segunda-feira, 20 de maio de 2013

PGR mandou libertar membros da Renamo detidos em Muxúnguè

  Renamo não precisou de contratar advogados  
 
 
2013 05 20 003
 
 A Renamo não precisou contratar advogados, conforme recomendado pelo Governo. Foi a Procuradoria-Geral da República que interveio e mandou libertar os membros do partido, detidos em Muxúnguè na invasão da FIR à delegação local da Renamo.
 Maputo (Canalmoz) – Quinta-feira, 16 de Maio, o Governo mandou uma carta à Renamo a negar libertar seus membros detidos em Muxúnguè no ataque da FIR à delegação deste partido. Na carta, o Governo aconselhava a Renamo a “contratar advogados”. Sexta-feira, dia 17, os membros da Renamo saem em liberdade por ordens da Procuradoria-Geral da República, sem que a Renamo tenha precisado de contratar os recomendados advogados. Posto isso, há condições para hoje as duas partes avançarem com o diálogo que vem decorrendo.
Os membros da Renamo estavam encarcerados na cidade da Beira, desde o passado dia 03 de Abril de 2013. A PGR nunca interveio para exigir a sua soltura, mas fê-lo em 24 horas depois que a Renamo assumiu que não continuava com o diálogo enquanto seus membros não fossem libertados. Esta era uma das condições impostas pela Renamo para o prosseguimento do diálogo, aliás, a primeira.
Jeremias Pondeca, membro da Comissão Política e integrante da delegação da Renamo no diálogo com o Governo, confirmou ao Canalmoz a soltura dos 13 homens.
“Já soltaram 13 dos nossos homens, quando eram 11 horas da sexta-feira, e faltam os outros 4 homens que ainda estão presos”, disse Pondeca.
 
Intervenção de Dom Singulane e Prof. Lourenço de Rosário
 
Segundo apurou o Canalmoz do mesmo responsável da Renamo, a soltura foi graças à intervenção dos “facilitadores Dom Dinis Singulane, Bispo da Diocese dos Libombos da Igreja Anglicana e do Prof. Lourenço do Rosário, reitor da Universidade “A Politécnica” que na quinta-feira se reuniram com o procurador-geral da República, Augusto Raul Paulino”.
 Tal como havia afirmado no seu informe anual sobre o Estado da Justiça, o PGR voltou a dizer aos facilitadores que não constava nenhuma matéria criminal contra os homens da Renamo, justificando a sua manutenção em cárcere com a “ineficácia política”.
 Mais uma vez, à semelhança da situação da cidade de Chimoio, a Renamo diz que não precisou de recorrer a advogados como havia recomendado o Governo, para pôr em liberdade aqueles homens.
 A participação de observadores ou mediadores no diálogo entre o Governo e Renamo é outra exigência da Renamo que foi rejeitada pelo Governo, mas que agora se confirma estar a acontecer com a intercepção destas duas personalidades na negociação da soltura dos membros da Renamo.
 
Polícia confirma soltura
 
A soltura dos homens da Renamo foi confirmada pelo porta-voz da Polícia na província de Sofala. Em contacto com o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) no Comando Provincial de Sofala, Mateus Mazive, na manhã deste sábado, confirmou a soltura dos homens da Renamo. 
 
“Confirmo apenas que realmente foram soltos, mas este assunto não compete à Polícia falar. Quem deve falar sobre isso é quem soltou. Apenas confirmo que estão soltos”, disse Mateus Mazive ao Canalmoz. (Bernardo Álvaro)
 

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