quarta-feira, 8 de maio de 2013

Saiba quem são as três mulheres resgatadas após dez anos nos EUA

 

Três homens foram presos em conexão com o caso na cidade de Cleveland, que chocou a opinião pública americana. Assista a vídeo com depoimento de vizinho que ajudou a soltá-las

BBC Brasil | - Atualizada às    
            
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Desaparecida havia dez anos, Amanda Berry abraça sua irmã Beth Serrano em hospital em Cleveland
Três mulheres foram resgatadas pela polícia com a ajuda de um vizinho em Cleveland, no Estado americano de Ohio, após ao menos dez anos de cativeiro. Três homens foram presos em conexão com o caso, que chocou a opinião pública americana.
Ao menos uma delas havia sido dada como morta após ampla cobertura na mídia do país, anos atrás, e parentes de outra jovem acreditavam que ela tinha fugido de casa. Amanda Berry foi vista pela última vez em 2003, aos 16 anos, e Gina DeJesus desapareceu aos 14 anos, em 2004. A terceira mulher, Michelle Knight, tinha 20 anos quando foi sequestrada, em 2002. Acredita-se que uma menina de seis anos vista nos braços de Amanda durante a fuga seja sua filha.
Saiba mais sobre as três:
Amanda Berry desapareceu um dia antes de completar 17 anos, em 21 de abril de 2003, após sair de seu emprego em uma lanchonete da rede Burger King, em Cleveland, por volta de 19h30 locais. A garota ainda ligou para sua irmã para avisar que tinha conseguido uma carona para casa, distante apenas algumas quadras, mas nunca chegou em casa.
Na época, o FBI (polícia federal americana) a descreveu como uma menina de 16 anos que usava piercings nas orelhas e na sobrancelha e tinha uma cicatriz no abdômen. Sua mãe, Louwana Miller, morreu em 2006, três anos depois do desaparecimento e em meio às operações de busca e intensa cobertura do caso na mídia americana.
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Foto antiga mostra duas das três desaparecidas: Amanda Berry (à esquerda) e Georgina 'Gina' DeJesus
Em 2009, o FBI e a polícia de Cleveland disseram investigar centenas de pistas sobre o desaparecimento de Amanda e Georgina DeJesus, acreditando em uma ligação entre os dois casos. Em 2012, um homem entrou em contato com as autoridades locais alegando que tinha uma pista sobre o paradeiro dos restos mortais de Amanda em Cleveland.
Uma escavação foi feita no local, mas a pista era falsa. O homem que alertou as autoridades foi sentenciado a quatro anos e meio, acusado de fazer denúncias falsas e obstruir a Justiça.
Amanda, juntamente com Georgina DeJesus e Michelle Knight, escapou na segunda-feira, quando um vizinho escutou seus gritos vindos de dentro de uma casa ao sul da cidade de Cleveland.
Georgina DeJesus foi vista pela última vez perto de um telefone público em Cleveland na tarde de 2 de abril de 2004, quando tinha 14 anos. Ela voltava da escola para casa com uma colega. As meninas ligaram para a mãe de Georgina para perguntar se a colega poderia dormir na casa da adolescente, mas a mãe de Georgina disse não. As duas então seguiram caminhos diferentes.
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Combinação de fotos divulgada pela polícia mostra (E para D) Onil Castro, Ariel Castro e Pedro Casto, suspeitos pelo sequestro de três mulheres em Cleveland
Ao descrever Georgina, o FBI afirmou que a adolescente tinha uma marca de nascença na perna direita e orelhas furadas. Amigos e familiares a chamavam de Gina. Em 2006, dois homens foram detidos para interrogatórios a respeito do desaparecimento dela. Eles foram liberados depois que a polícia não conseguiu encontrar o corpo da adolescente no imóvel dos dois.
No final daquele ano, a polícia fez escavações no chão de uma garagem de Cleveland e usou um cão farejador depois de receber uma pista de que os restos mortais da garota poderiam estar no local. Mas, novamente, a pista era falsa. Apesar disso, Sylvia Colon, a prima de Georgina, disse à BBC nesta terça-feira que a família "nunca perdeu as esperanças".
"A mãe de Gina liderou a cruzada; ela sabia que a filha estava viva. Como mãe, ela sentiu", afirmou. "Ela (Gina) era muito próxima dos pais e irmãos. Eles tinham um relacionamento muito próximo. Nós nunca acreditamos que ela tivesse fugido." "Todo ano havia uma vigília para Gina. (...) Nós vivíamos a cada dia na esperança de que ela voltaria para casa, e ela voltou", disse Sylvia.
Michelle Knight desapareceu em Cleveland em 2002 e teria entre 18 e 20 anos na época. Ao contrário das duas outras mulheres, pouco se sabe sobre as circunstâncias do desaparecimento, que não atraiu muita atenção da imprensa local. Michelle não foi registrada oficialmente no site da polícia de Ohio dedicado a desaparecidos.
Assista a entrevista do vizinho que ajudou a soltar as mulheres desaparecidas:
Segundo a avó de Michelle, Barbara Knight, a família da jovem acreditava que ela tinha ido embora por vontade própria, pois tinha perdido a custódia do filho. No entanto, a mãe da jovem também disse que nunca acreditou nessa possibilidade e, muito depois de a polícia ter parado de procurar, ela distribuiu panfletos pela cidade e continuou a buscar pela filha mesmo depois de ter se mudado de Cleveland.
Barbara afirmou também que acredita ter visto a filha juntamente com um homem mais velho em um shopping de Cleveland há alguns anos. Quando a mulher ficava para trás, durante a caminhada, o homem a puxava pelo braço, de acordo com Barbara. Ela conta que gritou o nome de Michelle, mas a mulher não olhou.

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