quarta-feira, 22 de maio de 2013

Uma monstruosa insensibilidade

Gabriel Muthisse
 
No Hospital Central de Maputo o encarregado do armazém de viveres, tendo aderido aa greve, ficou com as chaves do armazém em sua casa. Deste modo os doentes internados ficaram sem comida!!!! Greve nao ee isto!!!!

Os mentores deste tipo de atitudes, incluindo aquela que consistiu no encerramento da morgue, revelam uma monstruosa insensibilidade com a dignidade humana. Os doentes nao devem deixar d...e comer porque algumas pessoas estão em greve. As pessoas nao devem deixar de enterrar os seus mortos porque algumas pessoas estão em greve.

Eh possível fazer uma greve, sobretudo de médicos e de outros profissionais de saúde, com um grande sentido de respeito pela vida e dignidade do ser humano. Como cidadão, só posso estar indignado com uma greve de médicos que, na sua essência, nao se difere de uma greve de pedreiro, de mineiros ou de estivadores. Esperava outra atitude dos nossos médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde.

Vai uma mensagem de solidariedade para todos os médicos e outro pessoal de saúde que se fizeram ao trabalho. Apesar dos problemas que os afetam, que são reconhecidamente graves, eles revelam um sentido de decência e de humanismo de louvar.

Mensagem de louvor vai também para todos os profissionais de saúde que procuram fazer uma greve com conteúdo humano. Uma greve que tome em conta a salvaguarda da vida e do bem estar dos doentes. Estes médicos e profissionais de saúde sabem que podem fazer greve, sem no entanto colocar em risco a vida dos doentes.

Na verdade, as condições de vida dos médicos, dos enfermeiros, dos técnicos de saúde, dos professores, dos policias, dos militares, da globalidade dos funcionários públicos nao são as melhores. O desejo de todos os moçambicanos era que essas condições melhorassem rapidamente.

Todavia, uma coisa são os nossos desejos. Outra coisa ee aquilo que a nossa economia pode realisticamente oferecer. Estou convencido de que o dialogo que se quer terá em vista equilibrar os nossos desejos com as condições concretas do paiis.
 
 
 
 
 
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  • Silveira Eduardo Tembe isso e muito mau....forxa para os meus irmaos q estao ness sofrimento sem culpa.
  • Eusébio A. P. Gwembe Algumas pessoas chamam a desgraça para seu lado! Isto é revoltante: muito revoltante, mesmo.
  • Manish Cantilal O governo tem k tomar medidas para responsabilizar esse tipo de Actos vergonhoso.
  • Antonio Grispos O governo pode e deve usar a figura da Requisicao civil...e casos comeces, sao passíveis de procedimento disciplinar e/ou criminal. Greve nao anarquia.
  • Claudio Chivambo É de facto lamentável essa postura. Porém, não concordo que tal só seria aceitável se fosse de pedreiros, mineiros, etc etc. Estará o meu irmão Gabriel Muthisse a desvalorizar esta classe de profissionais?
  • Taisse Sigaúque Claudio Chivambo, o contexto é claro: respeito pela dignidade humana.

    Se o pedreiro veda o acesso ao armazem o máximo que pode acontecer é a não evolução da obra.

