Wall Street Journal cita diversas fontes anónimas que dão conta da existência de mensagens escritas com referência à "jihad" que chegaram tarde de mais ao conhecimento do FBI
As autoridades russas retiveram informações “cruciais” provenientes dos Estados Unidos relacionadas com um dos suspeitos do atentado de Boston no mês passado, escreve neste sábado o Wall Street Journal (WSJ), citando responsáveis norte-americanos anónimos.
Estas informações seriam mensagens escritas (SMS) trocadas entre a mãe dos irmãos Tsarnaev , principais suspeitos do atentada de 15 de Abril, e um parente russo. Tamerlan Tsarnaev foi morto pela polícia e Dzhokhar, o seu irmão mais novo está preso. Os dois são de origem tchetchena.
Segundo o WSJ, as mensagens diziam que Tamerlan desejava juntar-se a um grupo de activistas acusados de atentados no Cáucaso e os responsáveis só tiverem conhecimento destas mensagens uma semana depois do atentado junto a linha da meta da maratona de Boston.
Um dos responsáveis americanos citados pelo jornal definiu pelo menos uma mensagem “como um discussão geral sobre a jihad [guerra santa]”, que não fazia nenhuma menção específica aos planos dos terroristas.
Depois de as receberem, os responsáveis americanos qualificaram estas mensagens como estando entre as mais importantes que surgiram durante a troca de informações com a Rússia que, segundo disseram ao WSJ, ocorreu de forma disfuncional.
Vários especialistas afirmaram que, a serem conhecidos antes, os detalhes destas mensagens teriam levado a uma análise mais aprofundada das actividades de Tamerlan e teriam mesmo permitido colocá-lo sob escuta.
Depois de a Rússia ter alertado o FBI sobre Tamerlan Tsarnaev em 2011, a propósito de um pedido de visto que fez para entrar na Rússia, a polícia federal norte-americana terá pedido por três vezes informações adicionais. Uma semana passou entre o momento em que os serviços de informação russos identificam as mensagens relativas a Tsarnaev e aquele em que informaram o FBI do seu conteúdo.
O WSJ escreve ainda que durante a viagem de Tamerlan Tsarnaev à Rússia em 2012, os serviços de segurança russos mantiveram-se atentos aos seus movimentos e responsáveis do Daguestão (república do Cáucaso próxima da Tchetchénia) onde viviam os seus pais afirmaram que ele tentou fazer contactos com grupos rebeldes radicais e terá mesmo tido um encontro com um combatente islamista.
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