, o que para muitos significa a continuidade ou alastramento do clima de violência no país. Guebuza apela à paciência da sociedade, dada a complexidade do diálogo entre as partes.
Sobre a necessidade de um encontro urgente com o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, para discutir e resolver a actual situação política do país, Guebuza esclareceu que sempre esteve aberto para o diálogo.
O estadista moçambicano afirma que o mesmo não sucede com Dhlakama que "escapa sempre".
Questionado se a actual situação do país não fragiliza o seu papel na mediação de conflitos na Comunidade de Desenvolvimento a África Austral (SADC), que Moçambique detém a presidência rotativa, Guebuza respondeu "penso que não".
"Não devíamos ver em cada incidente ou cada acidente no percurso como pondo em causa tudo aquilo que é fundamental. Caso contrário, bastava cair um pingo de chuva para pensarmos que teremos cheias. Não é isso. Nós não estamos desanimados. Nós acreditamos que vamos resolver o problema e que o papel de Moçambique na SADC e no mundo permanece o mesmo", explicou.

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