segunda-feira, 20 de maio de 2013

RICOS GOVERNANTES

Egidio Guilherme Vaz Raposo
Vou a casa ver telejornal. Vou RICOS GOVERNANTES acusando os profissionais de saúde de “insensíveis”, maus ou que não honram com o juramento de médicos.
Vou ver porta-vozes de RICOS GOVERNANTES a mais uma vez “provar” que não há dinheiro para os médicos. E que o “pais não possui riqueza suficiente para redistribuir”. Vou ouvir pela rádio, uma bateria de “entrevistas exclusivas”; de “RICOS funcioná...rios da saúde ou quejando” predispondo-se para dar entrevistas para “deplorar” a atitude dos médicos grevistas.
Vou pela televisão ver “os escribas” oficiosos no seu mais nobre cumprimento da “agenda nacional” tentando mostrar que o Sistema de Saúde está de boa saúde e recomenda-se. Amanhã, irei ler pelos jornais reportagens de funcionários da saúde ”dedicados ao trabalho”.
Pois bem, saiba-se: esta luta não é de médicos apenas. Não apenas de profissionais de saúde. Esta luta é de classe. A classe dos oprimidos tentando tão-somente garantir do que é possível e lhes é de direito, contra a classe dos gordos ricos dirigentes políticos, que usam subterfúgios do discurso da pobreza do país para encobertar a sua incompetência e insensibilidade à verdadeira causa do serviço público.
Ora, em política há uma forma nobre de se estar: quando o governante acha-se incapaz de resolver um determinado assunto, DEMITE-SE. Quando um dirigente ou um governo acha-se “ofendido” pelas acusações populares, o governo demite-se, para devolver a palavra ao povo. Não se trata de razão. Trata-se do compromisso, que está quebrado. Trata-se isso sim, do incumprimento das promessas e acima de tudo da mentira.
Não pode todo povo ser injusto para com um punhado de gente empoleirada no poder. Afinal, foi o mesmo povo que elegeu este governo APENAS para cumprir com a agenda acordada. A agenda do desenvolvimento; agenda do bem-estar para TODOS. Sendo assim, o povo TEM SEMPRE RAZÃO e não precisa de lições viciadas de economia para deixar-se enganar com as mentiras deste governo! A lição não viciada da economia e de probidade públicas estabelecem que os dirigentes vivam em conformidade com as condições reais do país e coloquem os recursos disponíveis para satisfazer as necessidades dos seus cidadãos através de mecanismos transparentes de gestão e prestação de contas. E, em última analise, os governantes devem governar pelo exemplo também.
A especialização deste governo na mentira, no bota-abaixo, na chantagem, no silenciamento de vozes, na obstrução de factos, na militarização do seu discurso no faz-de-contas-que-não-está-a-ver-nem-ouvir; na relutância em abordar com seriedade a questão salarial, faz com que a cada ano averbe em sua volta, desiludidos.
Fica feio que da boca do mesmo lobo saiam palavras de amor e compaixão quando diariamente este governo nos rouba, mata e pune! A desorganização salarial na função pública é tão incestuosa quanto estranha, que não passa pela cabeça de alguém que ela se sustente até os dias que correm.
Senhores governantes, ministros e vice-ministros: Este poder que tende nas mãos não pode ser tão amargo, tão ingrato assim para sustentar tanto amaldiçoamento por parte do povo. Este poder que tende nas mãos, compensa e eh bom; muito bom para voces. E se compensa, tentem, no mínimo resolver questões básicas exigidas pelos vossos mandantes; os cidadãos. Um dirigente que se preze ou resolve o problema ou demite-se. Quando não é capaz de fazer uma destas duas coisas, este dirigente tem outro nome: chama-se INDIGNO
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