    Não há nenhum desrespeito por vlasse alguma. Trata-se tão somente de apelar ao respeito, a dignidade fo ser humano
  • Silveira Eduardo Tembe isso memso mana taisse,,e Mano Eusebio,,,,
  • Claudio Chivambo Mana Taisse Sigaúque, o meu comentário não é em prol da greve e sim, quiz apenas fazer perceber a SEXA Gabriel Muthisse que não devia tomar os pedreiros como abutres profissionalmente. No que a Greve se refere, não quero me perder em comentários infelizes. A vida não tem preço.
  • Claudio Chivambo "Estará o meu irmão Gabriel Muthisse a desvalorizar esta classe de profissionais"?, referindo-me aos pedreiros, mineiros, estivadores,...Será que não são profissionais com senso de humanismo? Não se percam em likes sem antes ater-se ao conteúdo dos comentários junto ao post. Não gostava de decepcionar-me com pessoas que não conheço mais respeito por aquilo que tem mostrado aqui. Taisse Sigaúque, Eusébio A. P. Gwembe????
  • Claudio Chivambo "Como cidadão, só posso estar indignado com uma greve de médicos que, na sua essência, nao se difere de uma greve de pedreiro, de mineiros ou de estivadores. Esperava outra atitude dos nossos médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde" (Gabriel Muthisse). É daqui que emana o meu comentário Taisse Sigaúque, Eusébio A. P. Gwembe, Silveira Eduardo Tembe. Gosto de tirar o bom dos posts e também chamar atenção para o que percebo como inoportuno.
  • Gabriel Muthisse Cláudio Chivambo, uma greve de pedreiros pode ser feita sem ter em conta serviços mínimos. Embora seja ilegal, se fecharem os armazéns de materiais ou a contabilidade, ninguém morre em principio. Mas fechar os arquivos clínicos!!!!! Fechar o armazém de viveres!!!!!!!! Fechar a morgue!!!!!!!!!! E são médicos esses?!?! Que amanhan hão-de aparecer com caras serias para procurar curar-me?!!? Doravante, eu né-de tremer sempre que achar que vou ser examinado por pessoas com esta baixíssima postura humana.
  • Claudio Chivambo "Pessoas com baixissima cultura humana", no caso vertente, os que enceraram os serviços. Compreensivel neste ponto. Ora, será que esta a dizer que assim são os pedreiros,..."pessoas com baixissima cultura humana"?
  • Nhecuta Phambany Khossa Neste caso, cabe procedimento disciplinar e criminal, com responsabilidade civil, contra o referido funcionário.
  • Manecas Tiane Entendi com a comparação de procedimento o seguinte: É suposto que os médicos tenham comparativamente aos pedreiros, estivadores um elevada formação científica e humana. E de facto ser formado transcede a aquisição de competencias nos domínios do FAZER (sejam médicos, estivadores, pedreiros possuem esta) para fazer um aprofundamento dos níveis de perceção de si próprio como sujeito, da sociedade na qual se inscreve, e que conhece-lhes os problemas, sujeito influenciado por uma cultura, contudo, igualmente de dimensão planetária. E isto nao se faz geralmente em ciclos muito curtos de formaçao.
  • Taisse Sigaúque Deixei a minha opinião e o entendimento que tive do comentário do Gabriel. Vejo aqui uma comparação em termos de responsabilidade para com seus actos, a consequência passível de advir por vedr o acesso a determinado espaço e/ou serviço para com a vida e dignidade humana. De forma alguma olho ou entendí o comentário do Gabriel Muthisse com sentido pejorativo ou de inferiorizar qualquer classe que seja. Esse é o meu entendimento amigo Claudio Chivambo.
  • Felizarda Hermengarda Muianga são os ventos da Democracia. Temos de aprender a lidar com este tipo de situacao. Num Estado democrático, os grupos sociais se revoltam....protestam
  • Gabriel Muthisse Sim, Minguinha. Mas ha greve e ha greve! Greve deve ter regras que salvaguardem a vida, a integridade fisica, o património. É por isso que a lei da greve prevê serviços minimos. Greve é diferente de vandalismo. No dia em que houver uma greve ai no teu serviço, o teu sindicato deve prever piquetes de segurança, para salvaguardar os equipamentos sensíveis e outros bens.
  • Luis Machanisse Quero acreditar que o gabriel ao refirir os pedreiros,estivadores,etc nos seus comentários seja pelo facto de a sua actividade em casos de greve não ter nenhuma ligação ao tratamento de pessoas,pelo contrário,julgo ser um comentário infeliz,pois entendo que o homem independemente da actividade e da profissão que exerça deve ser respeitado.Quanto aos médicos,julgam-nos como insensiveis,com falta de moral,mas serà que é bem assim?Afinal qual é a credibilidade do nosso governo?A falta de capacidade de dialogo do nosso governo é evidente,hoje são os médicos que "choram" pelos seus direitos,temos os professores e tantos outros profissionais que ainda não se manifestaram,como iremos chama-los amanha?
