segunda-feira, 17 de junho de 2013

DOS PROFETAS OU VIDENTES AOS FEITICEIROS

A “rebelião” dos Médicos, levando consigo por arrasto e como reforço às suas “hostes”, alguns “Profissionais de Saúde Unidos”, desviou a atenção de muita gente a tal ponto que chegamos a
 esquecer tanta outra coisa que acontece um pouco por este nosso vasto Moçambique, que merece ser conhecida. Tal é o caso de uma verdadeira “Assombração”, com sabor a chamada “magia negra” que está tendo lugar, algures num dos Bairros da Cidade da Matola, Província do Maputo, mais concretamente em Txumeni 2. Como é do domínio de muitos, uma das frequentes querelas que os Secretários dos Bairros de todo o Pais se vêem envolvidos, quer os das Zonas Urbanas quer os das Rurais é a disputas pela posse de Terrenos. Isso porque todo o Moçambicano tem o desejo lídimo de possuir um bocado de espaço para a sua privacidade, dependentemente das suas posses, podendo ser para criar gado, construir uma palhota para o seu resguardo, colocar uma Capoeira para as suas galinhas, seja para amanhar a terra para plantar um pé de alface, pauzinhos de mandioqueira, sementes de feijão Nyemba, o que importa é possuir esse espaço e sentir-se Dono e Senhor, com direito a posse dum “DUAT”, (Direito de Uso e Aproveitamento de Terra) e ou Título de Propriedade. Até porque, essa foi umas das grandes razões que fizeram com que a gesta de “25 de Setembro de 1964”, pegasse em armas e escorraçasse os Va Kolonyi, “Colonos”, libertando assim a “Terra e o Homem” Moçambicanos. Daqui poder afirmar sem receio de desmentido que, todo o Secretário de um Bairro de qualquer lugar desse Moçambique adentro, em algum momento já se viu envolvido ou dirimiu uma disputas de terrenos, as quais (disputas), muitas vezes desembocam em desinteligências sangrentas e até funestas. Vamos já ver. Ligongue Mbalangu,um moçambicano natural de Linga Linga um espaço que fica na Baia entre Maxixe e Morrumbene na Província de Inhambane ocupava um pedaço de terra cedida por Hulumende Mabuza, entãoSecretário do Bairro Txumeni 2, na Matola como disse, desde década Oitenta, fugido da guerra de desestabilização, lá no seu lugarejo em Linga Linga. Já se considerava dono daquele terreno ao ponto de ter apostado na plantação de únicos três Coqueiros e algumas Tangerineiras naquelas bandas, para assinalar a sua proveniência da “Cocolândia”. Não é que duma noite para o dia, no passado mês de Abril, apareceu-lhe o senhor Maguengue Nkuna, acompanhado pelo novo Secretário do Bairro, tendo em conta que Hulumende Mabuza que receberaLigongue Mbalangu vão já mais de vinte anos,partiu faz tempos para a sua eterna morada. Maguengue Nkuna,arrogando a si o ser “nyondzoma” de Txumeni, donde saíra pelos mesmos motivos que forçaram Ligongue Mbalangu a abandonar a sua Linga Linga, simplesmente reivindicava o direito de reaver o seu antigo “feudo”. Perante muitas testemunhas a favorecer Maguengue Nkuna, o pobre do Ligongue Mbalangu, não encontrou outra saída senão arrolar os seus parcos haveres incluindo alguns semoventes e combinar com “cupadri” Rungo Menete proprietário de um Camião BEDFORD, que faz múltiplas viagens de e para Maxixe, trazendo Cocos para o “Mercado Fajardo” para lhe facultar uma “carona” de regresso para Linga Linga, sua terra de origem. Mas, numa despedida muito concorrida de todo o Bairro de Txumeni, antes de partir, o nosso desalojado Ligongue Mbalangu deixou ao “novo/antigo” dono do terreno um aviso “amigável”: “olha senhor Maguengue Nkuna, ou eu não me chamo Rungu Bambu Ligongue wa Gipwale wa Linga Linga, se você viver feliz neste terreno”. Todos os presentes testemunharam aquele juramento. Dias depois, tomando a serio a ameaça, Maguengue-Nkuna, optou por se desembaraçar do terreno, vendendo-o dentre muitos licitantes, a um tal de Paiva Machado Ferro, indo ele viver algures em Moamba, camponês que ele é. Paiva Machado Ferro, o feliz endinheirado que ninguém soube donde saiu, orgulhoso, ficou com o terreno ao preço de 300 Mil Meticais. Mas o assunto só se tornou “Assombração”, quando o senhor Paiva Machado Ferro, ajuntou terra, pedras e cimento e começou a erguer aquilo que seria a sua Mansão. Algunsdias após o inicio das obras o inverosímil aconteceu: exactamente no meio daquilo que seria a sua “suite” presidencial, brotou uma estranha planta com raízes a rachar o chão e as paredes. Paiva Machado Ferro mandou cortar a maldita planta eaconselhado por um“Profeta” dos muitos que se oferecem um pouco por tudo o que é lugar, reforçou a argamassa juntando esterco de ovelha, penas de pombo e patas de uma galinha de penas levantadas (Xitlalu) e farinha de milho pilado, com um martelão bateu o chão até ficar duríssimo. Dia seguinte, o quarto estava celestialmente tranquilo ao ponto do senhor Paiva Machado Ferro ordenar que colocassem já Tijoleiras. Os desmaios dos Pedreiros do senhor Paiva Machado Ferro, aconteceram logo pela manhã do outro dia ao chegarem na obra: a maligna planta não só rompeu as Tijoleira da “suite”, como “invadiu” todos outros aposentos com uma vivacidade estarrecedora. Paiva Machado Ferro, voltou a procurar o seu amigo “Profeta”, tendo o encontrado estatelado na cama fulminado por um ACV “Acidente Cardiovascular” vulgo trombose. Soube que foi identificado um “Feiticeiro” para ir atrás de Rungu Bambu Ligongue Guipwale Libongonono wa Linga Linga, “ilha” que por si só tem fama de ser albergue de Magos. Aguardemos pelo desfecho.

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