sábado, 11 de maio de 2013

Rússia reteve informação "crucial" sobre suspeito do atentado de Boston

 

Wall Street Journal cita diversas fontes anónimas que dão conta da existência de mensagens escritas com referência à "jihad" que chegaram tarde de mais ao conhecimento do FBI
No atentado de Boston morreram três pessoas e mais de 200 ficaram feridas Ken McGagh/REUTERS/MetroWest Daily News
As autoridades russas retiveram informações “cruciais” provenientes dos Estados Unidos relacionadas com um dos suspeitos do atentado de Boston no mês passado, escreve neste sábado o Wall Street Journal (WSJ), citando responsáveis norte-americanos anónimos.
Estas informações seriam mensagens escritas (SMS) trocadas entre a mãe dos irmãos Tsarnaev , principais suspeitos do atentada de 15 de Abril, e um parente russo. Tamerlan Tsarnaev foi morto pela polícia e Dzhokhar, o seu irmão mais novo está preso. Os dois são de origem tchetchena.
Segundo o WSJ, as mensagens diziam que Tamerlan desejava juntar-se a um grupo de activistas acusados de atentados no Cáucaso e os responsáveis só tiverem conhecimento destas mensagens uma semana depois do atentado junto a linha da meta da maratona de Boston.
Um dos responsáveis americanos citados pelo jornal definiu pelo menos uma mensagem “como um discussão geral sobre a jihad [guerra santa]”, que não fazia nenhuma menção específica aos planos dos terroristas.
Depois de as receberem, os responsáveis americanos qualificaram estas mensagens como estando entre as mais importantes que surgiram durante a troca de informações com a Rússia que, segundo disseram ao WSJ, ocorreu de forma disfuncional.
Vários especialistas afirmaram que, a serem conhecidos antes, os detalhes destas mensagens teriam levado a uma análise mais aprofundada das actividades de Tamerlan e teriam mesmo permitido colocá-lo sob escuta.
Depois de a Rússia ter alertado o FBI sobre Tamerlan Tsarnaev em 2011, a propósito de um pedido de visto que fez para entrar na Rússia, a polícia federal norte-americana terá pedido por três vezes  informações adicionais. Uma semana passou entre o momento em que os serviços de informação russos identificam as mensagens relativas a Tsarnaev e aquele em que informaram o FBI do seu  conteúdo.
O WSJ escreve ainda que durante a viagem de Tamerlan Tsarnaev à Rússia em 2012, os serviços de segurança russos mantiveram-se atentos aos seus movimentos e responsáveis do Daguestão (república do Cáucaso próxima da Tchetchénia) onde viviam os seus pais afirmaram que ele tentou fazer contactos com grupos rebeldes radicais e terá mesmo tido um encontro com um combatente islamista.

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