  • Gabriel Muthisse Caro Luís Luis Machanisse, tem uma noção de dialogo bastante estranha! Para si, se o Luís Machanisse for aos jornais e reclamar um aumento de dobro do seu salário, para eu mostrar que gosto de dialogo devo lhe dar esse aumento? O que eh dialogo para si?
  • Luis Machanisse Então a dos médicos também é estranha,pelo menos a sua essência,porque se tanto fala(o governo)que esta aberta ao mesmo e em menos de 6 meses os médicos paralisam as suas actividades mas de uma vez,sinceramente isso é que estranho,senão,qual é o seu fim?
  • Emidio Beula Sempre que leio algo sobre a greve dos médicos e outros funcionários da Saúde aqui no Facebook sou tentado a acreditar que, mais do que os médicos, quem está em greve somos nós. Estamos em greve intelectual, pois renunciamos ao uso das nossas próprias faculdades mentais. Fazemos tábua rasa de tudo o que tornou a greve possível e dragamos as nossas almas no complexo ético-deontologico-moral-humanístico para condenarmos a atitude dos médicos. Deles que, afinal, esperávamos outra postura, uma postura diferente do trio acéfalo, insensível e esvaziado de códigos éticos e deontológicos, o trio “pedreiro-mineiro-estivador”…
  • Jerry Revelador Fonseca Gabriel Muthisse, coloquei um "like" porque näo cabe em minha cabeça que um funcionário do estado, ou qualquer outra instituiçäo, leve consigo as ferramentas de trabalho do seu posto de trabalho. Isso é roubo. Agora dizer que os pedreiros, estivadores, etc säo boçais é um grande insulto, especialmente vindo de ti que devias saber melhor.
  • Gabriel Muthisse Amigo Emidio Beula, as condições de vida em Moçambique ainda não são boas. Os médicos ganham mal. Os professores ganham mal. Os docentes universitários ganham mal. Os polícias ganham mal. O grosso dos funcionários públicos ganham mal. Os jornalistas ganham mal... Imaginemos que estes últimos decidem desencadear uma greve, a exigir o aumento do seu salário para o triplo. Em princípio, eu ficaria solidário com o DESEJO destes profissionais de melhorarem as suas condições de vida. Todavia, teria o descernimento de concluir que DESEJO não é REALIDADE. Que provavelmente os jornais não tivessem capacidade financeira para pagar tais aumentos. De nada me valeria, caro Beula, condenar os administradores dos jornais, acusando-os da falta de DIÁLOGO. Não há DIÁLOGO que faça parir recursos que não existem. Mas a minha solidariedade seria trocada por indignação se me fosse informado que os jornalistas, no seu justo DESEJO de viver melhor, e no âmbito da sua greve, deixaram os armazens de Papel (que é muito caro) para ser roubado. Deixaram as portas das oficinas de equipamento gráfico, para ser vandalizado. O conceito que tenho dos jornalistas não me permite encaixar tão vandalesco comportamento. Voltemos para os médicos. O seu DESEJO pode nos ser simpático. Alguns de nós podemos pensar que o Governo pode deixar de roubar e, por aí, encontrar dinheiro para aumentar os 100% que os médicos querem; dar a todos casas condignas com mobiliário compatível (para cada um, conforme vem no seu caderno reivindicativo)... Mas fechar a morgue, Emídio!!! Fechar o armazem de víveres!!!!!! Ir tocar apitos, tambores, latas e dançar em recinto hospitalar!!!! Não organizar serviços mínimos e deixar doentes, alguns gravíssimos, morrer!!!!!! Eu não sei se alguém, doravante, se há-de deixar TRANQUILAMENTE observar e curar por tais indivíduos. A imagem que eu tinha de MÉDICO, talvez muito romántica, se esvaiu. Não consigo compreender, Beula. Juro que estou a ser sincero. Estou chocado! E aqui entre nós, caro Beula, não há diálogo nenhum que vai produzir resultados satisfatórios para esta locura. Por aquilo que sei, não há como pagar esses salários. E me está a parecer que os mentores dessa greve sabem disso. Na verdade, promoveram uma greve para a qual sabem não haver solução.
  • Gabriel Muthisse Jerry Revelador Fonseca, sabes que eu não disse isso. Mas há coisas que eu posso aceitar de um pedreiro, de um estivador. Mas que são inaceitáveis num médico. Pela sua longa formação, pela sua socialização, pelo elevado conceito que é suposto ter da vida humana, não posso aceitar que um médico intimide ou agrida outros para não irem trabalhar. Que feche um armazem de víveres, da mesma forma que um pedreiro fecharia um armazém de cimento. Sem falsas demagogias, é fácil de ver que são situações ÉTICAS diferentes.
  • Luis Machanisse Caro gabriel,nao subestime a greve dos médicos,não deduza esto a mera situação,estes homens não optaram pela medicina ou tratamento de vidas para serem escravizados,não cabe a estes identificar o digno do não digno,todos nós estamos ao serviço do estado e este deve dar atenção atenção a estes!
  • Catia Mondlane concordo, uma coisa eh greve outra eh sabotagem.
  • Catia Mondlane to indignadissima com os medicos k aderiram a este tipo de comportamento, de pensamento tao pequeno.
  • Gabriel Muthisse Sim Priminha! Deus queira que se resolva rápido.
  • Joao Teodosio Tique Para comecar, as reivindicacoes do pessoal da saude sao justisimas. Custa-me entender como uma classe tao distinta como a dos medicos faz greve. Algo esta errado. Os canais de comunicacao estao entupidps. Porque medicos mais experientes nao dao a cara? Porque o estado nao explicou com antecedencia o escalonamento dos salarios? Pais estranho este.
  • Alfredo D. Baltazar Dr Gabriel Muthissee, solidarizo-me com os doentes, mas também estranho bastante a indiferença do Governo de Moçambique. Será que já sabem que existe a possibilidade de não continuar a governar depois das eleições de 2014?!... Como a port voz do MISAU cantando na imprensa que o GM aguarda pela vinda dos médicos para conversações, no lugar de tentar contactar mais individualidades para necessárias conversações com os grevistas? Shi, já é demais...
  • Emidio Beula Caro Muthisse,a questao de fundo para mim nao consiste em defender ou nao as reivindicacoes dos medicos, mas sim em saber como foi possivel chegar-se a esta situacao. O que tornou a greve possivel nao e' seguramente a falta de melhores condicoes para os medicos, mas algo falhou na comunicacao entre a classe e o executivo. O grande problema nosso e' que nos furtamos de fazer um debate politico e limitamo-nos a discutir aspectos tecnicos... Nao e' isso que constroi um pais.
  • Emidio Beula Estamos chocados com "a falta de sensibilidade dos medicos", "com a falta de humanismo", "com o rol das reivindicacoes", "com a (i)legalidade da greve", com tudo quanto nao diz nada de debate politico... Ha uma politica salarial na funcao publica? Ela foi enformada de debate publico? Repare, caro Muthisse,que o aumento de 15%, seguido de mais dois anuais de 15 e 13%, foi uma decisao que nao foi discutida com a AMM, mas apresentada como a unica possivel. A intelegibilidade das reivindicacoes dos medicos grevistas nao pode ser procurada no caderno de encargos, mas sim na logica salarial que vigora no sector publico. Ou seja, a racionalidade da greve esta' na diferenciacao salarial entre as classes profissionais... Eu acredito mesmo que a propria AMM reconhece que foi um esforco que o Governo fez para aumentar em 15% a remuneracao base, mas o problema comeca quando se compara o salario liquido dos medicos com o salario dos magistrados e dos agentes da AT. No fundo, a greve 'e uma interrogacao de uma classe ao modelo de rebistribuicao da renda em curso no sector publico.
  • Gabriel Muthisse Perfeito, amigo Emidio Beula. No que diz nao parece haver motivo de muita divergência. Uma classe profissional pode e DEVE reivindicar melhores condicoes de vida. Uma classe profissional pode e DEVE reivindicar quando as soluções que se tomam para satisfaze-la são consideradas insuficientes e são gizadas unilateralmente sem ouvir os interessados. Uma classe profissional pode e DEVE reivindicar por equidade na política salarial (embora neste aspecto os médicos se contradigam pois, por um lado, parecem sugerir uniformidade de salários na função publica e, por outro, exigem uma carreira diferenciada). Estas reivindicações podem tomar a forma de GREVE, amigo Beula. O que o meu texto discute nao eh isto!!! O que o meu texto discute eh a MANEIRA COMO UMA GREVE DOS MÉDICOS ESTAA A SER FEITA. Sem serviços mínimos. Maltratando os doentes, talvez como arma de pressão. Fechando a morgue. Fechando o arquivo clinico (fechar o arquivo clinico, caro Beula, significa que se você for ao hospital com uma complicação qualquer, o medico que lhe vai atender - porque nem todos aderiram - nao há-de ter acesso aa sua história clinica). Tocando apitos, tambores, latas e dançando em recinto hospitalar. Eh isto que o meu post debate. E posso introduzir aqui um outro argumento, para contrariar uma falácia que anda por aí. GREVE NAO ACONTECE POR FALTA DE DIALOGO. GREVE ACONTECE QUANDO O DIALOGO, DE PER SI, NAO SATISFAZ AS EXIGÊNCIAS DE UMA CLASSE PROFISSIONAL. O problema eh que em Moçambique se estaa a estabelecer um grandessissimo equivoco. O de que só há dialogo quando o Governo cede a todas as exigências, incluindo as mais absurdas. Este comentário o dedico também ao meu velho amigo João Joao Teodosio Tique. E GREVES acontecem nas mais maduras democracias do mundo, onde os mecanismos de dialogo atingiram níveis de aperfeiçoamento inigualáveis.
  • Maria Helena Natalia Alberto Observando os medicos que agitam esta greve sao os mais recentes formados, ja vivem um mundo de falta de sensibilidade, egoismo e ambicao. Estarao eles a pensar que os medicos (antigos) nao passarao pelas dificuldades que estao a passar? Ainda nem demonstraram bons servicos e ja estao a reclamar salario. Por onde anda o juramento que fizeram na formação.

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